Sedentarismo aumenta casos de AVC em pessoas com menos de 50 anos
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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O Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame, é considerado a segunda principal causa de mortes no Brasil e no mundo. A informação é da Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar de ser uma doença cardiovascular mais comum entre idosos, o número de casos entre pessoas com menos de 50 anos tem apresentado um aumento nos últimos anos. Segundo o neurologista do Hospital Jayme da Fonte, Mário Mélo, o crescimento é causado pelo estilo de vida mais sedentário e de hábitos não saudáveis, como a má alimentação, uso de drogas lícitas e ilícitas, facilitando para o surgimento de doenças que apresentam fatores de risco para um derrame: hipertensão, diabetes, problemas renais e obesidade.
O AVC acontece quando existe uma interrupção na circulação do sangue para o cérebro, causando uma destruição do tecido cerebral e impedindo que o órgão receba oxigênio e nutrientes. Existem dois tipos principais do acidente vascular cerebral: o isquêmico, mais comum na população geral e jovens, quando um vaso é fechado por um trombo e interrompe o fluxo de sangue, geralmente causado por trombose e embolias; e o hemorrágico, menos comum e mais grave, quando um vaso sanguíneo se rompe espontaneamente, causando um sangramento no tecido cerebral.
Os sintomas são os mesmos. O paciente manifesta uma fraqueza ou dificuldade de sentir de um lado do corpo, como se estivesse anestesiado, dificuldade para enxergar, dor de cabeça, desequilíbrio e fala embolada. “Um modo fácil de se lembrar dos principais sintomas é a sigla SAMU: S de sorriso (o rosto fica torto); A de abraço (dificuldade de levantar o braço); M de mensagem (dificuldade de falar ou fala embolada) e U de urgente, para quando perceber qualquer um desses sintomas pedir socorro o mais rápido possível. É importante observar que os sintomas aparecem subitamente, de uma hora para outra”, ensinou Mário Mélo. A definição do tipo do AVC é feita pelo neurologista através de exames físicos e de imagem, como a tomografia.
A taxa de sobrevivência depende de diversos fatores: tempo entre os sintomas, atendimento médico, tipo de AVC, a gravidade da doença e da especialidade do serviço em tratamento. Nas primeiras horas após o surgimento dos sintomas do AVC Isquêmico, a revascularização, que pode reverter os sintomas e o paciente pode ficar sem sequelas, é o tratamento recomendado. Porém, é necessária uma avaliação individual para definição de qual o melhor tratamento para cada caso.
A hipertensão, diabetes, colesterol alto, tabagismo, arritmia cardíaca, doença renal, idade avançada, falta de atividade física e o consumo excessivo de álcool são fatores de risco para que um paciente sofra um derrame. Essas também são as condições responsáveis pelos infartos. O Acidente Vascular Cerebral pode ser causado por fatores genéticos, mas os casos são raros. “Todas e cada uma dessas doenças aumentam a chance de sofrer um derrame e cerca de 90% dos casos poderiam ser prevenidos com o controle dos fatores de risco. Por isso, é importante o reconhecimento e o tratamento dessas doenças o quanto antes”, contou o neurologista. Além da manutenção das doenças crônicas, também é recomendado a prática de atividades físicas, uma dieta balanceada com vegetais e frutas, e parar de fumar. Para as pessoas que já tiveram um AVC o ideal é que haja um acompanhamento contínuo com um especialista para o uso de medicações específicas e evitar outro derrame.
Ainda segundo o especialista, o acidente é mais comum entre os idosos e mais de 40% das pessoas com mais de 85 anos já sofreram um AVC. Apesar disso, o número de casos em pessoas com menos de 50 anos está aumentando devido a hábitos não saudáveis e sedentarismo. Em geral, pacientes do gênero masculino apresentam uma maior chance de ter a doença cardiovascular ao longo da vida e ainda mais jovens que mulheres. Ainda não há uma justificativa, mas a teoria é que seja devido a maior exposição de homens a alguns fatores de risco, ao mesmo tempo, em que as doenças são menos identificadas e tratadas. Também existe a possibilidade da existência de um efeito protetor dos hormônios femininos.
Para Mário Mélo, é possível viver uma vida normal após o AVC, apesar de metade dos pacientes sofrerem com sequelas decorrentes do derrame. Geralmente, são os próprios sintomas iniciais que perduram. “Depende muito da gravidade da sequela, do tratamento feito e da reabilitação. Para isso, é necessário o papel de todos os profissionais de saúde, especialmente fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e enfermeiros. Eles vão trabalhar para minimizar as sequelas e dar a maior qualidade de vida possível para os pacientes”, finalizou.
Para uma identificação correta e melhor forma de tratamento do Acidente Vascular Cerebral, é necessário que o paciente seja atendido em centros médicos referência em atendimento neurológico, como o Hospital Jayme da Fonte, que possui médicos especializados da área. O Sistema Único de Saúde (SUS) também oferece o atendimento.
Fonte: DP