Dívida pública tem alta de 9,5% em 2019 e chega a R$ 4,24 trilhões; maior valor da série histórica
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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A dívida pública federal, que inclui os endividamentos do governo dentro do Brasil e no exterior, teve aumento de 9,5% em 2019, para R$ 4,248 trilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta terça-feira (28).
Trata-se do maior patamar da série histórica, que teve início em 2004. No fim de 2017 e de 2018, a dívida estava em R$ 3,559 trilhões e em R$ 3,877 trilhões, respectivamente.
DÍVIDA PÚBLICA FEDERALEM R$ TRILHÕESANOSDÍVIDA PÚBLICA INTERNA E EXTERNA20042005200620072008200920102011201220132014201520162017201820190123452012
● DÍVIDA PÚBLICA INTERNA E EXTERNA: 2
Fonte: TESOURO NACIONAL
A dívida pública subiu R$ 371 bilhões no ano passado. Desse total:
- alta de R$ 330 bilhões referem-se às despesas com juros da dívida pública;
- aumento de R$ 42 bilhões por conta da emissão líquida (acima do volume de resgates) de títulos públicos no mercado.
A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, ou seja, para pagar despesas que ficam acima da arrecadação com impostos e tributos.
Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando as operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é classificada como externa.
- A dívida interna cresceu 9,5% em 2019, para R$ 4,083 trilhões. A alta foi de R$ 355 bilhões.
- A dívida externa brasileira, resultado da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de contratos firmados no passado, registrou alta de 11,8% em 2019, para R$ 165,68 bilhões. O aumento da dívida externa foi de R$ 17,48 bilhões.
Dívida mais que dobrou
Segundo os dados do Tesouro, nos últimos dez anos, a dívida pública mais que dobrou: em 2009, o estoque da dívida estava em R$ 1,497 trilhão e, no fim do ano passado, somou R$ 4,248 trilhões.
Desse crescimento de R$ 2,751 trilhões verificado no período, mais de R$ 450 bilhões ocorreram por conta da emissões de títulos públicos para capitalizar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), instituição controlada pelo governo federal e responsável por financiar grandes projetos de infraestrutura no país nos últimos anos. A injeção de recursos ocorreu nos governos do PT.
Porém, a maior parte desse valor (cerca de R$ 430 bilhões) já retornou para o Tesouro Nacional, R$ 123 bilhões somente no ano passado. Os valores foram utilizados para baixar a dívida pública.
Segundo informações do secretário-especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, a expectativa é de o saldo remanescente de empréstimos do BNDES com o governo, de R$ 165 bilhões (por conta da incidência de juros sobre o valor emprestado inicialmente), seja devolvido até o fim de 2022.
Compradores
Os números do Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores estrangeiros na dívida pública interna registrou queda no ano passado.
Em dezembro de 2018, os não residentes no país detinham 11,22% do total da dívida interna (R$ 418 bilhões), passando para 10,43% do total, ou R$ 425 bilhões, no fim do ano passado.
Com isso, os estrangeiros seguem na quarta colocação de principais detentores da dívida pública interna, atrás de
- fundos de investimento (R$ 1,089 trilhão, ou 26,68% do total);
- fundos de previdência (R$ 1,016 trilhão, ou 24,89% do total);
- instituições financeiras (R$ 1,008 trilhão, ou 24,69% do total).
Fonte: G1