Redação com hino do Palmeiras tira nota 500 no Enem 2012
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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Um estudante de São José do Rio Preto (443 km de São Paulo) incluiu trechos do hino do Palmeiras na redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2012, que teve como tema os recentes fluxos migratórios para o Brasil. O texto recebeu 500 pontos, de uma nota máxima possível de 1000.
Na redação, publicada nas redes sociais, o estudante Fernando César Maioto Júnior começa dizendo que “a expansão do território e sua qualidade de vida” fizeram do Brasil um “refúgio de imigrantes”.
Após questionar se o país está em condições de receber esse fluxo de pessoas, ele inclui trechos do hino do time do coração: “As capitais, praias e as maiores cidades são os alvos mais frequentes dos imigrantes, porque quando surge o alviverde imponente no gramado onde a luta o aguarda, sabe bem o que vem pela frente e que a dureza do prélio não tarda. (…)”.
No início de janeiro, Maioto Júnior brincou sobre sua prova no Facebook: “O melhor do Enem é fazer uma redação com o hino do Palmeiras, e ainda tirar nota. Ufa que eu já passei por esta fase. E desejo toda a sorte para quem esta passando por ela”, disse. “O Enem só me faz rir”.
Esse não é o primeiro texto a receber notas “polêmicas” no Enem 2012. O jornal O Globo revelou que um estudante tirou 560 pontos com um texto que trazia uma receita de como se preparar um miojo e redações que tiveram pontuação máxima continham erros grosseiros de ortografia e concordância verbal.
Inep diz que houve desconto de nota
No caso do texto que cita o hino do Palmeiras, o Inep (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) afirmou, por meio de nota, que os avaliadores da redação identificaram a “impertinência do texto inserido” com “palavras e expressões sem sentido e em estilo inadequado ao tipo textual exigido na prova”, o que acarretou em desconto de nota em duas competências avaliadas pela prova – domínio da norma padrão da língua escrita e compreensão da proposta da redação.
No entanto, a coordenadoria pedagógica do Enem, integrada pelas professoras da UnB (Universidade de Brasília), Vilma Reche Corrêa e Maria Luiz Monteiro Sales Coroa, disse que, desconsiderando-se os trechos inadequados, “o texto tratou do tema sugerido e apresentou ideias e argumentos compatíveis”. “O texto indica compreensão da proposta da redação, não fugiu ao tema por completo e não feriu os direitos humanos”, acrescenta a nota.
Reclamações
A divulgação das redações do Enem no início de fevereiro gerou protestos de estudantes que se sentiram injustiçados com a nota recebida. Os textos foram liberados somente depois de encerradas as inscrições para o Sisu (Sistema de Seleção Unificado) – que escolhe estudantes para universidades federais com base na nota do Enem – e apenas com caráter pedagógico, ou seja, sem possibilidade de recurso.
Para ter acesso à redação, o aluno deve informar o CPF ou o número de inscrição e a senha no site do Enem. O boletim de correção traz as notas por competência e dá direito à vista da redação.
Ao todo, segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), foram corrigidas 4.113.558 redações, das quais 1,82% estavam em branco e 1,76% obtiveram nota zero.
No início do ano, estudantes de todas as regiões do país recorreram à Justiça para conseguir acesso à correção antes do período de inscrição do Sisu, pelo qual instituições públicas de educação superior oferecem vagas a candidatos participantes do Enem.
No entanto, os tribunais regionais federais das diferentes regiões suspenderam as liminares que determinavam a vista antecipada dos espelhos de correção, entendendo que o edital do Enem prevê apenas a vista pedagógica e que leva em conta rigorosamente o previsto no TAC (termo de ajustamento de conduta) firmado pelo Ministério da Educação com o Ministério Público Federal.
Muitos estudantes sentiram-se injustiçados. Thais Bastos obteve a nota 400 na redação do Enem. “No ano passado, tirei 700. Neste ano, estudei muito mais, não posso ter ficado com essa nota”, disse. Além disso, ela comparou o que escreveu com redações disponíveis em revistas e manuais. “As redações que receberiam a nota que eu tirei continham erros de português e um vocabulário infantil”. Ela também levou o caso à Justiça e chegou a ganhar o direito da vista antecipada, até que o ministério recorreu e venceu.
Fonte: Uol Notícias
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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