Saúde: FAB, empresas aéreas e Exército ajudarão a entregar remédios
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) divulgou nota nesta segunda-feira (28/5) na qual faz um apelo aos associados: quem não concordar com a proposta do governo federal, anunciada no domingo (27/5), deve permitir a circulação de alguns itens emergenciais nos pontos de bloqueio em rodovias. Entre os itens listados para liberação, estão “combustíveis de toda espécie, inclusive gás de cozinha, produtos destinados à merenda escolar, produtos e alimentos destinados à saúde pública e hospitais, leite e caminhão carregado com adesivo identificador da Defesa Civil”.
“A CNTA pede conscientização de todos os caminhoneiros para que avaliem com cuidado suas decisões sobre a continuidade ou não da paralisação, sob pena de perdermos essas conquistas históricas da categoria”, acrescenta a nota.
O apelo vai de encontro a um pedido feito pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira. Com dificuldade para escoar remédios para estados por causa da greve dos caminhoneiros, a pasta solicitou auxílio da Força Aérea Brasileira (FAB) para transporte de produtos. Parte deles tem estoques suficientes para apenas dois dias.
Conforme o pedido da Saúde, as Forças Armadas devem escoltar por via terrestre os medicamentos entre os estados brasileiros. A pasta também solicitou às companhias aéreas para levar os produtos em caráter prioritário, como remédios de alto custo, para tratamento de câncer e voltado a pacientes transplantados, além de vacinas e drogas usadas na terapia anti-HIV.
Desabastecimento
O Ministério da Saúde classificou a cesta de produtos comprada de forma centralizada por critério de prioridade. Para casos urgentes, estoques são suficientes para dois dias. Esse é o caso, por exemplo, de alguns imunossupressores (indicados para pacientes que fizeram transplante) e do trastuzumabe, usado no tratamento de câncer de mama. Há ainda produtos cujo abastecimento é considerado grave: com quantitativo suficiente para atender cinco dias de demanda. Há ainda itens considerados em situação de “observação”, com reserva para 10 dias.
As dificuldades também são encontradas no setor varejista. Farmácias e drogarias continuam sem receber remédios, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto. De acordo com ele, transportadoras, com medo de perder a mercadoria, preferem manter carregamentos em seus armazéns. “Os bloqueios liberam apenas medicamentos para hospitais, não para o comércio varejista”, disse.
Para Mena Barreto, se a situação perdurar, haverá desabastecimento importante de remédios ainda esta semana. “A situação é preocupante”, resumiu. Barreto afirma que, no Paraná, mesmo caminhões com selos da Defesa Civil não conseguem ultrapassar os bloqueios.
Quando a barreira é ultrapassada, o problema é apenas amenizado. Isso porque, entregue a carga, o caminhão vazio não consegue fazer o caminho de volta. “E aí, novas entregas ficam prejudicadas”, afirmou o presidente da Abrafarma.
Transplantes
Embora considerado como cirurgia de emergência, a realização de transplantes no país sofreu uma redução nos últimos dias, também em virtude da paralisação. “É um efeito cascata. Nessa situação, diminuem as notificações de possíveis doadores e, com isso a captação e, em consequência, as cirurgias”, afirmou o diretor superintendente do Hospital do Rim da Universidade Federal de São Paulo, José Osmar Medina Pestana. Os números mostram o impacto. Mensalmente, são feitos cerca de 80 transplantes no hospital. Este mês, foram 60.
O presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, Paulo Pêgo, tem avaliação semelhante. Sem falar em dificuldades. Neste sábado, um transplante de pulmão somente pode ser realizado graças à escolta feita pela Polícia Militar de São Paulo. (Com informações das agências Brasil e Estado)