Investimento perde força com incerteza política e ritmo lento da economia
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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A retomada do investimento na economia brasileira deverá perder fôlego neste ano diante da incerteza com futuro político do Brasil e dos indícios de que a economia está caminhando de forma mais fraca do que o esperado neste início de 2018.
Os economistas pontuam que o investimento até deve voltar a crescer neste ano, mesmo com todo o cenário adverso. No entanto, o avanço será tímido e vai ocorrer apenas por causa de uma base de comparação bastante fraca: desde o início da crise, os investimentos na economia brasileira recuaram 30%.
A melhora do quadro do investimento é fundamental para garantir o crescimento mais vigoroso e de longo prazo do país.
“Toda essa incerteza já está atrapalhando os investimentos”, afirma o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Pedro Costa Ferreira.
O Indicador de Incerteza da Economia apurado pelo Ibre, por exemplo, subiu 5,5 pontos percentuais em abril, para 113,2 pontos. Desde março, acumula alta de 10,7 pontos. Com o aumento recente, o indicador passou para o patamar de incerteza elevada, mesmo quadro apurado entre 2015 e 2017, período no qual o Brasil enfrentou o auge da crise política e da recessão.
● Indicador de Incerteza da Economia : 121,3
A principal incerteza que ronda futuro do Brasil é sobre qual será a cara da economia depois da eleição presidencial. A principal preocupação é se a questão fiscal, sobretudo a reforma da Previdência, vai ser endereçada pelo novo presidente.
Na avaliação dos economistas, sem a questão fiscal resolvida, a percepção de risco deve subir, o que deve provocar um efeito em cadeia com a desvalorização do real e consequente aumento da inflação e dos juros, o que tende a piorar o desempenho da economia.
“Estamos a seis meses da eleição e não há nenhuma clareza de quais candidatos são favoritos e até mesmo com a plataforma de cada candidatura”, afirma o gerente executivo de política econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco.
A última sondagem industrial da CNI deixou evidente essa perda de fôlego dos investimentos. Em abril, a expectativa de investimento colhida entre os empresários recuou pelo segundo mês consecutivo, para 52,9 pontos.
“O investimento é uma variável muito sensível a essas questões de incerteza”, afirma Castelo Branco.
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Investimento só depois da eleição
No cenário traçado pela consultoria 4E, os investimentos só devem começar a aparecer no fim do ano, entre o terceiro e o quarto trimestres, se o cenário político estiver mais bem definido.
“A nossa visão é de que a eleição atrapalha bastante a recuperação do investimento”, afirma o economista da consultoria 4E Bruno Lavieri. “Seria natural que o investimento tivesse uma recuperação mais forte, ainda mais num momento em que há uma capacidade ociosa tão elevada. Mas o investimento deve ficar parado até a definição da eleição”, diz.
Para este ano, a consultoria projeta um avanço do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,9% e um avanço nos investimentos de até 6,7%.