Caso Miguel: ex-patroa contou ao delegado que ‘simulou’ apertar botão do elevador onde menino estava antes de cair do prédio, diz advogado
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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O advogado de Sari Corte Real, Pedro Avelino, revelou, nesta terça-feira (30), parte do que disse à polícia a ex-patroa da doméstica Mirtes Souza, mãe de Miguel Otávio, que morreu após cair de um prédio de luxo no Recife em 2 de junho (veja vídeo acima). A primeira-dama de Tamandaré, que estava responsável pelo menino quando ele caiu do 9º andar, prestou depoimento na segunda-feira (29), assim como o marido dela, o prefeito Sérgio Hacker (PSB).
De acordo com Avelino, Sari contou ao delegado Ramon Teixeira, que investiga o caso, que não apertou o botão do elevador, enviando Miguel para andares superiores do edifício como parece demonstrar as imagens da câmera de segurança. No depoimento, a primeira-dama disse que apenas “simulou” apertar o botão para que o menino saísse do local, afirmou o advogado à TV Globo.
Ainda segundo o advogado, Sari declarou que a simulação era uma tentativa de convencer Miguel a sair do elevador, pois, em outras seis vezes, o menino entrou e saiu do mesmo. Também conforme informações de Pedro Avelino, a primeira-dama disse ser solidária a Mirtes, mas afirmou que não era responsável pela morte de Miguel.
Na delegacia, Sari afirmou também que telefonou pra Mirtes três vezes, mas que todas as chamadas caíram na caixa-postal, ainda de acordo com o defensor da ex-patroa.
Tumulto em dia de depoimento
Na segunda-feira (29), Sari prestou depoimento na delegacia de Santo Amaro, que abriu às 5h50, cerca de duas horas antes do horário normal, para atender a um pedido dos advogados dela, que alegaram questões de segurança.
Em nota, a Polícia Civil declarou que a antecipação do horário não trouxe prejuízos à investigação e que o delegado deferiu o requerimento diante da possibilidade de aglomeração de pessoas e do “risco de agressão à depoente por parte de populares”.
Por volta das 8h20, a mãe de Miguel chegou ao local e declarou que esperaria até a ex-patroa sair da delegacia para “dizer uma verdade na cara dela”. Assim que houve sinal do fim do depoimento, Mirtes ficou diante da porta da delegacia, abraçada com o retrato do filho.
Às 10h50, a mãe do menino foi autorizada a entrar no local, acompanhada de um advogado. Quando saiu, ao falar com a imprensa, Mirtes contou que Sari não pediu desculpas e que a ex-patroa lhe disse que a empregada doméstica “não tinha obrigação nenhuma de cuidar dos filhos dela”.
Segundo um comissário que estava no local, o depoimento de Sari terminou por volta das 12h. Mirtes saiu do local pouco depois das 13h, acompanhada pelo advogado. A saída da ex-patroa ocorreu por volta das 14h30.
Sem falar com a imprensa, Sari saiu do local sob xingamentos da população e gritos de “assassina”. Por conta da presença das pessoas na área, a Polícia Civil montou um esquema diferente para a saída da primeira-dama de Tamandaré, deixando uma viatura na porta da delegacia. Ela entrou na viatura, mas as pessoas tentaram impedir a partida do veículo.
Algumas pessoas ficaram na frente da viatura, e outras deram tapas na carroceria do veículo. Após alguma dificuldade, os policiais conseguiram tirar Sari do local. O carro particular da primeira-dama de Tamandaré seguiu logo atrás, com parentes dela e advogados, escoltados por outra viatura policial.
Em nota, a defesa de Sari disse reconhecer “a total legitimidade das manifestações populares”. Afirmou, ainda, que, “embora se compreenda o clamor social em torno do caso”, é “preciso ter prudência e serenidade para resguardar o sagrado direito de defesa e o livre exercício da advocacia”.
Fonte: G1