À primeira vista, Nilo Fam, Adriano Padilha, Rodrigo Nasi, Luiza Mello, Tiago Moraes, Lucas Alexandre, Maria Carolina Albuquerque, Alice Sant’Anna, Laiza Aguiar e Mateu Gomes não têm nada em especial. Dez adolescentes, com idades entre 13 e 15 anos, focados nos estudos, bem focados nos estudos. Em verdade, o grupo acaba de ser consagrado campeão mundial de robótica no First Lego League (FLL), na Alemanha, com uma ideia simples e que pode fazer a diferença na vida de milhares de idosos nos cinco continentes. O resultado da competição foi divulgado na manhã desta sexta-feira (10).
Os adolescentes são alunos do 7º e 8º ano do ensino fundamental do Colégio Apoio e integrantes do grupo de estudo Apoiobot, coordenado pela diretora pedagógica do Apoio, Terezinha Cysneiros, junto com as professoras e mentoras Vancleide Jordão e Vanja Jota. Desde novembro passado, participaram das regionais do campeonato patrocinado pela Fundação Lego, que incentiva crianças entre nove e 15 anos ao interesse pela robótica e tecnologia sem abrir mão das funções sociais. Na primeira etapa, que aconteceu em Uberlândia (MG), os meninos ficaram em primeiro lugar. Na etapa nacional, em Taguatinga (DF), março passado, ficaram em quarto, mas conquistaram o direito de participar do mundial na Alemanha.
“Cinco equipes foram classificadas para os campeonatos mundiais. Quatro delas são vinculadas ao grupo Sesi, tradicional pelo incentivo na área, e ficam no eixo Rio de Janeiro/São Paulo. Apenas uma estava fora do circuito, nossas crianças do Apoio. E eles foram campeões”, salientou orgulhoso o pai de Tiago Moraes, o engenheiro civil Fábio Moraes, de 45 anos.
Ao todo, 53 equipes de 36 países distintos participaram da competição que, nesta edição, teve como tema “Seniors Solutions”. Os participantes deveriam buscar melhorias para a qualidade de vida dos idosos. O campeonato mundial foi dividido em partes. Na primeira etapa, houve uma disputa de mesa. Os estudantes montaram um robozinho em uma mesa padrão para realizar o maior número de atividades em determinado tempo. Outro critério de avaliação foi a análise da pesquisa feita para gerar o resultado do trabalho em relação ao benefício social que pode trazer. Por último, os jurados consideraram os valores sociais. A capacidade de trabalho em equipe dos estudantes, de divisão de tarefas, comunicação em diferentes idiomas, entre outros.
Na quinta-feira (09), os estudantes do Apoio ficaram em nono lugar na competição de mesa, mas, na média geral, após serem avaliados nos outros dois critérios, foram consagrados campeões mundiais. “Eles se destacaram e ainda levaram nossa cultura para a Alemanha. Fizeram apresentações, usaram camisas de maracatu e levaram sombrinhas simbolizando nosso frevo. Tudo foi muito bonito, observado e eles conseguiram mais essa conquista”, continuou o pai Fábio Moraes.
O grupo saiu do Recife no último dia 03 e volta para casa na noite deste sábado (10), às 20h40, com o troféu em mãos. Serão recebidos por uma orquestra de frevo.
Projeto
Para participar do desafio, a equipe ApoioBot desenvolveu dois robôs e um aplicativo capazes de executar tarefas que auxiliam o cotidiano dos idosos. O grupo visitou o abrigo Pousada Casa Amarela Deus é Amor e constatou as principais dificuldades dos moradores. Foi observado, por exemplo, que muitos moradores sofrem com depressão causado pelo abandono familiar e problemas físicos.
A partir disso, foi desenvolvido o robô “Lampião”, que é capaz de fazer companhia sendo interativo. O dispositivo possui um tablet acoplado no abdômen, onde um aplicativo criado pelos adolescentes e batizado de “Virgulino” apresenta notícias, ensina a manter os horários de rotina, controla o horário dos remédios e faz atividades que facilitam e motivam a vida dos idosos. Além disso, Lampião também é articulado para realizar movimentos, controlados por plataformas de Arduíno e NXT, que incentivam os idosos a fazer atividades físicas.
De acordo com a pesquisa dos alunos, a inovação no experimento é que os idosos se sentiam muito sozinhos, mesmo em espaço coletivo, e com o aplicativo acoplado, eles podem se relacionar e até fazer atividades em conjunto. O robô também pode se conectar à internet e tem cadastrado e-mails e telefones de parentes dos idosos, que podem ser contactados a qualquer momento. O equipamento é verde, tem um metro de altura e foi confeccionado com armação de ferro e coberto com papel machê.
Para a prova de mesa, foi criado o robô “Sucrilhos”, nome dado carinhosamente por remeter ao lanche preferido dos alunos durante as horas de dedicação ao projeto.
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Maquete utilizada na apresentaço das funções dos equipamentos que consquistaram o campeonato mundial |
O protótipo foi feito para simulação de situações reais na vida dos idosos. A máquina realiza atividades como desligar o fogão, levar comida até a mesa, arrumar a casa, pegar remédios, diferenciar qual medicamento deve ser tomado através de sensor de cores, subir rampas e escadas, entre outros. O robô foi feito de motores, sensores e peças de Lego e participou da primeira etapa da competição mundial.
Para a conclusão do projeto, os estudantes levaram um mês e meio. É a sexta vez que o Apoiobot participa de campeonatos mundiais de robótica.
Fonte: Diario de PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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