Médicos da maior UTI de Covid do país falam de arrependimento de pacientes antivacina que veem quadro se agravar
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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A Ômicron gerou pandemias dentro da pandemia. A primeira é uma onda que tem contaminado muita gente, mas, graças às vacinas, a maioria dos casos se desenvolve sem gravidade. A segunda pandemia é com as pessoas não vacinadas ou com o esquema vacinal incompleto. Para elas, a Ômicron se mostra tão devastadora quanto as variantes anteriores do vírus.
A face agressiva da Ômicron é visível nos leitos de UTI do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, na Zona Norte do Rio, onde a equipe do EXTRA passou um dia acompanhando a rotina. Ela está expressa nos rostos dos pacientes intubados e ligados a máquinas. Está estampada na angústia daqueles fora do tubo, mas prostrados, sem forças para reagir e cientes da gravidade de seu estado.
Dados do hospital mostram que a maioria dos casos de Covid-19 que agrava (mais de 90%) é em não vacinados ou em quem está com a vacinação incompleta. E a forma grave da Ômicron é como a da Delta e da Gamma, das ondas anteriores: tira o ar, rouba forças, inflama, infesta o corpo com trombos.
— A Ômicron aparentemente tem um menor potencial de levar ao agravamento. Mas observamos que os casos que evoluem para uma maior gravidade são os de não vacinados ou com esquema vacinal incompleto. Muitos deles estão intubados ou à beira de ir para a intubação — afirma o diretor do Ronaldo Gazolla, Roberto Rangel.
Nesses pacientes sem proteção de vacina se vê com nitidez o comprometimento pulmonar severo. Estão lá as alterações fisiopatológicas típicas das demais variantes do coronavírus, como trombos disseminados.
— Temos uma população muito vacinada e, por isso, se criou a ilusão de que a Ômicron é leve — enfatiza Rangel.
Maior UTI de Covid-19 do Brasil, o Gazolla havia dado alta ao último paciente com coronavírus em novembro de 2021. O hospital voltou a atender outras doenças, e a equipe acreditava que o pior da pandemia tivesse passado. Mas essa esperança durou pouco. Em janeiro, os casos graves explodiram.
Fonte: Jornal Extra