Em meio à anulação de despesas com verbas de combate à seca em Petrolina, agricultores do município usam mandacaru para salvar o gado
Enquanto Petrolina está sob a lei sancionada pelo prefeito Julio Lóssio autorizando a anulação de R$ 16,8 milhões em despesas de pelo menos 19 setores da administração, entre eles as Secretarias de Defesa Social, Desenvolvimento Rural e Irrigação – as duas últimas responsáveis diretas pela assistência à população que sofre com a seca (conforme notícia veiculada pelo jornal Estado de São Paulo, no mês de setembro), os agricultores do município estão usando o mandacaru como último recurso na hora de alimentar o gado.
A seca em Petrolina dura meses e está inserida no contexto da maior seca do sertão, nos últimos 35 anos.
Os quase R$ 2 milhões desviados de sua finalidade para aplicar no último São João realizado em junho deste ano deve estar fazendo falta para gente como o criador Jurandir Cardoso, em Budim, na zona rural de Petrolina,que tem hoje apenas 20 cabeças que ainda resistem à longa estiagem.
Para salvar o gado, seu Jurandir está usando o mandacaru.
A planta que suporta até três anos sem chuva , apesar de ser cheias de espinhos, pode ser ótima fonte de alimento para os animais.
Na propriedade da criadora Maria Raimunda, as mais de 200 cabeças de caprinos também estavam sem ter o que comer. Há um mês, ela começou a utilizar o mandacaru na alimentação. Os animais disputam cada pedaço da planta.
Os técnicos agrícolas da Embrapa descobriram que o mandacaru garante a nutrição dos rebanhos com fartura.
Mas é preciso observar alguns cuidados antes de servir o mandacaru nos currais. O corte deve ser feito na junta do broto. Um erro pode dificultar o crescimento de novos brotos e até matar a planta. Todo material colhido deve ser queimado até que o fogo derreta os espinhos, evitando que os animais se machuquem.
O interessante é que mesmo sabendo que os efeitos da estiagem neste ano são os piores das últimas três décadas em Pernambuco e, consequentemente, para os produtores de Petrolina, o prefeito Julio Lóssio sancionou a tal lei de anulação do uso do dinheiro na ajuda ao homem do campo. Depois, mais interessante ainda foi ver que o prefeito decretou situação de emergência na cidade.
Decretando situação de emergência, a prefeitura pode, por exemplo, pedir recursos ao governo federal para reparar os estragos causados pela seca ou por outras calamidades. O que não foi explicado, mesmo quando o jornal o Estado de São Paulo fez a matéria sobre esse assunto, é por que o dinheiro já existia e não foi usado para o fim a que se destinava.
Com informações e imagens do Globo Rural e do jornal Estado de São Paulo
Fonte: Blog do Jornal Folha do São Francisco
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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