Crianças russas aprendem a guerrear nas férias
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Exercícios matutinos e um café da manhã com omeletes e aveia: no acampamento militar Razvedbat, numa floresta fora de Moscou, o dia começa da mesma forma que em milhares de outras colônias de férias russas – até as 30 crianças vestirem seus uniformes. Em russo, Razvedbat é a abreviação de batalhão de reconhecimento – e o símbolo do campo é baseado no emblema da inteligência militar da Rússia.
Há apenas uma menina em todo o acampamento. As crianças ali têm entre 10 e 16 anos e são divididas por idade em três batalhões. Algumas delas ainda estão amarrando o seu lenço de camuflagem quando entram em formação ao som de um estimulante rock russo.
Os instrutores estabelecem o cronograma do dia: um exercício de retiradas de minas explosivas de um campo, prática de montagem de fuzis AK-47 e uma sessão de manuseio de armas. O dia termina com uma grande partida de paintball, com a garotada indo pegar suas armas.
Apesar da chuva, o batalhão começa o dia caçando terroristas em construções. Eles se equiparam com capacetes e equipamento de rapel. Com armas de ar, os adolescentes descem uma fachada e pulam pelas janelas. “Limpo!”, bradam eles. Os instrutores dizem para gritarem mais alto.
Todos os instrutores do Razvedbat têm experiência militar. Alguns deles são até mesmo soldados na ativa. Eles afirmam que os cenários ali são baseados em missões atuais do Exército russo.
“Tudo o que eu trouxe comigo dos conflitos locais mais recentes, tudo o que vimos lá, tudo o que é novo – passamos tudo isso para as crianças”, disse o instrutor do acampamento Aleksey, que prefere não revelar o sobrenome.
Um dos garotos da unidade é Nikita, de 15 anos, proveniente de Moscou. Seus pais não estão no Exército, mas ele diz que pensa em se tornar soldado. Nikita explica que o acampamento é sua maneira de descobrir se a carreira militar é uma opção para ele a longo prazo.
Ele revela que gosta do sentimento de aventura dali, embora admita que às vezes pode passar frio ao dormir nas barracas e que sente falta do contato com família e amigos. No acampamento, a garotada só pode falar meia hora por dia ao telefone.
“Você não se sente como um cidadão russo normal aqui. Você se sente como um soldado, talvez até em outro país e numa missão secreta. É totalmente diferente da vida cotidiana”, confessa Nikita. Embora as crianças sejam enviadas ocasionalmente para aprender disciplina no acampamento, os organizadores dizem que, para muitos dos participantes, trata-se de uma “amostra da vida militar”.