Setor de serviços cai 1% em junho e tem pior queda no ano
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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O volume do setor de serviços caiu 1% em junho, na comparação com o mês anterior, eliminando o ganho acumulado de 0,4% observado entre abril e maio, segundo divulgou nesta sexta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a quarta e mais intensa queda no ano.
Trata-se também da pior taxa para o mês desde 2015, quando o indicador repetiu o mesmo resultado.Resultado mensal do setor de serviçosEm %, na variação sobre o mês anterior6,86,8-2,6-2,61,81,8-0,6-0,600000,90,9-0,6-0,6-0,4-0,4-0,8-0,80,30,30,10,1-1-1Jun/18Jul/18Ago/18Set/18Out/18Nov/18Dez/18Jan/19Fev/19Mar/19Abr/19Mai/19Jun/190-5-2,52,557,5Fonte: IBGE
Na comparação com junho do ano passado, a queda foi de 3,6%.
Queda de 0,6% no trimestre
Como a indústria e o comércio, setor também fechou o 2º trimestre no vermelho (-0,6%), na comparação com os 3 primeiros meses do ano. Já no acumulado nos 6 primeiros meses do ano, houve alta de 0,6%.
“O acumulado do ano cresceu 0,6%, com ligeira perda de dinamismo frente ao segundo semestre de 2018 (0,8%). Já o acumulado nos últimos 12 meses, ao passar de 1,1% em maio para 0,7% em junho de 2019, voltou a assinalar perda de ritmo de crescimento”, destacou o IBGE.
De acordo com o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, com o resultado de junho o setor de serviços atingiu o terceiro patamar mais baixo da série histórica, iniciada em 2011. “[este patamar] só perde para maio de 2018, quando ocorreu a greve dos caminhoneiros, movimento que provocou um quadro atípico na economia brasileira e levou o setor de serviços ao patamar mais baixo, e também para março de 2017, que foi quando o setor começou a reagir após dois anos de quedas”, disse.
O pesquisador enfatizou que, até agora, o setor “não conseguiu deslanchar”, já que fechou 2018 com estabilidade depois de três anos consecutivos de queda, que acumularam perda de 11%.Volume de serviços no acumulado em 12 mesesVariação em %-1,2-1,2-1-10,60,6-0,3-0,3-0,2-0,200000,20,20,70,70,60,60,40,41,11,10,70,7jun/18jul/18ago/18set/18out/18nov/18dez/18jan/19fev/19mar/19abr/19mai/19jun/19-1,5-1-0,500,511,5Fonte: IBGE
Quedas em todas as atividades em junho
O desempenho negativo do setor de serviços foi acompanhado por todas as 5 principais atividades pesquisadas, o que não acontecia desde maio de 2018, mês da greve dos caminhoneiros, segundo o IBGE.
A queda em junho foi puxada pelo comportamento mais fraco das atividades de transportes e de comunicação e informação, que caíram 1% e 2,6% em junho, respectivamente. Juntas, elas representam quase dois terços do volume total de serviços.
Variação do volume de serviços em junho, por atividade:
Serviços prestados às famílias: -0,2%
- Serviços de alojamento e alimentação: 0,3%
- Outros serviços prestados às famílias: -3,8%
Serviços de informação e comunicação: -2,6%
- Serviços de tecnologia da informação e comunicação: -2,2%
- Telecomunicações: -0,3%
- Serviços de tecnologia da informação: -10,1%
- Serviços audiovisuais: -4%
Serviços profissionais, administrativos e complementares: -0,1%
- Serviços técnico-profissionais: 0,3%
- Serviços administrativos e complementares: -0,2%
Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio: -1%
- Transporte terrestre: 0,3%
- Transporte aquaviário: -3,1%
- Transporte aéreo: -4,4%
- Armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correio: -1,2%
Outros serviços: -2,3%
Fraqueza da economia e perspectivas
Os indicadores já divulgados continuaram a mostrar uma fraqueza da economia em junho e no 2º trimestre, após uma queda de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no 1º trimestre.
A indústria brasileira registrou queda de 0,6% em junho e fechou o primeiro semestre com um recuo de 1,6% em sua produção. No período entre abril e junho, a indústria recuou 0,7%, na comparação com o primeiro trimestre – o terceiro trimestre seguido de contração.
Já as vendas do comércio cresceram 0,1% em junho, na primeira alta desde março. No 2º trimestre, o setor registrou queda de 0,3%, na comparação com o primeiro trimestre. No semestre, o volume do comércio varejista cresceu 0,6%, frente a igual período do ano anterior.
A projeção do mercado financeiro para estimativa de alta do PIB deste ano permanece em 0,82%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Para 2020, a previsão de crescimento é de 2,1%.