Kings of Leon causam comoção e vozes femininas empolgam festival
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Não fosse o show dos Kings of Leon, que fechou a noite de sábado (20) em clima grandioso no Jockey Club de São Paulo, a sexta edição do festival Planeta Terra teria sido dominada pelas mulheres. Os rapazes norte-americanos seguraram com louvor o papel principal. Mas Garbage, Gossip e Azealia Banks, com mulheres à frente, foram as outras atrações mais animadas do evento. A única grande baixa no time das mulheres foi o show da brasileira Mallu, que até chorou após problemas de som.
O evento aconteceu pela primeira vez no Jockey, espaço que também recebeu neste ano a estreia do Lollapalooza no Brasil, para um público de até 75 mil pessoas por noite. O Planeta Terra teve número mais modesto. Segundo a organização, foram vendidos os 30 mil ingressos colocados à venda, mas até às 16h30 de sábado os funcionários da bilheteria ainda informavam que havia entradas disponíveis.
O Kings of Leon mostrou estar em forma mesmo após pausa para que o vocalista resolvesse seus problemas com álcool. Na terceira vinda ao Brasil, Caleb Followill falou e sorriu bem mais do que nas vezes anteriores. Ainda houve tempo para que pedisse desculpas várias vezes por, segundo ele, estar meio ”enferrujado”.
A banda deu inicio ao show às 22h, com seu primeiro hit, ”Molly´s chambers”. ”Use somebody”, maior sucesso da carreira, ficou perto do fim da apresentação. Ficou fácil perceber que aquela banda criticada pela apatia e pelo show morno da estreia brasileira, em 2005, não está mais entre nós. A banda meio desconfortável com o sucesso e amparada apenas por um hit, aquela que tocou no festival paulista SWU (em 2010), também já era.
Mais leve e simpática, mas ainda fiel além da conta às gravações originais, o Kings of Leon mostrou que o posto de headliner em festivais não pesa como antes parecia. E como o hit recente ”Radioactive” esteve entre as mais cantadas da noite, dá até para afirmar que a banda só tende a crescer por aqui.
Destaques femininos
Entre as duas bandas desta edição que tiveram auge nos anos 90, fizeram pausa e chegaram pela primeira vez ao Brasil, Garbage venceu “duelo de nostalgia” contra Suede. O show da banda norte-americana liderada pela escocesa Shirley Manson foi mais animado do que dos ingleses. O Suede teve vigor roqueiro e o líder Brett Anderson ensopou a camisa de suor – pode ser absolvido de acusações de retorno caça-níqueis. No maior hit, “Beautiful ones”, se empolgaram até demais, com velocidade acima do limite da bela melodia. No entanto, com mais hits e vocalista e banda inspirados, o Garbage ficou na frente.
De 15 músicas, o Garbage tocou apenas três do disco novo, “Not your kind of people”, e todos os sucessos. O show confirmou duas afirmações do guitarrista Steve Marker em entrevista ao G1. A primeira foi o bom trabalho de transportar o som eletrônico sujo de estúdio ao palco, sem perder peso e charme dos efeitos – nada datados, até mais atuais em tempos de domínio de pop dançante. Outra alegação comprovada é a desenvoltura de Shirley Manson no palco – ela estudou atuação, segundo Steve. Shirley sussurra para milhares de fãs hipnotizados em “Hummering” e interpreta bem o pré-refrão explosivo de “Push it”.
Mais espontânea e também certeira, foi Beth Ditto, líder do Gossip, fechando a noite no palco secundário, 20 minutos após o Kings of Leon começar o show principal. Após cancelar dois shows em turnês anteriores no Brasil, ela começou a redenção subindo ao palco e entoando o “oi, oi, oi”, do tema de abertura da novela “Avenida Brasil”. Quem deve ter curtido foi a atriz Carolina Ferraz, a Alexia da novela, que estava no festival. Beth se desculpou com os fãs, em português, várias vezes – algumas pelos cancelamentos de shows e outras pelos arrotos que soltava após beber seu drinque nos intervalos das músicas. Foi disparada a voz mais potente que se ouviu no festival.
Além de hits bem recebidos como “Heavy cross” e “Standing in the way of control”, ela é uma metralhadora de citação de covers de artistas aleatórios. Inclui Nirvana no segundo hit, encerra a noite com Queen, canta versos de Madonna, Tina Turner e Lady Gaga e, ao ouvir que um fã completa 24 anos, canta “24 hours to go , I wanna be sedated”, dos Ramones. Suas tentativas de falar português rendem boas piadas involuntárias. Ao brindar com o drinque, diz “Suede” em vez de “saúde”. Ao homenagear outro fã, André, canta “Angie”, dos Rolling Stones.
Outro bom show dançante do Palco Indie foi da jovem rapper norte-americana Azaelia Banks. Ela garantiu momento explosivo com o hit “212”. Até o problema de som que interrompeu a música durante alguns segundos acabou tendo efeito positivo, criando suspense no seu rap esperto e veloz. Mais cedo, a britânica Little Boots também fez bom show eletrônico, para público escasso mais animado na frente do palco, com ajuda apenas de dois músicos na bateria e sintetizadores
Invertendo a regra de predominância feminina deste ano, o grupo californiano Best Coast, liderado pela cantora e guitarrista Bethany Cosentino, fez apresentação pouco animada no palco principal, enquanto o sexteto de garotos ingleses Maccabees conquistou a audiência no palco menor com rock ao mesmo tempo pesado e dançante. E, mais cedo, Mallu Magalhães foi às lágrimas diante do público após problemas com o som. Raro momento em que a expressão “mulher à beira de um ataque de nervos” pode ter conotação negativa neste Planeta Terra.
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