Caso Miguel: família do garoto e organizações sociais fazem ato por anulação de depoimento de testemunha
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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Organizações sociais e familiares de Miguel Santana, de 5 anos, que morreu após cair de uma altura de 35 metros em um prédio de luxo, no Recife, participaram, nesta quinta-feira (20), de um ato público para pedir a anulação do depoimento de uma testemunha dentro do processo criminal contra a ex-patroa da mãe do garoto, Sari Corte Real, que responde por homicídio culposo.
Segundo os parentes, a ouvida foi feita sem a presença dos representantes legais da família da vítima. O ato ocorreu em frente ao Centro Integrado da Criança e do Adolescente, no bairro da Boa Vista, na região central do Recife.
A morte do garoto ocorreu no dia 2 de junho de 2020, no Centro da capital. Quando o garoto caiu do 9º andar do edifício, estava sob os cuidados da ex-patroa da mãe dele, a ex-primeira-dama de Tamandaré, Sari Corte Real. A mãe, Mirtes Renata Souza, tinha saído para passear com a cadela dos ex-patrões.
A testemunha que está tendo o depoimento questionado foi convocada pela defesa de Sari Corte Real dentro do processo de homicídio culposo. O pedido para anulação foi protocolado no dia 3 de maio.https://ca802f27a57a6b3b9db2f48ad460e713.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
“A gente veio aqui para reforçar o pedido para a anulação da oitiva. Infelizmente o judiciário não deu nenhuma resposta sobre o nosso pedido e hoje [quinta] a gente veio para reforçar essa solicitação”, destacou a mãe de Miguel, a ex-empregada doméstica Mirtes Souza.
A mãe de Miguel cobrou uma resposta da 1ª Vara de Crimes contra a Criança e o Adolescente da Capital.
“Eles ouviram uma testemunha sem a presença do meu advogado, colocaram errado o endereço de outra testemunha. Estamos aqui em um ato pacífico, pedindo uma resposta. Se vocês vão aceitar esse tumulto no processo do meu filho, esse absurdo que vem acontecendo”, declarou Mirtes.
Emocionado, o pai de Miguel, o carpinteiro Paulo Inocêncio da Silva, pediu por justiça. “Continuamos sofrendo: É uma dor que não passa. Toda vez que a gente fala em Miguel machuca mais ainda. A gente quer justiça”, disse.
Outra crítica da família foi a lentidão no andamento do processo. A morte de Miguel completa um ano no dia 2 de junho e, atualmente, está em fase de instrução e julgamento.
De acordo com a advogada Maria Clara D’Ávila, do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), assistente de acusação no processo, a demora no andamento do processo preocupa.
“O ideal é que seja o mais rápido possível porque a memória está mais fresca e os depoimentos mais fidedignos. Quanto mais célere, melhor para o processo”, observou.
O G1 entrou em contato com o Tribunal de Justiça de Pernambuco e com a defesa da ex-patroa, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.
Caso Miguel
Miguel Otávio de Santana, de 5 anos, morreu no dia 2 de junho de 2020 ao cair do nono andar de um condomínio de luxo no bairro de São José, no Centro do Recife. A mãe dele, a ex-doméstica Mirtes Renata Santana de Souza, saiu para passear com a cadela dos patrões e o menino ficou sob os cuidados de Sari Corte Real.
Como está aquele caso: menino Miguel, morto ao cair de prédio de luxo no Recife
Imagens de câmeras de segurança registraram o momento que o menino entrou no elevador de serviço e a empregadora da mãe apertou o botão do elevador e deixou que ele subisse sozinho. Miguel caiu do 9º andar do prédio e morreu.
No mesmo dia, Sari foi levada para a delegacia e chegou a ser presa em flagrante, mas pagou fiança de R$ 20 mil para responder ao processo em liberdade. Depois de um mês da morte da criança, a Polícia Civil indiciou Sari por abandono de incapaz que resultou em morte. Em julho de 2020 Sari virou ré pela morte de Miguel.
Fonte: G1