Prorrogação de IPI reduzido nutre expectativas nas concessionárias recifenses
A isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros novos 1.0 estava com os dias contados. Estava. Ao que tudo indica, o benefício – que, oficialmente, chegaria ao fim no dia 31 de agosto – deve continuar em vigor por mais dois meses.
A notícia divulgada nesta sexta-feira (24) pela mídia nacional, mas ainda não confirmada pelo Ministério da Fazenda, pegou de surpresa os funcionários das concessionárias no Recife, que agora esperam mais 60 dias de vendas aquecidas.
A prova de que o consumidor vem reagindo positivamente à medida, em vigor desde o dia 22 de maio, é dada pelas lojas do setor. Na Pedragon, que trabalha com a marca Chevrolet, a venda de carros novos cresceu a passos largos. Logo no primeiro mês de IPI zero, o movimento aumentou 89% em relação ao mesmo período de 2011.
No segundo mês, em junho, as procuras caíram, mas ainda assim foram quase 50% maiores do que as registradas no mesmo mês do ano passado.
O gerente de vendas de carros novos da Pedragon, Severino Hamilton, vincula o explosivo crescimento de agosto — que registrou um crescimento de vendas de 93% só nas duas primeiras semanas deste mês — ao costume do consumidor brasileiro de deixar para comprar “de última hora”.
“Os últimos dias são os mais intensos. Em razão do fluxo de consumidores, aumentamos o quadro de funcionários. Se a redução do IPI não fosse prorrogada, provavelmente teríamos que reduzir novamente o efetivo, e voltar as atenções para o setor de marketing”, afirma Severino. Agora, não mais.
O gerente de veículos novos da concessionária Disnove, Bruno Lima, mensura o impacto do incentivo concedido pelo governo federal. “As nossas vendas cresceram entre 35% e 40%. O fluxo de loja subiu bastante”, comenta. De acordo com ele, os estoques estão reduzidos há alguns dias. A previsão, até o começo da semana, era a de que faltassem alguns modelos na concessionária, que trabalha com veículos da marca Volkswagen, como Gol e Fox.
Já o gerente geral comercial da Italiana, Alexandre Leão, espera que a prorrogação do IPI acelere o abastecimento da concessionária, que é autorizada da Fiat. “Estamos vendendo mais do que o que temos recebido da fábrica, por isso muitos modelos estão em falta”, comenta. E foi isso que aconteceu com a professora Elizabeth Souza Pinto, de 59 anos. Ela foi à loja da empresa na Imbiribeira em busca de um carro para a irmã, mas, ao chegar lá, não pôde fechar negócio. “Infelizmente o modelo que eu queria havia esgotado. Vou continuar procurando”, garante.
O gerente geral comercial da Italiana credita a falta de alguns modelos à antecipação do consumidor. “Parte do que foi vendido entre junho e agosto antecipou o que seria vendido no fim deste ano. A ideia é torcer para que a fabricação de carros ganhe impulso, assim poderemos abastecer os estoques”, diz Leão.
Quem está à procura de seminovos se depara com uma realidade diferente. Segundo a gerente de veículos seminovos da Disnove, Tânia Santi, logo que a redução do IPI foi anunciada, as concessionárias estavam abastecidas de veículos usados (confira o vídeo da reportagem). O atrativo preço do carro novo provocou uma verdadeira fuga dos consumidores do setor de seminovos. A redução das compras foi causada, ainda, por outro agravante: a restrição de crédito, em razão da inadimplência.
“Tivemos que reduzir o valor do carro usado entre 10% a 15% para manter a diferença de preços entre o automóvel novo e o seminovo. Ainda assim, a queda de vendas foi de 50% em julho. Só em agosto que houve uma melhora”, explica Tânia. Quem aproveitou a oportunidade foi o aposentado José Edson, de 71 anos. “Eu havia me programado para comprar um carro seminovo em dezembro, mas decidi antecipar a aquisição quando vi as condições oferecidas agora.”
Fonte: Diário de Pernambuco
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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