A partir de agora, vai para quem pagar mais. Foi aprovado, nesta sexta-feira, pelo Conselho de Administração da Petrobras, o modelo de venda de parte dos ativos da empresa, conforme apresentado há uma semana. Serão criados dois blocos (Nordeste e Sul), dos quais o setor privado assumirá 60% do controle.
A Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, juntamente com ativos de logística ligados à unidade (Terminal Aquaviário de Suape e dutos de petróleo e derivados) formará, junto com a refinaria da Bahia, o bloco do Nordeste. A expectativa otimista é que o contrato com a empresa ou o consórcio vencedor seja assinado ainda neste ano, com mais seis meses para aprovação do Conselho de Administração de Defesa Econômica (Cade). Dentre as empresas qualificadas, vencerá a proposta com maior valor.
De acordo com o gerente-geral de reestruturação de refino, transportes e comercialização da Petrobras, Arlindo Moreira Filho, a aprovação dá início ao processo de escolha das empresas que se tornarão parceiras da Petrobras. “Anunciamos oficialmente ao mercado o modelo de reposicionamento estratégico da companhia no setor de refino e o passo seguinte é tratar das condições para as propostas do setor privado. A priori, algumas empresas selecionadas pela Petrobras receberão o convite para apresentar uma proposta. Aquelas que não receberem convocação e se acharem aptas a concorrer podem pleitear a participação no edital.
Essa manifestação de interesse exige a assinatura de um termo de confidencialidade para receber informações que ofereçam condições de a empresa elaborar uma proposta. É nesse momento que a gente vai medir o apetite do mercado para ser nosso parceiro. As melhores propostas passam para a segunda etapa”.
Na segunda fase, o investidor em potencial terá acesso a mais detalhes das operações, como informações técnicas e jurídicas das refinarias nos estados e também poderão esclarecer dúvidas em relação a pontos específicos, como a situação trabalhista dos negócios, por exemplo. “Esse segundo momento já vai dar base para uma proposta de valor mais firme, do quanto a empresa está disposta a pagar pelo controle da operação dos blocos. Vencerá a maior proposta e a gente espera que a assinatura do contrato de venda seja feita ainda neste ano”, destacou. A Petrobras não divulga a estimativa de captação com a venda da fatia dos ativos.
Além do ganho financeiro da venda parcial do setor de refino, tem sido depositada no setor privado a esperança de investimentos que garantam a conclusão da obra da Rnest, hoje interrompida.