Se nada for feito, Nordeste terá dias muito quentes e chuvas extremas mais frequentes, diz relatório
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Sem ações de mitigação como a redução de emissão de gases do efeito estufa, o Nordeste brasileiro terá, até o fim deste século, dias muito quentes, chuvas extremas com mais frequência e maiores períodos de tempo seco. A região poderá ter até 61 dias, em média, com temperaturas acima de 40ºC até o ano 2100.
É o que mostra o grupo de pesquisadores que analisou os impactos das mudanças climáticas para a região a partir do relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e os apresentou nesta quinta-feira (10).
“O Nordeste é quente, mas temperaturas acima de 40ºC são raras. É um evento basicamente não existente. Mesmo dentro dos melhores cenários possíveis, seria algo da ordem de quatro dias por ano”, explica o climatologista e professor titular da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Alexandre Costa.
A curto prazo, até 2040, antes da metade do século e sem mitigação, esse total poderia chegar a oito dias com termômetros com mais de 40ºC. “Estaríamos colocando uma enorme população sujeita a uma temperatura capaz de provocar morbidades, desidratação severa, hipertermia e uma série de impactos à saúde humana“, acrescentou Alexandre.
As projeções ainda indicam que, se nada for feito para tentar controlar os eventos adversos climáticos extremos, a região poderá ter até 215 dias por ano com temperaturas acima dos 35ºC até o ano 2100. O cenário mais otimista indica 69 dias no mesmo recorte de tempo.
As chuvas, segundo o relatório, tendem a ser mais extremas com mais frequência, como as vistas no início deste ano, no sul da Bahia.
“As chuvas passariam a ser mais concentradas. O evento do tipo que a gente viu na Bahia ficariam piores, a não ser que a gente tratasse com a seriedade necessária”, explica Alexandre, que completa: “A gente teria muito mais tempo sem chuva no Nordeste. Não haveria uma mudança tão grande no total de chuvas, viriam mais concentradas e com grande espaçamento entre os eventos de precipitação”.
Fonte: Folha-PE