Exportação de manga e uva do Vale do São Francisco cai 30% em 2018
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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O ano de 2018 não representou um mercado muito favorável para as exportações de frutas (manga e uva) do Vale do São Francisco. O resultado financeiro para os produtores foi mais baixo comparado ao período de 2017 devido à problemas comerciais na Europa. Segundo os órgãos da região ligados às comercializações externas, os preços de venda no ano passado chegaram a ser entre 10% e 30% menores em relação a 2017.
De acordo com o gerente executivo da Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport), Tassio Lustosa, houve uma grande queda no faturamento, relacionado à uva e à manga. “A redução foi considerável nas exportações das duas frutas. De janeiro a novembro, totalizou uma queda de US$ 50 milhões”, informou Lustosa. Os principais países da Europa em que as frutas são comercializadas são: Inglaterra, Holanda, Alemanha, Irlanda e Dinamarca.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina (SPR), Jailson Lira, o maior obstáculo no ano passado, que resultou em preços mais baixos, foi o mercado da Europa. “Houve um problema comercial devido a uma concorrência grande. É que os produtores da Europa usaram novas variedades e as colheitas das frutas ficaram mais tardias. Ou seja, as frutas da Europa eram comercializadas de junho a agosto e depois entravam as frutas do Vale do São Francisco de setembro até dezembro. Mas como eles estenderam a safra, comercializamos no mesmo período”, explicou Lira.
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Por isso, os produtores do Vale tiveram que enfrentar uma ampla concorrência. “A uva deles, por exemplo, ficou mais barata comparada a nossa porque o mercado deles é local, a uva chega fresquinha ao comércio e não tem custos grandes de transportes, como a nossa. Então, nossos preços de venda caíram. Isso foi ruim porque estávamos com uma expectativa boa, mas o mercado ficou travado e nosso retorno foi menor”, disse Lira.
Para Lustosa, isso modificou o cenário. “Houve essa supersafra na Espanha e na Itália de manga e de uva. Eles desenvolveram novas tecnologias para colheitas mais tardias. Então, as frutas ficaram abarrotadas nos comércios e pontos de venda dos países. Além disso, houve um custo maior para exportação. Isso porque as empresas do Vale precisam pagar ao continente europeu uma taxa de exportação e essa taxa ficou mais cara”, informou Lustosa.
No entanto, o presidente do sindicato informou que os problemas foram minimizados porque a venda é feita em dólar. “A moeda estrangeira estava mais valorizada e o real desvalorizado no ano passado. Como nossa venda é em dólar, o lucro não ficou mais baixo”, explicou Lira.