Marina Silva promete dar ‘passo à frente’ no Bolsa Família com acesso a microcrédito
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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A candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, disse nesta segunda-feira (27) que, se eleita, irá dar um “passo à frente” no Bolsa Famíliadando acesso a microcrédito e assistência técnica para o beneficiário que quiser empreender.
Como parte da sua agenda de campanha, a presidenciável visitou a ONG Educafro, localizada no centro de São Paulo, que atua na promoção de ações afirmativas para inclusão de negros e pobres na universidade.
No evento, ela comentou as propostas da chapa na área social. “Nós vamos manter o Bolsa Família, priorizar as populações vulneráveis com políticas de transferência de renda, mas vamos dar um passo à frente: os agentes de desenvolvimento social, como existem no Chile, para ajudar as pessoas a terem inclusão produtiva, com acesso a crédito, microcrédito, assistência técnica, para quem quer empreender”, disse.
Acompanhada do candidato a vice na sua chapa, Eduardo Jorge, Marina Silva disse que a proposta é estender essa ideia a todos os beneficiários.
“Para todos os beneficiários, nós temos um cadastro do Bolsa Família e, em cima desse cadastro, você pode ter um olhar para verificar quais são aquelas famílias que estão em melhor condição para poder receber outros apoios e desenvolver suas próprias habilidades de integração produtiva”, disse.
Segundo ela, o objetivo é fazer com que as “filhas do Bolsa Família” não virem as “mães do Bolsa Família”. “É um esforço a mais em cima do Bolsa Família. O Bolsa Família será mantido e o cadastro que existe nos ajudará a ter políticas mais focadas para que as filhas do Bolsa Família não virem mães do Bolsa Família”, afirmou.
Uma das principais bandeiras dos governos petistas, o Bolsa Família é um programa de transferência de renda para famílias pobres.
Em troca, os beneficiários têm que comprovar a frequência escolar de crianças e adolescentes. Na área da saúde, as famílias precisam manter em dia o calendário de vacinação das crianças menores de 7 anos. Para as gestantes, é necessário fazer o pré-natal.
Sobre a participação de negros e mulheres em seu governo, Marina Silva se comprometeu com uma composição diversa em sua equipe ministerial. “Nós vamos ter a participação de diferentes segmentos da sociedade dentro do governo”, afirmou.
Ao elencar as características necessárias para compor seu governo, disse que irá priorizar afinidade programática. “Temos critérios para compor o governo, o primeiro deles é o programa, e, na base de tudo isso, teremos o critério de idoneidade ética, de capacidade técnica e de mediação política”, disse.
Cotas
A candidata disse ainda ser a favor da manutenção das cotas no ensino superior. “As cotas devem ser mantidas para que as populações que vivem em situações de vulnerabilidade, como negros, índios e pessoas pobres, tenham acesso às universidades”, afirmou.
Pela legislação brasileira, as universidades públicas devem destinar 50% das suas vagas para estudantes de baixa renda oriundos de escolas públicas, com reserva para negros, pardos e indígenas, de acordo com a proporção da população do Estado em que se localiza a instituição.
Plano contra desigualdade
A candidata da Rede prometeu a implantação de um plano nacional de combate à desigualdade. “Nós vamos, no governo, fazer um plano nacional de combate à desigualdade social, as discriminações e a todas de sofrimento a que vem sendo submetidos os negros brasileiros no decorrer de todos esses séculos. Vamos combater a discriminação de forma estrutural”, disse.
Para isso, a prioridade, segundo ela, será investir na educação. “Na questão das crianças de primeira infância, o nosso programa de governo abre com a prioridade para a primeira infância”, ressaltou.
Marina prometeu ainda creches para “todas as crianças” e que “nenhuma criança a partir dos 6 anos” estará fora da escola.
A candidata disse ainda que as crianças negras terão um “foco específico”, já que são maioria na evasão escolar.
“A educação será de qualidade para todos, mas as abordagens têm que ser diferenciaras porque você não pode tratar diferentes como se fossem iguais”, afirmou.
Protesto
Após deixar a sede da Educafro, Marina Silva foi conversar com um grupo de seis integrantes da Educafro que estão acorrentados desde terça-feira (21) no saguão do prédio da Secretaria da Justiça de São Paulo, também no centro da cidade de São Paulo.
Eles reivindicam a regulamentação da lei que garante a inclusão dos negros nos cargos públicos do estado de São Paulo.
Em 2015, o governo do Estado promulgou a Lei Complementar 1.259/1995, que autoriza o Poder Executivo a instituir um sistema de pontuação diferenciada em concursos públicos para pretos, pardos e indígenas. Desde então, a Educafro diz cobrar a regulamentação da lei para que ela possa efetivamente entrar em vigor.