Pandemia da Covid-19 impacta 71% dos empresários nordestinos
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Quais as consequências da pandemia da Covid-para os empresários do Nordeste? Em que aspectos os impactos foram mais fortes? A Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) procurou estas respostas por meio de uma pesquisa com 41 empresas de Fortaleza, Salvador e Recife, sócias da entidade.
A falta de capital de giro atinge 22% das companhias nordestinas. E, de acordo com o estudo, o maior dos impactos na região foi a queda nas vendas, demanda e faturamento (71%), seguida pelo aumento da inadimplência de clientes (51%). A mudança na rotina dos funcionários (transporte, disponibilidade) foi citada por 44% dos entrevistados e a suspensão total ou parcial de novos investimentos por 41%.
Diante do problema, são diferentes as medidas adotadas para enfrentar o atual contexto. Um total de 88% dos entrevistados optou pelo home office, enquanto 41% estão trabalhando na redução de custos e 24% renegociaram pagamentos. Cerca de 29% afirmaram estar em busca de novas soluções de negócio e 20% no processo de antecipar ações de transformação digital
. A resposta de transformação dos negócios também é um diferencial nordestino. Na pesquisa nacional, apenas 19% das empresas declararam estar nesta procura e 17% na jornada de digitalização.
Considerando os impactos da pandemia no Brasil, os empresários também apontaram suas expectativas de faturamento em 2020. 39% deles esperam uma queda entre 10% e 30% enquanto 27% projetam algo em torno de 30% e 50%. Do total, 12% ainda não conseguem dimensionar estes impactos e apenas 2% apontaram a possibilidade de aumento do faturamento neste ano. Sobre a reversão da atual situação, a região nordestina mostra-se mais pessimista do que o resto do Brasil. Na pesquisa nacional, 71% acreditavam na recuperação ainda neste ano enquanto 29% apontavam uma retomada a partir de 2021. No Nordeste, apenas 29% preveem que isto aconteça a partir de julho enquanto 27% apostam no 4º trimestre de 2020. Para os outros 41%, dos entrevistados isso só acontece a partir de 2021.
O advogado Gustavo Escobar, sócio da Escobar Advocacia, possui dois escritórios, em Recife e Lisboa, especializados em direito empresarial e propriedade intelectual. Dentre os principais impactos citados na pesquisa, ele afirma que o que o mais o atingiu foi o da inadimplência. “É difícil estimar porque ainda estamos fechando esse mês, mas gira em torno de 30%. Além disso, também teremos queda de faturamento, algo como 50% em relação a novas receitas, devido à paralisação das atividades”. Com uma média de 200 clientes, a maior perda refere-se aos clientes pontuais. Alguns dos fixos estão se mantendo por critérios de tolerância ou renegociação. O trabalho em home office, a que toda a equipe precisou se submeter desde o dia 15 de março, talvez tenha sido a menor das dificuldades. “Como trabalhamos em dois países, já tínhamos grande prática nas reuniões virtuais com clientes e equipe toda semana. Então, neste aspecto, poderia dizer que foi uma transição tranquila. Já tínhamos as ferramentas, não tivemos que fazer investimento novo”, explica. O que foi alvo de novas investidas foi o marketing digital para levar mais conteúdo aos clientes e sociedade em geral, de forma gratuita.
O advogado compartilha com um certo otimismo nacional, oposto ao pessimismo nordestino, em relação ao fim da crise. “É muito difícil ter esta percepção sem ter ultrapassado o fim do pico da pandemia, mas acho que ao final do último trimestre do ano, poderemos dar início a esta retomada. Precisamos, entretanto, de estímulos por parte do governo federal para gerar compensações”, conclui.
Empresas cada vez mais virtuais
Desde o início da pandemia, mais de 60 mil altos executivos buscaram as atividades online da Amcham Brasil. Antes da quarentena, a associação tinha programado, em 2020, mais de dois mil eventos presenciais com público estimado total de 90 mil pessoas. “Em um mês, com a grande corrida por lives, já mobilizamos metade desse número total de pessoas”, afirma a superintende da Amcham na Região Nordeste, Alessandra Andrade, que observa uma grande corrida por digitalização dos executivos. “O Fenômeno das ‘Lives’ invadiu também os escritórios e empresas pernambucanas. Ou seja, estamos isolados socialmente, mas não comercialmente”, reflete.
A Amcham Brasil lançou, ainda, a plataforma Soma, que une soluções empresariais mobilizando o setor privado para atender as necessidades do setor público por meio de doação e compras governamentais. Permite, ainda, a troca de ofertas entre empresários, divulgação de oportunidades de produtos ou serviços que facilitem a adaptação à situação atual. Reúne desde ofertas de consultoria gratuitas de gestão, jurídica e tributária, até ofertas online de ferramentas de gestão. A plataforma está disponível por meio do endereço www.amcham.com.br/soma
DADOS TOTAIS E REGIONAIS
Para 44% dos empresários do Nordeste, o terceiro setor pode ser decisivo no enfrentamento da pandemia ao liderar a busca por soluções entre governos, empresas e demais entidades.
Maiores desafios são de natureza econômica
Para 39%, a contração da economia e do mercado; Para 22%, a retomada das atividades econômicas. O pagamento de obrigações (salários/tributos/fornecedores) está no topo da lista para 17% da amostra.
Sobre Poder Público
*Para 44% dos entrevistados, há a necessidade de executar com agilidade as medidas já tomadas nas áreas tributária, trabalhista e de acesso a crédito.
*41% acham que a coordenação entre todas as esferas do poder público, além do setor empresarial e da sociedade, é a ação mais importante para enfrentar o coronavírus.
*15% apontaram como fundamental o aumento de gastos por parte do poder público.
Sobre restrições impostas pelo poder público (nível federal, estadual e municipal)
*61% acreditam que a suspensão de atividades consideradas não essenciais causou maior impacto
*51% afirmam que foi o fechamento temporário do comércio (51%).
*Para 20% dos respondentes, a suspensão de eventos públicos têm impactado em suas atividades.
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