Fim do abono afetaria negros, mulheres e os de baixa escolaridad
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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Levado ao centro do debate da criação do Renda Brasil, o fim do abono salarial prejudicaria trabalhadores formais mais vulneráveis. A conclusão consta em levantamento da consultoria IDados, apresentado à Folha de S.Paulo. A base do estudo é a Pnad-Covid (Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar Covid-19), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A extinção do benefício atingiria mais negros, mulheres, jovens e trabalhadores de baixa escolaridade.
A estimativa é do pesquisador Bruno Ottoni, do IDados e do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV (Fundação Getulio Vargas). A equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) elabora um programa para substituir o Bolsa Família.
O objetivo é ampliar a cobertura assistencial, sobretudo para atender uma parcela hoje socorrida pela auxílio emergencial. O benefício criado em abril, e no valor de R$ 600 até agosto, seguirá até dezembro, com mais quatro parcelas de R$ 300. Ao todo, o programa de ajuda a informais na crise causada pela Covid-19 deve custar R$ 322 bilhões.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cobra do time de Guedes um redesenho do Bolsa Família – uma marca de gestões petistas. A ideia é ampliar o programa social e mudar o nome para Renda Brasil.
Em cenário de grave aperto fiscal, o embate gira em torno da fonte dos recursos. A equipe econômica argumenta que não há margem no Orçamento para ampliar a assistência sem fazer cortes em outras áreas.
O plano é criar o Renda Brasil a partir da fusão das verbas de abono salarial, salário família, seguro-defeso, Farmácia Popular e Bolsa Família, entre outros programas federais. O impasse foi lançado dentro do próprio governo.
No dia 26 de agosto, insatisfeito com a proposta de Guedes, o presidente anunciou a suspensão do anúncio do Renda Brasil. “Não posso tirar de pobres para dar para paupérrimos”, disse, em evento em Minas Gerais.
Bolsonaro tem razão, segundo o pesquisador do IDados e do Ibre. “Concordo com a frase do presidente, ao dizer que, de fato, o abono salarial não é uma política pública particularmente direcionada a grupos ricos.”
Fonte: Folha-PE