Um documentário sobre a história dos negros americanos, uma mensagem gravada por um rapper e o intercâmbio de experiências sobre os preconceitos cotidianos: a rede de cafés Starbucks fecha nesta terça-feira (29) cerca de 8.000 lojas nos Estados Unidos para educar seus funcionários contra o racismo.
Todos os cafés administrados diretamente pela Starbucks deixarão de atender o público às 14H00, informou a rede. Os mais de 5.000 estabelecimentos administrados como franquias em hotéis, aeroportos ou comércios permanecerão abertos.
Esta iniciativa inédita, que envolve cerca de 175.000 funcionários e durará quatro horas, foi anunciada em 17 de abril pelos executivos da Starbucks depois da indignação geral provocada pela detenção de dois jovens negros em um de seus cafés na Filadélfia.
A prisão aconteceu porque os dois pediram para usar o banheiro enquanto esperavam a chegada de um conhecido para depois disso consumir no local.
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O incidente foi registrado em vídeo por outro cliente e amplamente difundido nas redes sociais, gerando protestos com a ameaça de boicote à rede, que diz atender cerca de 100 milhões de clientes por semana no mundo todo.
A rede que tem ações na Nasdaq de Wall Street se negou o acesso da imprensa à capacitação, mas seus executivos explicaram as suas linhas gerais.
Além de uma sessão de intercâmbio de experiências, os funcionários passarão boa parte do tempo em frente à tela: verão um filme do diretor negro Stanley Nelson, sobre a história dos negros e da discriminação em lugares públicos, uma mensagem do rapper Common e mensagens dos altos executivos da Starbucks, Kevin Johnson e Howard Schultz.
“Toda a administração da Starbucks assistiu à capacitação na semana passada”, disse Schultz à rede CNN na terça-feira. “A ideia é se colocar no lugar das pessoas negras, entender que existe preconceito racial, que há um viés racial inconsciente, e ver o que pode ser feito como uma empresa para criar referências para estabelecer empatia, compaixão e um ambiente acolhedor para todos”, acrescentou.