Após abertura para importados, produção de diesel é a pior em 15 anos
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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A produção nacional de óleo diesel atingiu no primeiro trimestre de 2018 o pior nível para o mesmo período desde 2003. A retração é resultado de nova estratégia de gestão do refino da Petrobras, que vem sendo criticada por abrir mercado a combustíveis importados. Com a paralisação dos caminhoneiros, representantes da oposição e até aliados do governo passaram a questionar a política de preços dos combustíveis da Petrobras e o crescimento da participação de combustíveis importados no mercado brasileiro.
Pressionado pelas críticas, Pedro Parente pediu demissão da estatal na última sexta-feira e será substituído pelo diretor financeiro da companhia, Ivan Monteiro. Na gestão Parente, a Petrobras mudou a estratégia de gestão do refino, optando por produzir menos diesel sob a justificativa de que, a partir de determinado volume, pode ser mais vantajoso para a companhia exportar petróleo e importar o combustível.
De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), o País produziu nove bilhões de litros de diesel no primeiro trimestre, volume 9,2% inferior ao verificado no mesmo período de 2017 e 25% menor do que o recorde atingido em 2013. A queda se deu em um momento de recuperação, ainda que pequena, das vendas internas do combustível, que cresceram 1,8% no trimestre, para 13,1 bilhões de litros. Foi o primeiro ano de aumento desde 2014, quando se iniciou a recessão.
Os dados da ANP mostram que o diesel nacional está sendo substituído por importações, apesar da mudança de frequência dos reajustes promovida pela Petrobras em julho de 2017, que permitiu ajustes diários para competir com produtos importados.
As importações de diesel atingiram 3,6 bilhões de litros no primeiro trimestre, alta de 5,3% com relação ao ano anterior e custaram ao país US$ 1,8 bilhão no período. O volume importado é o maior desde 2000, quando a ANP passou a compilar dados sobre o mercado de combustíveis no País.
Assim, no primeiro trimestre, a participação de diesel importado nas vendas do combustível no país chegou a 28%, a maior da série histórica e 27% superior à segunda maior, em 2017. O crescimento das importações reduz a operação das refinarias e é um dos alvos da greve iniciada pelos petroleiros na última quarta.
“A empresa está sendo prejudicada”, afirma o diretor da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Deyvid Bacelar, que já representou os empregados da Petrobras no conselho de administração da estatal. Ao fim do primeiro trimestre, o nível de utilização das refinarias da empresa era de 77%.
A estratégia passou a ser questionada por políticos tanto da oposição quanto do governo e ganhou destaque entre postulantes a cargos públicos nas eleições de 2018 após o início da greve dos caminhoneiros.