Software pernambucano para ajudar crianças autistas é apresentado em feira
Imagine cuidar de um paciente através de um game. Agora, imagine que esse tratamento é direcionado a crianças com autismo. É possível? Para seis estudantes e um professor da disciplina de empreendedorismo da Escola Técnica Estadual Professor Agamemnom Magalhães (Etepam) essa alternativa é uma escolha alcançável. A equipe, que desenvolve um software com foco no tratamento da disfunção, está representando o Estado durante a Mostratec, feira tecnológica que começou na ultima segunda, no Rio Grande do Sul, e segue até o próximo sábado, dia 27, para apresentação de trabalhos realizados por jovens cientistas.
O projeto surgiu como a proposta do professor e mestrando do Centro de Estudos Avançados do Recife (C.E.S.A.R), Eraldo Guerra. Segundo ele, a ideia de desenvolver a plataforma surgiu depois que ele conheceu a história de uma menina autista chamada Carly Fleischmann. “Até os 11 anos Carly fazia 60 horas de tratamento semanais e nunca tinha obtido resultados. Tudo mudou quando ela começou a usar um computador e hoje, com 17 anos, tem até um Facebook e escreve em um blog”, explica o professor da equipe.
O jogo, titulado de Can Game, funciona através da plataforma Xbox junto com um Kinect. Além de possuir cores vivas, o game possibilita que a criança escolha um personagem para guiá-la nas atividades que vão desde completar palavras até adivinhar desenhos simples. Ao desenvolver o software, o grupo também se preocupou com as características de uma criança que apresenta a disfunção. “Sabemos que muitos autistas possuem hipersensibilidade ao toque, por exemplo. Por isso, dispensamos o uso de controles para que eles fiquem livres”, comenta o professor.
O tratamento virtual pode ser acompanhado por um médico através das gravações que o Kinect realiza enquanto o usuário está jogando. Além disso, a plataforma também é direcionada para dispositivos mobile. Por meio de uma agenda virtual os pais podem se cadastrar e pedir que o software envie mensagens para o smartphone da criança orientando-a a realizar atividades básicas do seu dia a dia, como escovar os dentes. Se ela não as executá-las o dispositivo envia um SMS para os pais, atuando como um monitor. O médico responsável pelo tratamento pode fazer uso do material para acompanhá-lo.
O projeto, que nasceu sem parcerias, agora busca colaboradores da área da saúde. “Estamos em busca de médicos ou clínicas que se interessem pelo Can Game e nos ajudem a refinar ainda mais esta ferramenta. Nosso objetivo final é doá-lo para instituições que não possam adquirir o programa”, conclui Guerra.
Para o estudante de ciências da computação da Universidade Federal de Pernambuco e voluntário do Etepam, Rodolfo Soares, de 18 anos, a experiência de desenvolver um software com âmbito social está sendo satisfatória. “Foram muitos os finais de semana que passamos trabalhando nisso, tanto em casa, quanto na escola. O mais legal é que tudo é realizado sempre em conjunto”, finaliza.
Fonte: Folha-PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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