Covid matou 44 gestantes ou puérperas entre janeiro e maio no RS, aponta boletim
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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De janeiro a maio de 2021, a Covid causou a morte de 44 gestantes e puérperas (mulheres até 45 dias após o parto) no Rio Grande do Sul. Ao longo do ano passado, o total havia sido de seis óbitos. Os dados são do Boletim Epidemiológico de Mortalidade Materna Infantil do RS, divulgado pela Secretaria de Saúde.
A alta nos números está ligada ao agravamento da pandemia e à variante P.1, originada em Manaus, que é predominante no estado, como observa o médico Paulo Sérgio da Silva Mário, integrante da Política da Saúde da Mulher, da secretaria.
“Embora o dado do ano anterior a gente tivesse somente seis [óbitos] por Covid, tinha alguns por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), na época de verão, que normalmente não temos outros vírus respiratórios causando morte de mulheres. Talvez haja mortes Covid que não tenham sido notificadas”, explica.
Os dados apontam para a importância de reforçar a conscientização para os cuidados com a doença entre as mulheres. “Especialmente nesse período. Evitar confraternizações, evitar aglomerações, não fazer chá de panela, de fralda, seja o que for, pra tentar diminuir a exposição das grávidas”, diz o médicohttps://bfed34b9bf4cd8b9cede5f8e27e495ad.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
“A gente sabe o papel da mulher em relação aos cuidados da família. Geralmente são as mulheres que assumem os cuidados com a saúde da família toda. A gente tem visto que quando o marido que adoece, os filhos adoecem, a gestante assume os cuidados, quando ela é a mais vulnerável. Havendo o adoecimento de alguma pessoa da família, a gestante deveria ficar em isolamento dessas pessoas”
Os postos de saúde e as maternidades são orientados a fazerem triagem das mulheres grávidas durante o pré-natal. Uma nota técnica publicada no ano passado pelo governo estadual recomenda a testagem de todas as gestante, entre 37 e 39 semanas de gravidez, mesmo as assintomáticas.
“Para identificar aquelas mulheres que, mesmo sem sintomas, iam chegar na maternidade, daqui a 10, 14 dias e que podiam estar assintomáticas e contaminar outras gestantes dentro das maternidades”.
Segundo Paulo, a maior parte das maternidades públicas do RS não têm ambientes de separação entre as gestantes, com espaços coletivos, como sala de pré-parto ou alojamento. “Então a gente precisa identificar as que estão positivas para separá-las dos demais”, aponta.
Médico reforça importância de isolamento da gestante no caso de contaminação na família
Comparação entre 2020 a 2021
Segundo os dados do governo, foram registradas 419 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre grávidas e puérperas no RS em 2020. Do total, 199 tiveram a confirmação da Covid, 40 foram internadas em UTIs e seis faleceram pela doença.
O perfil de maior mortalidade em 2020 é de mulheres com 30 anos ou mais, negras e com menos de sete anos de escolaridade. Os dados são parciais, porque o boletim pode receber atualizações até mais de um ano após o registro, devido a investigações.
Considerando as demais causas, no ano passado morreram 44 mulheres grávidas, uma razão de 33,7 óbitos por mil nascidos vivos.
Já em 2021, até o mês de abril foram 406 internações de grávidas, com 323 casos de Covid. Houve 106 internações em UTI, com 33 óbitos. Duas mortes ocorreram sem internação intensiva. Em maio, ocorreram outros nove falecimentos.
Fonte: G1