Reitores de federais apontam ‘grandes prejuízos’ e se articulam contra corte de 18,2% no orçamento de 2021
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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Reitores de todo o Brasil estão se articulando para tentar evitar que mais de R$ 1,434 bilhão saiam do orçamento das universidades e dos institutos federais, em 2021. Em Pernambuco, os gestores das Universidades Federal (UFPE), Federal Rural (UFRPE) e do Instituto Federal (IFPE) afirmaram que, se o corte se concretizar, haverá “grandes prejuízos nas instituições de educação”.
No início de agosto, a Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) recebeu um ofício apontando um corte de 18,2% na proposta de orçamento para o ano que vem, depois de reunião com o Ministério da Educação (MEC) (veja vídeo acima).
Os cortes anunciados para a UFPE, que tem 40 mil alunos, e UFRPE, com 16 mil estudantes, ficaram em torno de 18%. Além disso, no IFPE, onde estudam 28 mil pessoas, terá uma redução de 20% no orçamento. Esses cortes não afetam gastos considerados obrigatórios, como salários de funcionários e aposentados.
A diminuição da verba atinge despesas como pagamento de contas de água e de energia elétrica, compra de equipamentos e pagamento de funcionários terceirizados. Juntas, as três instituições têm 2,3 mil terceirizados, que trabalham na limpeza e vigilância, por exemplo.
Reitores de universidades federais em Pernambuco falaram sobre possível corte no orçamento — Foto: Reprodução/TV Globo
Os reitores destacaram que o anúncio chega em um tempo em que as universidades já estão sufocadas por reduções sistemáticas no orçamento, que vêm enfrentando nos últimos cinco anos. Eles entendem que haverá enormes prejuízos nas atividades acadêmicas.
“Tudo isso afeta o ensino, a pesquisa e a extensão, que é o serviço que nós temos que prestar à sociedade”, disse José Carlos de Sá, reitor do IFPE.
Segundo Marcelo Carneiro Leão, reitor da UFRPE, outra área prejudicada seria a de assistência estudantil. “Hoje, a gente tem um percentual de quase 80% na nossa universidade, de pessoas com vulnerabilidade socioeconômica. São pessoas que vivem com renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo. Então, quando você corta nesse orçamento 18, 23%, porque o corte foi linear em todas as ações, o impacto na assistência estudantil é muito forte”, disse.
Pandemia
Questionados sobre se fizeram economia desde que as aulas presenciais foram suspensas, devido à pandemia da Covid-19, eles explicaram que a crise causada pelo novo coronavírus exigiu um redirecionamento de gastos.
Se, por um lado, não há despesas com os restaurantes universitários, por exemplo, por outro, foi preciso investir em tecnologia para as aulas online e em materiais como álcool e outros produtos.
As universidades também investiram dinheiro no fornecimento de 20 mil testes para Covid-19 e a produção de 50 mil face shields, distribuídos em hospitais para proteger profissionais de saúde que atuam no tratamento dos doentes.
Para evitar os cortes, os reitores estão fazendo vários contatos e dizem que isso é necessário para que as universidades não deixem de funcionar plenamente.
“Sob a liderança da Andifes, nós temos feito uma articulação com o governo, para que essa medida não seja encaminhada para o Congresso Nacional, restituindo orçamento de 2020, que nós executamos esse ano”, afirmou Alfredo Gomes, reitor da UFPE.
Fonte: G1