Agência dos EUA autoriza mix de vacinas contra a Covid e dose de reforço para quem tomou Janssen
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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A agência reguladora norte-americana (FDA, sigla em inglês) autorizou o “mix de vacinas” para a aplicação de doses de reforço contra a Covid-19. A prática é conhecida ainda como “intercambialidade” ou “vacinação heteróloga”.
A FDA também autorizou uma nova dose para as pessoas vacinadas com o imunizante da Janssen contra a Covid-19. A vacina, desenvolvida pelo braço de vacinas da farmacêutica americana Johnson & Johnson, é aplicada em regime de dose única.
As orientações foram divulgadas nesta quarta-feira (20) e confirmam as recomendações divulgadas por um comitê independente na sexta-feira. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos, ainda deve oficializar as diretrizes no próximos dias.
No Brasil, o mix de vacinas já é adotado. Entretanto, a dose de reforço da Janssen ainda não foi definida. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) diz ter solicitado à fabricante estudos sobre o tema.
Regra vale para vacinas aprovadas
Em seu comunicado, a FDA esclareceu que “qualquer uma das vacinas contra a Covid-19 disponíveis [e aprovadas] pode ser administrada como dose de reforço heteróloga após a conclusão da vacinação primária”.
Além disso, apontou que “as pessoas elegíveis e os intervalos para que seja administrada a dose de reforço heteróloga são iguais aos autorizados para a dose de reforço da vacina utilizada para a vacinação primária”.
No caso da Janssen, como já tinha sido sugerido pelo comitê, o intervalo será de dois meses.
“Por exemplo, pessoas com 18 anos de idade ou mais imunizadas com a vacina da Janssen podem receber uma dose única de reforço do mesmo imunizante, da vacina Moderna (meia dose) ou da vacina Pfizer-BioNTech após um intervalo mínimo de dois meses”, detalhou a FDA.
Reforço no Brasil
O imunizante da Janssen é o único em uso no Brasil que é administrado em apenas uma dose. Ele tem autorização para uso emergencial, concedida em março.
No mesmo mês, o Ministério da Saúde fechou um acordo com a Janssen para a compra de 38 milhões de doses da vacina.
Em agosto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pediu que a farmacêutica informasse os dados de estudos sobre o reforço ou revacinação do seu imunizante.
Nesta terça-feira (19), entretanto, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu anular o recebimento da denúncia por entender que o caso deve analisado pela Justiça Federal. Com isso, os denunciados deixaram de ser réus. Logo após o anúncio da decisão, o MPMG afirmou que vai recorrer.
Mais agilidade nas buscas
Enquanto o processo criminal segue a passos lentos, as buscas pelos desaparecidos podem ganhar mais agilidade.
Desde que janeiro de 2019, mais de 4,1 mil militares de Minas Gerais atuaram em Brumadinho, o que corresponde a cerca de 70% do efetivo do Corpo de Bombeiros no estado. A cada semana, atualmente, entre 50 e 60 militares chegam à Base Bravo, mas esse número já chegou a centenas e contou com reforço de bombeiros de 15 estados e do Distrito Federal.
Ao longo dos últimos mil dias, as características dos mais de 11 milhões de metros cúbicos de rejeitos despejados da barragem se transformaram, e a corporação acumulou experiência, aperfeiçoou técnicas e investiu no trabalho de inteligência.
Com isso, as fases de buscas adotadas em campo foram se modificando e, há cerca de um mês, a oitava estratégia foi colocada em prática. Trata-se da implantação das chamadas estações de busca, equipamentos desenvolvidos especificamente para Operação Brumadinho. Parte do maquinário foi importada da Finlândia.
“Com essa estratégia, a gente deve conseguir aumentar significativamente a velocidade de vistoria dos rejeitos, pode acelerar em até quatro vezes”, diz o porta-voz do Corpo de Bombeiros, tenente Pedro Aihara.
Nesses mais de dois anos, os militares conseguiram vistoriar superficialmente toda a área do desastre, que soma cerca de 290 hectares, o que equivale a aproximadamente 290 campos de futebol. Entretanto, a altura atingida pela lama varia ao longo do terreno, podendo chegar a mais de 15 metros em alguns pontos. Em termos de volume, até agora, 4 milhões de metros cúbicos passaram por vistoria.
Segundo Aihara, a experiência em Brumadinho mostrou que incidência de encontro de seguimentos corpóreos e outros indícios significativos para as buscas estava relacionada à granulometria do rejeito e, por isso, o olhar deveria ser direcionado às partículas maiores.
De acordo com o tenente, as estações de buscas foram desenvolvidas para possibilitar a separação do rejeito em fragmentos maiores e menores. A previsão é que, no mês que vem, mais um equipamento passe a funcionar em Brumadinho e, até o início do ano que vem, outros três sejam instalados, totalizando cinco.
O material depositado na área de buscas é transportado por caminhões até a estação. O rejeito é colocado em uma abertura e passa por uma peneira em vibração e, depois disso, dependendo da granulometria, o material é direcionado para esteiras diferentes.
Para o tenente, independentemente da técnica ou do tempo de buscas, esperança é uma palavra que sempre permeou o trabalho dos bombeiros em Brumadinho. Se, nas primeiras horas após o desastre, havia uma ansiedade em resgatar pessoas ainda com vida, agora a perseverança guia os militares em direção à expectativa de levar um pouco mais de conforto às famílias das vítimas com a adoção da nova estratégia.
“Quando a gente consegue entregar esse alento para a família, acaba fazendo sentindo para gente. É um trabalho muito desgastante, estressante, mas é uma operação que tem um porquê e esse porquê está muito ligado à razão de existir da corporação”, afirma.
Segundo Aihara, o compromisso do Corpo de Bombeiros é seguir com as buscas até que as 270 vítimas sejam localizadas ou enquanto houver condições fáticas para a realização dos trabalhos.
Natália, que ainda vive a angústia da espera pela despedida da irmã Lecilda, acredita que agora esse sentimento possa estar mais perto do fim.
“A gente acredita muito que vai dar uma agilidade. Eles falam que eles vão ficar até a última joia ser encontrada. E a gente acredita nisso, a gente vive isso e a gente tem uma gratidão infinita por essa operação de busca. A gente tem essa esperança, a fé em Deus que toda família vai ter o dia do encontro”, diz.
Fonte: G1