PE registra primeira morte por Doença Meningocócica em 2019
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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Foi notificada a primeira morte por suspeita por Doença Meningocócica (DM) em 2019 no Estado. O óbito foi de um homem na faixa dos 40 anos, morador da cidade de Gravatá, no Agreste. Além desse paciente, um outro doente foi registrado em Caruaru, na mesma região. A enfermidade é uma infecção bacteriana aguda grave podendo levar à meningite e a uma infecção generalizada (meningococcemia).
Na primeira semana de 2018, não houve registro de casos suspeitos nem mortes. Desde o ano passado, Pernambuco tem elevações no número de possíveis adoecimentos, inclusive com a duplicação de óbitos. Na comparação de 2017 com 2018, houve aumento de 44% nos casos suspeitos e 64%, nos casos confirmados. Durante todo o ano de 2018, foram 42 notificações de Doença Meningocócica, com 28 confirmações e quatro mortes. Em 2017, foram 29 casos, 17 confirmados e duas mortes.
Os dados fazem parte do boletim anual do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde do Estado. A coordenadora de Vigilância Epidemiológica de Gravatá, Aline Lima, informou que o paciente que faleceu neste ano deu entrada no hospital municipal no último dia 4. Ele era morador da zona rural. “A equipe identificou rapidamente os sintomas, inclusive com perda de consciência, e providenciou a transferência para a unidade de referência, que é o Correia Picanço, no Recife”, disse. Cerca de dez pessoas com quem ele teve contato muito próximo precisaram fazer tratamento de prevenção.
A assessoria de comunicação de Caruaru informou que o adoecimento de uma mulher, de 42 anos, foi comunicado no último dia 9. A paciente, que é residente do Alto do Moura, apresentou febre, dor de cabeça, vômitos e rigidez na nuca. Ela foi atendida na UPA e encaminhada para o Hospital Correia Picanço. O município disse que realizou medidas de bloqueio com medicação de profilaxia para cinco adultos e duas crianças.
O diretor de Controle de Doenças Transmissíveis da Secretaria Estadual de Saúde (SES), George Dimech, disse que, apesar da variação em números absolutos, não houve situação de surtos. Segundo ele, os casos foram isolados. “Houve um aumento dos números, mas, em geral, quando você olha os agregados no espaço e no tempo não houve um surto de grande magnitude. Todos os casos detectados foram controlados e não reverberaram”, disse, completando que o desafio está na detecção precoce do primeiro caso.
O chefe da triagem de doenças infecciosas e parasitárias do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), Filipe Prohaska, comentou que os cuidados para evitar a doença meningocócica são os mesmos das gripes e meningites. “É preciso lavar bem as mãos, não usar utensílios de outras pessoas, ter cuidado em grandes aglomerações. São dicas de cuidados parecidos com os de outras doenças”. Além disso, há a vacina meningocócica C oferecida pelo SUS para algumas populações alvo.
Vacina
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, Pernambuco vem, nos dois últimos anos, recebendo do Ministério da Saúde menos doses que o ideal. A pasta informou que a necessidade média mensal seria de 67.284 doses da vacina meningocócica C. Em 2017, o Estado recebeu 486.138 doses (média de 40,5 mil doses/mês). Em 2018, foram 484.188 doses (40,3 mil doses/mês). Com relação as doses aplicadas foram 349.675 mil em 2017 e 266.927 mil doses em 2018 (dados preliminares).
Na infância, a vacina meningocócica C deve ser aplicada aos três meses de vida e aos cinco meses. Aos 12 meses é feito um reforço, completando, assim, o ciclo em três doses. Até um ano de idade a criança deve estar com este esquema vacinal completo. Para crianças que não receberam o reforço aos 12 meses, a vacina poderá ser administrada até os quatro anos de idade. Já para o público entre 11 e 14 anos deve ser feito outro reforço ou dose única para quem não tem histórico vacinal.
O Ministério da Saúde (MS) informou que enviou, em 2018, 9,8 milhões de doses da vacina para todo o País, sendo 484,1 mil para Pernambuco. O quantitativo já enviado inclui as doses previstas para janeiro. Ressaltou ainda que a distribuição da meningocócica C ficou reduzida durante alguns meses, devido a atrasos na entrega pelo laboratório produtor. O MS realizou uma consulta à Organização Pan-americana da Saúde (OPAS) sobre a possibilidade de adquirir a vacina de um produtor internacional. Infelizmente não existe, no mundo, outro laboratório com capacidade de produção para atender a demanda do Brasil.