Policiais Federais aprovam manter greve com contingente mínimo
Os policiais federais aprovaram na tarde desta terça-feira (25) a continuidade da greve em todo o Brasil. Depois da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de que os grevistas deverão garantir 100% das atividades de plantão nos portos e aeroportos, os líderes sindicais da categoria se reuniram e encaminharam para a direção-geral do Departamento de PF pedindo informações sobre a lotação dos servidores. Ainda nesta terça-feira, terminou sem acordo a audiência entre os Correios e os funcionários, que permanecem em greve.
A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) quer fazer os cálculos e garantir que haja agentes em número suficiente em cada ação, para, assim, prosseguir com a greve de forma legal. Os trabalhadores vão realizar um ato nacional em São Paulo na quinta-feira (27), em favor da reestruturação da carreira e de uma nova tabela salarial.
A liminar do STJ também determina a manutenção de 70% do serviço nas atividades da Polícia Judiciária, de inteligência e em unidades de fronteira; 50% nas funções de Polícia Administrativa; e 30% nas tarefas residuais. Caso os percentuais mínimos não sejam cumpridos, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) está sujeita a multa diária de R$ 100 mil.
Paulo Paes, diretor de estratégia sindical da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), explicou que o objetivo é fazer os cálculos e garantir que haja agentes em número suficiente em cada ação, para, assim, prosseguir com a greve de forma legal. Segundo ele, a adesão ao movimento estava acima de 60% em todo o Brasil, mas agora deverá ficar, no máximo, em 30%.
“Não vamos dar margem para que a paralisação seja considerada ilegal”, disse.
Os servidores do Plano Especial de Cargos, os delegados e os peritos aceitaram o reajuste de 15,8%, em três parcelas, oferecido pelo governo. Mas os agentes, escrivães e papiloscopistas rejeitaram o índice e estão de braços cruzados desde 7 de agosto. A categoria diz que, muito além de um aumento no contracheque, quer a reestruturação da carreira e uma nova tabela salarial, semelhante à oferecida para a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que tem salário inicial de R$ 12,9 mil e final de R$ 18,4 mil. A remuneração dos policias vai de R$ 7,5 mil a R$ 11,8 mil.
Correios e funcionários não chegam a acordo no TST
Depois de mais de cinco horas de discussão, terminou sem acordo a audiência de conciliação realizada nesta terça-feira entre os Correios e a federação que representa os trabalhadores, Fentect. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Distrito Federal (Sintect-DF), Amanda Corcino, disse que, mesmo com as propostas sugeridas pelos ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST), não houve consenso.
Agora, o dissídio coletivo será julgado em sessão extraordinária na quinta-feira (27) no TST. A sessão está agendada para 13h30min.
Amanda afirmou que, nas assembleias, os trabalhadores haviam aprovado a proposta sugerida pela vice-presidente do TST, ministra Cristina Peduzzi, de reajuste de 5,2% nos salários e em benefícios, além de um aumento linear de R$ 80. Mas os Correios bateram o pé na oferta de apenas 5,2%, sem benefícios.
“Tentamos o tempo todo, mas a empresa foi intransigente. A responsabilidade de a greve continuar é dos Correios”, disse Amanda.
Os Correios divulgaram nota na noite desta terça-feira afirmando que não houve acordo hoje pois “as propostas apresentadas pelo tribunal ultrapassam a capacidade financeira da empresa, causando impactos sempre superiores ao lucro operacional registrado no primeiro semestre de 2012”.
Segundo os Correios, a proposta da empresa prevê reajuste de 5,2% nos salários e benefícios, levando o salário-base inicial para R$ 991,77. Somado o adicional de atividade que os carteiros recebem, o vencimento subiria para R$ 1.289,30, para funcionários com ensino médio completo.
A greve começou em 11 de setembro em dois estados e, agora, conta com a adesão de 26 dos 35 sindicatos no país. Enquanto os trabalhadores querem aumento de 43,7%, referente a perdas ocorridas desde os anos 1990, a empresa aceita pagar 5,2%, sem outros benefícios.
A determinação do TST é de que, enquanto o impasse não chega ao fim, a Fentect mantenha, no mínimo, 40% dos trabalhadores em atividade em cada agência, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Além disso, os grevistas não podem impedir a entrada de empregados e veículos no edifício-sede e na agência central de Brasília, sob pena de multa de outros R$ 50 mil por dia.
Fonte: Agência O globo
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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