PIB do Brasil cresce 0,6% no 3º trimestre, puxado pelo consumo das famílias
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,6% no 3º trimestre, na comparação com o 2º trimestre, puxado pelo consumo das famílias e pelo investimento privado, segundo divulgou nesta terça-feira (3) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 1,842 trilhão.
Em relação ao 3º trimestre do ano passado, o crescimento foi de 1,2% – a décima primeira alta consecutiva nesta base de comparação.
O resultado mostra uma leve aceleração na trajetória de recuperação da economia entre julho e setembro, embora em ritmo ainda fraco e mais lento do que se esperava no começo do ano.
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O IBGE revisou o resultado do PIB do 2º trimestre para uma alta 0,5%, ante leitura anterior de avanço de 0,4%. Já o resultado do 1º trimestre foi revisado para uma estabilidade, em vez de queda de 0,1%. Veja abaixo a série trimestral atualizada:
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Entre os grandes setores, a maior alta no 3º trimestre foi da agropecuária com crescimento de 1,3%, seguida pela indústria (0,8%) e pelos serviços (0,4%). Pela ótica da despesa, o consumo das famílias cresceu 0,8% e o investimento 2%.
Já entre as atividades que tiveram retração no 3º trimestre, destaque para o consumo do governo (-0,4%) e a indústria de transformação (-1%), afetada pela queda nas exportações (-2,9%).
Veja os principais destaques do PIB no 3º trimestre:
- Serviços: 0,4% (com destaque para o comércio e atividades de informação e comunicação, com alta de 1,1%, em ambos)
- Agropecuária: 1,3%
- Indústria: 0,8% (maior alta desde o 4º trimestre de 2017, puxada pela indústria extrativa, que cresceu 12%, compensando a queda de 1% da indústria de transformação)
- Construção civil: 1,3% (com o crescimento puxado pelo mercado imobiliário)
- Consumo das famílias: 0,8% (melhor resultado desde o 3º trimestre de 2018)
- Consumo do governo: -0,4%
- Investimentos: 2% (2ª alta seguida, mas abaixo do avanço de 3% registrado no 2º trimestre)
- Exportação: -2,8% (3ª queda seguida, afetada pela desaceleração global e pela recessão na Argentina)
- Importação: 2,9%
PIB ainda está no patamar de 7 anos atrás
No acumulado em 12 meses, o PIB registrou crescimento de 1%, frente aos quatro trimestres imediatamente anteriores. No acumulado do ano até setembro, o PIB cresceu 1% em relação a igual período de 2018.
Apesar da leve melhora, o PIB ainda está 3,6% abaixo do pico da série, atingido no primeiro trimestre de 2014. O resultado mantém a economia brasileira em patamar semelhante ao que se encontrava no 3º trimestre de 2012, segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
O resultado veio um pouco melhor do que o esperado pelo mercado. A maioria das estimativas apontavam para um crescimento entre 0,4% e 0,5% no 3º trimestre, segundo levantamento do G1.
IBGE revisa PIB de 2018 para alta maior, de 1,3%
Historicamente, as projeções para o 3º trimestre possuem sempre um grau de dificuldade maior, por conta das revisões nos resultados dos últimos 2 anos incorporadas na divulgação. No início do mês, o IBGE anunciou que a alta da economia brasileira em 2017 foi maior, de 1,3%, ante 1,1% divulgado anteriormente.
Nesta terça-feira, o IBGE também revisou o resultado do PIB consolidado de 2018, para uma alta de 1,3%, em vez de 1,1%.
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PIB sob a ótica da demanda — Foto: Rodrigo Sanches/G1
Consumo das famílias acelera
O consumo das famílias acelerou para uma alta de 0,8%, após um avanço de 0,6% no 1º trimestre e de 0,2% no 2º trimestre, representando o principal destaque positivo do PIB no 3º trimestre. Foi o melhor resultado desde o 3º trimestre de 2018, quando também avançou 0,8%.
Entre os fatores que têm contribuído para um maior consumo, os analistas citam a queda da taxa básica de juros (Selic), a inflação baixa, expansão do crédito, início dos saques do FGTS – que poderão injetar até o final do ano cerca de R$ 30 bilhões na economia – e de recuperação do mercado de trabalho, ainda que lenta e puxada pela informalidade, que tem feito aumentar a massa salarial e o número de brasileiros ocupados e com alguma renda.
“Como o consumo das famílias pesa 65% da economia, claro que esses fatores dão ganho para a economia”, destacou a pesquisadora do IBGE.
Já a balança comercial mostrou forte queda de 2,8% nas exportações de bens e serviços, enquanto as importações subiram 2,9%. Os fracos resultados comerciais vêm afetando o setor externo brasileiro, com o déficit em transações correntes mostrando piora.