ANM interdita complexo minerário Gongo Soco, da Vale, por risco de rompimento
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
A Agência Nacional de Mineração (ANM) determinou a interdição do complexo minerário Gongo Soco, da Vale, em Barão de Cocais, na Região Central de Minas Gerais, devido a riscos de rompimento iminente do talude Norte da cava da mina, segundo comunicado enviado nesta sexta-feira (17).
A mineradora disse na noite de quinta-feira que está monitorando a estrutura 24 horas por dia e que “existe a possibilidade de deslizamento do talude norte da cava”, mas destacou não ver evidência no momento de “processo de deformação na barragem”.
Cerca de seis mil moradores de Barão de Cocais estão dentro da zona secundária de salvamento (ZSS). Neste perímetro, a onda de rejeitos pode chegar em cerca de uma hora e 12 minutos. Outros 443 moradores da zona de autosalvamento já foram retirados de suas casas em fevereiro, quando o nível de segurança da barragem foi elevado para 2. Já em março a estrutura entrou em alerta máximo de rompimento com o nível elevado para 3.
A ANM afirmou que foi acionada pela Vale em 13 de maio, acrescentando que o talude norte da cava da mina está se deslocando a uma velocidade de 5 cm por dia, o que poderia levar a um rompimento do talude “entre os dias 19 e 25 de maio” caso a aceleração continue.
“É bom lembrar que o que corre risco de rompimento é o talude da cava e não a barragem, que fica a 1,5 km de distância da cava. O risco é que a vibração gerada pelo rompimento do talude seja gatilho e influencie na segurança da barragem Sul Superior. Mas isso não se tem como prever”, explicou em nota o chefe da Divisão de Segurança de Barragens de Mineração da ANM, Wagner Nascimento.
A ANM afirmou que também notificou a Vale e determinou que a empresa tome providências emergenciais, como suspender imediatamente o tráfego do trem de passageiros no trecho do viaduto próximo à jusante da cava, que foi feito pela Vale na quarta-feira (15); monitorar por vídeo em tempo real as barragens e o deslocamento do talude e apresentar estudo de comportamento da possível onda gerada pelo rompimento do talude norte, avaliando seu impacto.
A ANM disse que há possibilidade de a vibração do impacto do rompimento do talude não afetar a estrutura da barragem. Caso ela se rompa, no entanto, a onda de inundação chegaria em Barão dos Cocais em cerca de uma hora.
Em nota, a Vale disse que tem mantido as comunidades locais informadas sobre a situação do talude da mina e que realizará um simulado de emergência com moradores no sábado. A empresa também disse que a mina está paralisada desde 2016.
Neste sábado (18) será realizado um novo simulado em Barão de Cocais para orientar os 6 mil moradores da zona secundária, dentro da área urbana da cidade.