Queda de R$ 2,14 na gasolina em dois meses traz alívio, mas consumidor espera mais redução
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Após o projeto que fixou teto de 18% para o ICMS sobre os combustíveis e três reduções de preço autorizadas pela Petrobras nas distribuidoras, o valor da gasolina teve uma queda de R$ 2,14 por litro nos postos do país em dois meses.
Desde a semana de 19 a 25 de junho, quando o litro da gasolina atingiu o maior preço, R$ 7,39, o valor já caiu 28,9% e ficou abaixo dos R$ 5 em alguns postos.
O preço médio na última semana, entre os dias 21 a 27 de agosto, foi de R$ 5,25. Já o valor minímo foi de R$ 4,19 e o máximo, de R$ 7, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
O valor máximo pago no litro do combustível chegou a R$ 8,99 na primeira semana de maio, conforme levantamento da agência.
Para saber como a queda na gasolina no último mês impactou o consumidor, o R7 visitou postos em São Paulo em que o combustível estava abaixo de R$ 5.
Redução aliviou, mas preço ainda não é o ideal
A queda do valor cobrado pelo combustível ajudou os consumidores a cortar custos, mas a diminuição ainda não foi suficiente. “O preço da gasolina ainda não está bom, não chegou ao valor de antes. O ideal seria o álcool no valor de uns R$ 3 e a gasolina, R$ 4,20”, afirma o taxista José Pereira Neto, de 61 anos. De acordo com ele, desde que o preço do combustível disparou neste ano, foi necessário ampliar sua jornade de trabalho, que chega a ser de até 11 horas por dia.
Com o corte na alíquota do ICMS, Cláudio Oliveira, operador logístico, de 59 anos, esperava ver uma queda maior do preço nas bombas. “Eu já cheguei a pagar a gasolina a R$ 7,28 neste ano, agora pago em média R$ 5,14. Estou economizando uns R$ 150 por mês, mas seria melhor se os postos cobrassem uns R$ 4,80. Gostei que a gasolina baixou, mas deveria ter uma restrição, todos os postos deveriam ter o mesmo valor, que muda muito. Eu acho que o preço poderia baixar um pouco mais, porque houve uma queda no imposto e a porcentagem foi maior, o repasse deveria ser mais proporcional”, afirma.
O motorista de aplicativo Ricardo Araújo, de 52 anos, diz que “qualquer economia neste momento ajuda, mas a gasolina precisa baixar mais”. “A redução dá uma aliviada nos gastos, mesmo que o percentual de economia seja pequeno, passei a ter uns 15% de lucro a mais. O combustível é 30% do que eu ganho por dia, somado a taxa da plataforma, dá mais da metade do que eu ganho”, completa.
Ricardo Araújo, motorista de aplicativo, de 52 anos
Segundo Araújo, a gasolina cara prejudicou a renda de motoristas de aplicativo e exigiu que muitos trabalhassem por longos períodos. “Eu só não aumentei meu tempo de serviço porque não tem como mexer mais, eu já fazia muitas corridas, hoje tenho que trabalhar no mínimo dez horas po dia. Estou nessa profissão há seis anos, e este foi um dos piores. Tenho companheiros que hoje precisam passar das 12 horas de trabalho, isso gera muito acidente. A pessoa sai de um aplicativo e vai para outro, porque algumas plataformas cortam a partir de uma certa quantidade de horas. Além disso, muitas viagens curtas não compensam mais”, conta.
Outro consumidor que precisa do combustível no trabalho, Alessando Aléssio, de 37 anos, não sentiu uma economia significativa com o corte no ICMS. “Eu trabalho fazendo entregas, arco com todos os custos, onde eu faço a descarga é em Guarulhos. Por ser longe, o valor que eu recebo de frete acaba nem compensando direito ainda, continua alto para caramba, está muito difícil. Para tentar economizar, eu procuro os postos mais baratos e só abasteço neles”, explica.
Alessando Aléssio, motorista que faz entregas, de 37 anos
Por dia, Aléssio roda cerca de 150 km e trabalha sete horas. “Meu gasto diário hoje está sendo de R$ 100, quanto estava a R$ 7 a gasolina, eu gastando de R$ 10 a R$ 15, para mim a redução teria que ser maior”, argumenta.
Aléssio faz entregas para uma plataforma de vendas online e viu a situação piorar desde a Covid-19. Formado em engenharia mecânica, ele entrou no ramo há sete anos. “Eu optei por comprar um caminhão, depois que a empresa onde trabalhava faliu, e fazer frete, mas a concorrência está muito grande, não dá mais, até tinha uma galera que me chamava, agora não mais. Na pandemia, muita gente comprou caminhãozinho, porque ficou desempregada.”
Fonte: R7