Na meta de reduzir o hábito de fumar, o Brasil recebeu notícias positivas neste mês de julho: foi o segundo país, depois da Turquia, a alcançar patamares da Organização Mundial da Saúde (OMS) em ações como a proibição do tabaco em espaços públicos e a ajuda àqueles que querem largar o vício. Dados recém-divulgados pelo Ministério da Saúde também mostraram que, em 2018, 9,3% dos adultos brasileiros das 27 capitais declararam fumar – uma diminuição significativa em relação a 2006, quando o percentual era de 16,2%. Mas a publicação anual da qual estes dados fazem parte, o Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), mostrou também algo que é uma tendência não só no Brasil, mas no mundo: o hábito de fumar persiste entre aqueles com menor escolaridade e renda. O percentual dos que se declaram fumantes no Brasil cai à medida que os anos de estudo aumentam: tabagistas são 13% entre aqueles que estudaram durante 0 a 8 anos; 8,8% na faixa de 9 a 11 anos de estudo; e 6,2% para aqueles com 12 ou mais anos de estudo. A tendência também é observada entre aqueles que fumam 20 ou mais cigarros por dia: 3,3% na faixa de 0 a 8 anos de estudo; 2,4% de 9 a 11 anos; e 1,7% de 12 ou mais anos. A publicação não traz dados para renda mas, segundo especialistas, o fumo também acompanha os mais pobres – afinal, sobretudo em países desiguais como o Brasil, os mais escolarizados tendem a ser mais ricos. Um boletim do Banco Central publicado no início do ano demonstrou, por exemplo, que em relação a um trabalhador sem instrução, o ensino fundamental adiciona 38% ao rendimento por hora; o nível médio, 66%; e o superior, 243%. Foi anunciado recentemente que o Brasil atingiu metas da OMS para combater o tabagismo — Foto: Pixabay “A associação entre pobreza e fumo é uma das relações mais consolidadas no conhecimento sobre tabagismo”, resume à BBC News Brasil Tânia Cavalcante, médica do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e secretária-executiva da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Conicq). “Estas pessoas têm menor acesso à informação, como sobre os malefícios do tabagismo, e às escolas, que hoje de uma forma ou de outra abordam o tema. Também têm menos acesso a tratamentos para deixar de fumar.” De produto luxuoso a danoso Paula Johns, diretora da organização ACT Promoção em Saúde, lembra também que o acesso à informação foi na história um divisor de águas no perfil de quem fuma. “No pós-guerra, o cigarro era vendido como um produto glamuroso. Tinha um apelo da emancipação, que atingia os formadores de opinião, como as sufragistas. A partir da década de 1960, 70, aumenta o conhecimento sobre os malefícios do produto, e o perfil começa a mudar”, explica. “A questão do acesso à informação é a principal explicação para o fato de hoje os mais pobres fumarem mais, globalmente”. Johns aponta que isto implica em um maior …
Cada vez mais pessoas na América Latina adotam meios digitais para pagamentos e transações financeiras. A tendência é apontada em estudo realizado pela consultoria IDC sobre o emprego de tecnologias digitais para atividades relacionadas a serviços financeiros. Pouco mais de mil usuários das classes A, B e C foram entrevistados no Brasil, México e na Colômbia. Segundo o levantamento, um terço dos entrevistados afirmou preferir o telefone para pagar contas e transferir dinheiro. De acordo com o levantamento, a expectativa é de que essas práticas se popularizem ainda mais no futuro. Os entrevistados manifestaram a intenção de fazer mais transações financeiras viz smartphone, como pagar uma conta de cartão de crédito, fazer uma transferência ou quitar um boleto. Da mesma forma, os consultados relataram utilizar cada vez menos agências bancárias para serviços como depositar um cheque ou fazer uma aplicação. No recorte por idade, o uso de meios digitais é mais frequente entre as pessoas de até 50 anos. Entre os entrevistados, 61% relataram utilizar smartphones para essas operações na faixa de 30 a 39 anos; 58% na faixa de 25 a 29 anos; 53% entre as pessoas com 40 a 49 anos; e 51% entre os entrevistados de 18 a 24 anos. A opção por operações pelo computador também segue essa tendência. A adesão a meios digitais de pagamento (também chamados de carteiras digitais) varia de acordo com a idade, com mais força entre os jovens. Entre os ouvidos, 66% da faixa entre 18 e 24 anos disseram utilizar esse recurso; 61% na faixa de 25 a 29 anos; 60% entre as pessoas de 30 a 39 anos; e 51% entre os entrevisatados 40 a 49 anos. Já entre os entrevistados com mais de 60 anos, o percentual ficou em 37%. De acordo com a pesquisa, mais da metade dos entrevistados relatou ter utilizado um smartphone para abrir uma conta ou obter um novo serviço financeiro nos últimos 12 meses. Neste quesito, assim como em outros, o Brasil superou a Colômbia e o México, indicando uma abertura maior dos brasileiros à adoção dessas soluções tecnológicas. Fatores Segundo os autores, determinados fatores contribuem para o aumento da popularidade desses meios na região. O primeiro é o caráter extremamente urbanizado dos países, que permite a consumidores e empresários oportunidades de ganho de escala. O segundo é a alta penetração da Internet móvel, próxima de 100%. “Os smartphones na região ajudam a fundação de serviços bancários móveis. A base saiu de 50 milhões para quase 500 milhões entre 2011 e 2020. O que você pode fazer em um smartphone é diferente do que pode fazer em um telefone”, ressalta o vice-presidente para a América Latina do IDC, Ricardo Villate. Ele alerta, contudo, que apesar de haver cerca de 480 milhões de aparelhos, ainda não há universalização pelo fato de haver pessoas que contam com dois acessos e outras que ainda não são atendidas por essa tecnologia. As previsões da consultoria indicam que nos próximos anos deve ocorrer uma estagnação no crescimento. Uma terceira característica que contribui para o desenvolvimento de serviços …
Foi concluída na manhã deste sábado (3) a transferência do último grupo de presos que saiu do Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRA) na última terça-feira (30). Dos 26 que vieram para Belém, 18 chegaram na sexta-feira (2) e oito foram transferidos hoje. Eles estavam em Marabá de onde saíram logo após a conclusão das audiências de custódia e a homologação das prisões preventivas dos envolvidos no inquérito que apura as mortes de quatro detentos em caminhão-cela, durante a transferência. A Polícia Civil indiciou 22 detentos pelos crimes de associação criminosa e homicídio qualificado. Durante o trajeto, eles usam algemas de três pontos e são escoltados por agentes penitenciários e policiais militares. Toda a operação de transferência envolve cerca de 50 profissionais da Segurança Pública. A transferência foi determinada depois que, na última segunda-feira (29), um grupo de presos da facção Comando Classe A (CCA) invadiu a ala dos integrantes do Comando Vermelho (CV), facção rival, e colocou fogo em uma das celas. No confronto 58 pessoas morreram asfixiadas ou decapitadas.
O concurso 2.175 pode pagar um prêmio de R$ 26 milhões para quem acertar as seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h (horário de Brasília) deste sábado (3) em São Paulo (SP). Para apostar na Mega-Sena As apostas podem ser feitas até as 19h (de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer lotérica do país ou pela internet. A aposta mínima custa R$ 3,50. Probabilidades A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, com preço de R$ 3,50, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa. Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 17.517,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
A produção de petróleo no paí caiu 6,4% na passagem de maio para junho. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foram produzidos nos campos nacionais 2,557 milhões de barris de óleo por dia. Na comparação com junho do ano passado, a queda chegou a 1,3%. A produção de gás natural, que somou 111 milhões de metros cúbicos por dia, também caiu 5,8% em relação a maio e 3,3% a junho do ano passado. As quedas na produção de gás e petróleo foram provocadas principalmente pela parada para manutenção da plataforma FPSO Cidade de Mangaratiba, que opera no Campo de Lula. A produção da camada pré-sal somou 1,551 milhão de barris de petróleo por dia, o que representa 60,7% do total nacional e 62,8 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, 56,6% do total nacional.
Levantamento da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro mostra que, em um período de 10 meses, três pessoas por dia denunciaram terem sido agredidas física ou psicologicamente após prisão em flagrante. O estudo abrange os meses de agosto de 2018 a maio deste ano e contabiliza 931 relatos de agressão. Parte dos relatos foi denunciada durante audiências de custódia. O estudo será apresentado hoje (2) no Seminário pelo Fim da Tortura, que ocorre na sede do órgão, no centro do Rio de Janeiro. Policiais militares foram apontados como os agressores em 82% dos casos denunciados, com 687 denúncias. Policiais civis seriam os agressores em 60; guardas municipais e agentes penitenciários, em 15; e militares do Exército, em 14. Segundo os denunciantes, 760 agressões ocorreram no local da prisão em flagrante, enquanto 36 teriam sido cometidas já nas delegacias. A unidade prisional e a viatura policial também figuram entre os locais com mais denúncias, com 19 e 13 casos, respectivamente. A defensora pública Mariana Castro afirmou que os números apontam para a necessidade de mudanças na formação dos policiais militares e do combate à lógica de guerra contra o crime. “Isso inclui um discurso de relativização dos direitos do inimigo.” Lesões aparentes Os dados registram que as denúncias de agressão física somam 869 casos, incluindo 399 de socos, 432 de chutes, 312 de tapas no rosto e 70 de utilização de sacos plásticos para sufocamento. Há ainda relatos de pauladas, pisões, choques, cortes e queimaduras. Em 57% dos casos, as agressões deixaram lesões aparentes que podiam ser identificadas no momento da audiência de custódia. Há ainda 311 casos que incluem denúncias de violência psicológica, entre os quais foram registrados relatos de ameaças de morte (130) e arma apontada para a cabeça (72). A defensora pública alerta que existe na sociedade e nas instituições uma naturalização estrutural de agressões como parte das prisões. “Isso perpassa inclusive o poder judiciário e o próprio ministério público, que muitas vezes não tratam esses casos com um olhar de enxergar a gravidade que eles traduzem”, disse a defensora.”Essas situações são tratadas como comuns e até talvez esperadas em uma situação de prisão e de combate ao crime. Existe na sociedade em geral uma ideia de que isso faz parte.” Mariana Castro conta que, mesmo quando há exames de corpo de delito comprovando as agressões, muitas vezes os juízes não entendem que a tortura macularia a legalidade do flagrante, o que, segundo ela, está previsto pela legislação e tratados internacionais. “Seria importante que o judiciário e o ministério público enviassem a mensagem de que, se o individuo for torturado na prisão em flagrante, aquele flagrante é nulo e vai ser perdido”, ressaltou. Ela informou que os casos relatados são encaminhados ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Perfil dos agredidos A Defensoria Pública também conseguiu identificar no levantamento que as agressões são mais frequentes contra pretos e pardos, seguindo a categorias de raça do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dois …
O juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília, determinou hoje (2) que a Polícia Federal (PF) envie para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes cópia da investigação sobre as invasões aos telefones celulares do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e de outras autoridades. O magistrado, que preside a investigação, cumpriu decisão proferida por Alexandre de Moraes, relator do inquérito aberto pelo STF para apurar a divulgação de notícias falsas contra integrantes da Corte. Moraes determinou ontem (1º) que todo material da investigação, incluindo mensagens de celulares, devem ser remetidos ao seu gabinete no prazo de 48 horas. Ontem, o juiz Ricardo Leite atendeu pedido da PF e decretou a prisão preventiva dos quatro investigados presos na Operação Spoofing, que investiga os ataques de hackers. Com a decisão, os investigados Danilo Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen Priscila de Oliveira e Walter Delgatti Neto vão continuar presos, mas por tempo indeterminado. Dessa forma, eles deverão ser transferidos para um presídio no Distrito Federal. De acordo com a PF, os acusados devem ser mantidos na prisão para não atrapalhar as investigações.
A Eletrobras pagou hoje (2), R$ 1,275 bilhão à Petrobras do saldo devedor dos Instrumentos de Assunção de Dívidas (IADs), assinado em 3 de dezembro de 2018, com a petroleira referente à privatização das distribuidoras. “Tem por objetivo reduzir o custo da dívida da Companhia e alongar o seu prazo médio, em linha com o Plano Diretor de Negócios e Gestão (PNDG 2019/2023)”, informou em nota a Eletrobras. Segundo a Eletrobras, os recursos aplicados na amortização foram obtidos com as debêntures captadas pela empresa conforme informou o Fato Relevante divulgado ao mercado no dia 24 de maio deste ano. Além disso, foram utilizados recursos provenientes da primeira parcela do acordo judicial firmado com a Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S.A. (Enel Distribuição São Paulo). Petrobras De acordo com a Petrobras, com esse pagamento, o saldo devedor atualizado dos IADs firmados com companhia soma R$ 9,56 bilhões, com previsão de pagamentos até 30 de janeiro de 2025. “Os recursos recebidos serão destinados ao gerenciamento de passivos da companhia, que visa à melhora do perfil de amortização e redução do custo da dívida, levando em consideração a meta de desalavancagem prevista em seu Plano de Negócios e Gestão 2019-2023”, informou a Petrobras também em nota.
A Petrobras reduziu o preço do gás de cozinha (GLP) vendido nas refinarias às distribuidoras para botijões de 13 quilos de R$ 26,20 para R$ 24,06. O novo preço entra em vigor na próxima segunda-feira (5) nas unidades da empresa. Segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), a queda do GLP residencial oscilará entre 6,5% e 12% nas refinarias. De acordo com a Petrobras, para ser comercializado em botijões de 13 quilos, o gás de cozinha tem o preço de venda formado pela média das cotações dos gases butano e propano no mercado europeu, mais uma margem de 5%. Os reajustes passaram a ser trimestrais em janeiro do ano passado. Segundo a companhia, o preço do GLP vendido para as indústrias e o comércio caiu 13%. O Sindigás informou que a redução do GLP empresarial ficou entre 11% e 17%, dependendo do polo de suprimento. A redução do GLP empresarial também entra em vigor na segunda-feira. As empresas associadas ao Sindigás foram infornadas pela Petrobras na tarde de hoje (2) da queda no preço do GLP residencial (embalagens de até 13 quilos) e empresarial (destinado a embalagens acima de 13 quilos). A redução passa a valer a partir de segunda-feira, dia 5 de agosto, nas unidades da petroleira. De acordo com as informações recebidas da Petrobras, a queda do GLP residencial oscilará entre 6,5% e 12%, e a queda do GLP empresarial entre 11% e 17%, dependendo do polo de suprimento. Em nota, o sindicato informou que o ágio praticado pela Petrobras está em cerca de 31% em relação ao preço do mercado internacional. “Esse ágio vem pressionando ainda mais os custos de negócios que têm o gás liquefeito de petróleo entre seus principais insumos, impactando de forma crucial, empresas que operam com uso intensivo de GLP”, diz o Sindigás.
O cumprimento das metas previstas no Plano Nacional de Educação (PNE) pode ajudar o Brasil a concluir, em 2024, 70% das metas previstas para 2030, pelo quarto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS4). A constatação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), obtida a partir de um levantamento que retrata a implementação do ODS4 no país, tendo por base indicadores de 2016 e 2017. Assinada por 193 países, a Agenda 2030 aponta 10 metas visando à educação inclusiva, equitativa e de qualidade e à promoção de oportunidades de aprendizagem para os estudantes brasileiros. No caso do ODS4, foram estabelecidas metas para sua implementação tanto para a educação infantil como para os ensinos fundamental, médio, profissionalizante e superior. Há também metas para a disseminação de conteúdos relacionados à sustentabilidade, à infraestrutura das escolas, ao apoio a países menos desenvolvidos e à criação de garantias para melhores condições de trabalho para os professores. No Brasil, o ODS4 conta com um relevante aliado: o PNE (2014-2024), que fixa 20 metas a serem cumpridas até 2024. Entre as metas, estão a universalização da educação, o ensino em tempo integral na educação básica, a ampliação do ensino técnico e superior e a valorização dos professores. Educação infantil e pré-escolar De acordo com o levantamento do Ipea, não deverá haver problemas mais complicados para que o país atinja a meta de prevista para o acesso à educação infantil, uma vez que 93,7% das crianças com idade entre 4 e 5 anos já estão matriculadas na pré-escola. A meta é de chegar à marca de 100% até 2030. No caso de crianças com idade até 3 anos, o estudo revela que pouco mais de um terço frequenta creche. Esse dado, especificamente, é considerado “sério” pelos pesquisadores pelo fato de implicar também dificuldades para o acesso das mães ao mercado de trabalho. Ensino fundamental e médio Segundo o Ipea, 98% das crianças de 6 a 14 anos estavam matriculadas no ensino fundamental no ano de 2016. Ese percentual, no entanto, cai para 70% quando o recorte abrange jovens de 15 a 17 anos frequentando o ensino médio. “O acesso ao ensino fundamental e médio não é um problema no Brasil, pois 98% das crianças e adolescentes de 6 a 14 anos de idade estão matriculadas na escola”, diz o estudo. “O desafio brasileiro para cumprir a meta 4.1 do ODS4 é a qualidade e a equidade no sistema escolar”, acrescenta. Na avaliação do Ipea, o percentual de alunos que não concluíram o ensino fundamental e médio na idade adequada é alto. “Apesar da universalização do acesso ao ensino fundamental, é preocupante que, em 2017, um quarto dos jovens não concluiu o ensino fundamental na idade esperada”, conclui o estudo desenvolvido pelos pesquisadores Milko Matijascic e Carolina Rolon. Tempo integral e infraestrutura Para cumprir essa meta, o Ipea sugere a oferta de ensino em tempo integral, “pois uma maior permanência dos alunos na escola permite atingir um patamar maior de aprendizagem, sobretudo para as crianças e os jovens que …
A revista inglesa “The Economist” traz na capa de sua edição publicada nesta sexta-feira (2) uma reportagem sobre o avanço do desmatamento na Amazônia. O texto diz que o presidente Jair Bolsonaro “deixou claro para os infratores que eles não têm nada a temer”. “Depois de um esforço governamental de 7 anos para retardar a destruição da floresta, o desmatamento voltou a crescer em 2013 devido ao enfraquecimento da fiscalização e da anistia dos desmatadores no ano passado”, diz a reportagem. “Embora o Congresso e os tribunais tenham barrado alguns dos esforços para acabar com o status de proteção de algumas partes da Amazônia, Bolsonaro deixou claro que os infratores não tem nada a temer”. O jornal americano “The New York Times” também noticiou o aumento do desmatamento na região amazônica. A reportagem classifica o governo atual como “extrema direita” e diz que a destruição da Amazônia aumentou rapidamente. “A destruição da floresta amazônica no Brasil aumentou rapidamente desde que o novo presidente de direita assumiu o poder e reduziu os esforços para combater a extração ilegal de madeira, a pecuária e a mineração”. A última edição da revista científica “Science” diz que o desmatamento na Amazônia está disparando, mas o presidente do Brasil diz que os dados são mentirosos. “O desmatamento na Amazônia está subindo mais uma vez, de acordo com os dados de monitoramento de satélite. O presidente de extrema direita do Brasil, Jair Bolsonaro, no entanto, contesta essa tendência e ataca a credibilidade do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe)”. Outra renomada revista científica, a “Nature” chamou Bolsonaro de “Trump tropical” e também fala das acusações contra o instituto. “Em 19 de julho, Bolsonaro acusou o Inpe de mentir sobre os números e depois sugeriu que o governo tenha o direito de aprovar os dados da agência antes da divulgação pública”. “Os dados em questão são de um sistema de monitoramento projetado para fornecer alertas rápidos para fiscalizadores detectarem novos buracos de pelo menos 1 hectare na Amazônia”. O jornalista Jonathan Watts, do jornal inglês “The Guardian” destacou o imbróglio entre o governo federal e o Inpe. O texto começa dizendo que “a floresta amazônica está sendo queimada e cortada no ritmo mais alarmante da história recente”. “Mas o governo Jair Bolsonaro está focado em reinterpretar os dados em vez de lidar com os culpados”.
A Petrobras informou que registrou lucro líquido de R$ 18,9 bilhões no segundo trimestre deste ano, um recorde histórico. Nota divulgada pela estatal informa que o resultado representa aumento de 368% em relação ao lucro líquido do primeiro trimestre do ano (R$ 4 bilhões) e 87% na comparação com o segundo trimestre de 2018 (R$ 10,1 bilhões). A principal explicação para o lucro foi a conclusão da venda de 90% da participação da Petrobras na Transportadora Associada de Gás S.A.(TAG), no valor de R$ 33,5 bilhões, dos quais R$ 2 bilhões foram usados para liquidar dívida da transportadora com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Também contribuíram para o resultado o aumento do preço internacional do petróleo e a valorização do dólar frente ao real. O Ebitda ajustado – lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ficou em R$ 32,7 bilhões no trimestre, um aumento de 19% em relação ao primeiro trimestre. O resultado foi impactado pelos preços mais elevados do petróleo, o maior volume de venda de diesel e o incremento nas margens da gasolina, nafta e gás natural. Dívida líquida O fluxo de caixa livre foi positivo pelo 17º trimestre consecutivo, somando R$ 11,3 bilhões. Já a dívida líquida manteve sua trajetória de queda em US$ 83,7 bilhões no segundo trimestre deste ano, uma redução de 12% em relação ao trimestre anterior. Os investimentos somaram US$ 2,6 bilhões, sendo 82% em atividades de exploração e produção. “Apresentamos um bom resultado financeiro no segundo trimestre, beneficiado principalmente pela venda da TAG, com lucro líquido alcançando um recorde histórico de R$ 19 bilhões. Continuaremos nossa trajetória de geração de valor, com foco nos ativos de maior retorno, como o pré-sal, e busca incessante para redução de custos”, disse o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, através da nota. Segundo a Petrobras, a produção de petróleo e gás natural da empresa alcançou 2,63 milhões de barris de óleo equivalente por dia no segundo trimestre, um aumento de 3,8% em relação ao primeiro trimestre deste ano. Somente nos campos do pré-sal, a produção cresceu 12,7%, com 1,17 milhão de barris de petróleo por dia.
A Justiça do Rio de Janeiro ouve na tarde de hoje (2) testemunhas do processo sobre os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorridos em março do ano passado. A audiência de instrução, na 4ª Vara Criminal da cidade do Rio de Janeiro, está marcada para as 14h. Como o processo corre em segredo de Justiça, no entanto, a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) não informou quem será ouvido. A imprensa tampouco poderá acompanhar a audiência. Respondem pelo homicídio os ex-policiais Ronnie Lessa (reformado) e Élcio Queiroz (expulso da Polícia Militar). A vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram assassinados com vários tiros dentro do carro da parlamentar, no centro do Rio de Janeiro. De acordo com a assessoria de imprensa do TJRJ, ainda não há previsão de data para o julgamento do caso.
A produção de petróleo no paí caiu 6,4% na passagem de maio para junho. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foram produzidos nos campos nacionais 2,557 milhões de barris de óleo por dia. Na comparação com junho do ano passado, a queda chegou a 1,3%. A produção de gás natural, que somou 111 milhões de metros cúbicos por dia, também caiu 5,8% em relação a maio e 3,3% a junho do ano passado. As quedas na produção de gás e petróleo foram provocadas principalmente pela parada para manutenção da plataforma FPSO Cidade de Mangaratiba, que opera no Campo de Lula. A produção da camada pré-sal somou 1,551 milhão de barris de petróleo por dia, o que representa 60,7% do total nacional e 62,8 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, 56,6% do total nacional.
Brasil e Paraguai cancelaram hoje (1º) a ata de um acordo entre os dois países, voltado para a compra de energia elétrica produzida pela Usina Hidrelétrica de Itaipu. O documento foi assinado pelo embaixador do Brasil no Paraguai, Carlos Simas Magalhães, e pelo embaixador paraguaio no Brasil, Federico González, em Assunção. Com essa medida, as áreas técnicas dos dois governos voltarão a negociar a contratação da energia de Itaipu. O pedido de anulação da ata foi feito pelo governo paraguaio, após a divulgação das condições do documento, o que desencadeou uma crise política no país vizinho. Após a assinatura do cancelamento do acordo, o novo chanceler paraguaio, Antonio Rivas Palacios, explicou que, em princípio, uma reunião sobre o assunto estava prevista para ocorrer em Brasília, mas o governo brasileiro concordou em adiantar a anulação da ata. Ouça na Rádio Nacional: Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha “com grande atenção” os desdobramentos da crise política no Paraguai. “O Brasil acompanha com grande atenção os acontecimentos no Paraguai que envolvem o processo de “juízo político” contra o presidente Mario Abdo Benítez”, diz ocomunicado do Itamaraty. O caso, que resultou na renúncia do chanceler Luis Castiglioni e do embaixador paraguaio no Brasil Hugo Caballero, aumentou a pressão sobre o presidente Mario Abdo Benítez, que corre o risco de sofrer um processo de impeachment. “Ao reiterar total respeito ao processo constitucional do Paraguai, o Brasil confia em que o processo seja conduzido sem quebra da ordem democrática, em respeito aos compromissos assumidos pelo Paraguai no âmbito da cláusula democrática do Mercosul – Protocolo de Ushuaia”, afirma ainda a nota do Itamaraty. A polêmica envolvendo a ata do acordo, aprovada em maio, também causou as demissões do presidente da Administração Nacional de Eletricidade (Ande), Alcides Jiménez, e do diretor paraguaio de Itaipu, Alberto Alderete. As demissões foram anunciadas na última segunda-feira (29) pelo porta-voz da presidência do Paraguai, Hernán Hutteman, que disse terem sido aceitas pelo presidente Mario Abdo Benítez. Pesou nas demissões a acusação de que a ata do acordo havia sido debatida e aprovada sem a devida transparência. Autoridades e congressistas afirmaram que o acordo negociado seria prejudicial ao Paraguai e que poderia causar um prejuízo de até US$ 300 milhões.
Levantamento feito pela Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj) revela que o consumo de sacolas de plástico caiu 39%, pouco mais de um mês após a Lei Estadual 8.006/18 entrar em vigor. A lei restringe a distribuição das sacolas pela rede varejista no Rio e vale desde 26 de junho. “Assim que a lei completou um mês, a gente começou a acompanhar com os associados que aderiram à cobrança das sacolas. A lei permite que você cobre as sacolas ou dê 100% de desconto”, disse hoje (1º) à Agência Brasil a superintendente da Asserj, Keila Prates. Na pesquisa, 80% dos associados à Asserj aderiram à doação das duas primeiras sacolas ao consumidor, cobrando a partir da terceira unidade. “Os associados que optaram por esse quadro tiveram, em média geral, 39% de redução (do uso das sacolas) nesse primeiro mês”, confirmou Keila. Metas O resultado registrado atingiu quase 40% de redução, que foi a meta estabelecida pela lei para a redução da utilização de sacolas plásticas no primeiro ano, no varejo. “Ou seja, no primeiro mês, a gente conseguiu chegar bem perto desses 40%”. No segundo ano, a lei determina mais 20% de redução e, no terceiro ano, mais 10%, o que resulta em uma meta de redução de 70% do consumo de sacolas plásticas no estado. A diminuição que já atingiu quase a meta do ano foi recebida como positiva pela Asserj. “A Asserj avalia isso como um sucesso. A lei foi muito bem aceita pelo consumidor. Tanto que, em muitos casos, o consumidor não está levando nem essas duas primeiras sacolas, tamanha foi a conscientização da população por amor ao meio ambiente e ao estado”, comentou Keila. “Eu entendo que o consumidor abraçou a causa e tem levado a sacola de casa”. Sacola de ráfia Em contraposição, houve aumento na venda da sacola retornável de ráfia. Teve supermercado que contabilizou 150% a 200% de aumento da venda dessa sacola que é mais resistente e tem duração estimada de dois a cinco anos. O custo médio da sacola de ráfia é de R$ 2,99 por unidade. “Está entrando na cultura dele (consumidor) comprar essa sacola e levá-la no ato da compra”, reforçou a superintendente da Asserj. “Isso é bem perceptível nos supermercados.” Completou que, “como consumidora, eu tenho sempre a minha (sacola) na bolsa”. Em termos ambientais, Keila Prates afirmou que o ganho é muito grande. “Foram menos 100 milhões de sacolas no estado inteiro. Cem milhões de sacolas foram evitadas de ser descartadas no meio ambiente. E olhando só para supermercados”, destacou. Consumidores O jornalista Fábio Barros disse que assim que ficou sabendo da lei comprou três sacolas, sendo uma grande e duas médias, que leva com ele quando se programa para ir ao supermercado. Confessou, entretanto, que às vezes esquece. “Por coincidência, hoje isso aconteceu comigo. Estava no primeiro lance de escada quando lembrei e voltei para buscar as sacolas. Comprei coisas pesadas”, conta. Barros acredita que muitas pessoas passarão a levar suas sacolas de casa. “Quando dói no bolso, a gente acaba se conscientizando mesmo.” …
A força-tarefa de procuradores que atuam na Operação Lava Jato em Curitiba afirmou hoje (1º) que o procurador Deltan Dallagnol nunca pediu para a Receita Federal investigar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ou seus familiares. Em nota divulgada à imprensa, a força-tarefa disse que as informações que surgiram durante as investigações sobre pessoas que têm foro privilegiado foram encaminhadas à Procuradoria-Geral da República (PGR) por meio de devida formalização. “As investigações realizadas pelos integrantes da força-tarefa sempre foram restritas ao escopo de suas competências perante a 13ª Vara Federal, na 1ª instância do Judiciário. As informações sobre detentores de foro privilegiado que chegaram ao grupo sempre foram repassadas à Procuradoria-Geral da República, como determina a lei. Algumas dessas informações chegaram à força-tarefa porque ela desempenha o papel de auxiliar da PGR na elaboração de acordos, mas nunca por causa de investigações”, diz a nota. A manifestação foi motivada por novas supostas conversas envolvendo o procurador. Em sua publicação mais recente, nesta quinta-feira (1º), o jornal Folha de S.Paulo e o site Intercept Brasil divulgaram mensagens em que o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, estaria estimulando a força-tarefa a investigar ministros do Supremo, entre eles Gilmar Mendes e o presidente da Corte, Dias Toffoli, por meio de informações da Receita Federal. A iniciativa abarcaria ainda as esposas dos ministros. Os procuradores também afirmaram que não reconhecem as conversas divulgadas pelo site e que as mensagens “têm sido usadas, de forma editada ou fora de contexto, para embasar acusações e intrigas que não correspondem à realidade”.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso decidiu hoje (1º) que o Ministério Público do Rio de Janeiro e a polícia podem prosseguir com as investigações sobre a suposta participação da deputada federal Flordelis (PSD-RJ) no assassinado de seu marido, o pastor evangélico Anderson do Carmo, ocorrido em junho deste ano. Após iniciar a investigações, o MP enviou o caso para o Supremo por constatar o possível envolvimento da deputada no crime. Como deputados têm foro privilegiado na Corte, os promotores pediram uma manifestação sobre a continuidade das investigações na primeira instância da Justiça. Ao decidir o caso, o ministro Barroso entendeu que o suposto crime de homicídio não tem relação com o mandato parlamentar. Dessa forma, a investigação deve continuar na primeira instância. “O foro privilegiado constitui instrumento para garantir o livre exercício de certas funções públicas, não havendo sentido em estendê-lo a crimes que, cometidos após a investidura, sejam estranhos ao exercício das respectivas funções”, disse o ministro. No ano passado, a Corte decidiu restringir o foro e determinou que parlamentares só podem responder a processos no STF se as acusações estiverem relacionadas com o mandato. Nota da deputada Em nota, a assessoria da deputada afirma que, em razão da decisão do STF, é preciso esclarecer que, em nenhum momento, Flordelis solicitou ou reivindicou a prerrogativa de não ser investigada pela polícia e pela Justiça. “O STF foi provocado pelo Ministério Público, porque a lei assim exige”, destaca o texto. “A decisão não surpreendeu a deputada Flordelis, porque ela tem conhecimento [de] que a prerrogativa só seria aplicada se o crime investigado tivesse ocorrido em razão do mandato dela”, acrescenta o comunicado. O texto lembra que, antes da decisão, a deputada colocou-se à disposição da polícia em todos os momentos em que foi solicitada e que tem todo interesse na solução do caso. “Ela precisa saber quem foram os autores do crime e as razões que tiveram. Só depois disso ela terá paz”, conclui a nota.
O governo federal vai ampliar em pouco mais de 7,3 mil o número de médicos nas áreas mais carentes do país, sendo que 55% dos profissionais serão contratados para atender as regiões Norte e Nordeste. O Programa Médicos pelo Brasil, lançado hoje (1º), em substituição ao Mais Médicos, define novos critérios para realocação dos profissionais considerando locais com maior dificuldade de acesso, transporte ou permanência dos servidores, além do quesito de alta vulnerabilidade. A nova proposta ainda prevê formação de médicos especialistas em medicina da família e comunidade. Confira a galeria de fotos do lançamento do programa Médicos pelo Brasil Ao todo, serão 18 mil vagas. O novo programa vai coexistir com o Mais Médicos até o fim dos contratos que estão vigentes. Os médicos que quiserem migrar para o Médicos pelo Brasil também terão que participar do processo seletivo. De acordo com o Ministério da Saúde, na atenção primária – base do Sistema Único de Saúde (SUS) – é possível resolver cerca de até 80% dos problemas de saúde, como diabetes, hipertensão e tuberculose. “É o momento que olhamos decisivamente para a atenção básica. Vamos reestruturar o sistema de saúde brasileira partindo da atenção primária. Isso vem de uma sequência de ações”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante cerimônia no Palácio do Planalto. “Embora o nome seja atenção básica ela é muito mais complexa do que a atenção especializada, ela mexe com a dinâmica da sociedade, é ali que se faz a porta de entrada e a responsabilização da vida do indivíduo”, completou. Os médicos do novo programa serão selecionados por processo seletivo para duas funções: médicos de família e comunidade e tutor médico. Todos deverão ter registro no Conselho Regional de Medicina (CRM). Os médicos formados no exterior, inclusive os cubanos que deixaram o Mais Médico e continuaram no Brasil, deverão passar pelo processo de revalidação do diploma (Revalida) para obter o registro e atuar no programa. Presidente Jair Bolsonaro comemora lançamento do programa Médicos pelo Brasil. (Antonio Cruz/Agência Brasil) A medida provisória que cria o Médicos pelo Brasil foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro hoje e será encaminhada para avaliação do Congresso Nacional. Segundo o ministro, assim que for aprovada, o governo vai lançar edital para a seleção e contratação dos profissionais. Atualmente, existem 3,8 mil vagas, mas, até o final de 2020, o governo espera ocupar todas as 18 mil vagas, que hoje são Mais Médicos e passarão para o novo programa. O orçamento previsto para o Mais Médicos (R$ 3,4 bilhões, em 2019) será, gradativamente, transferido para o novo programa. Contratação Para a função de médico de família e comunidade, os profissionais que forem aprovados em teste escrito serão alocados nas unidades de Saúde da Família predefinidas pelo Ministério da Saúde. Eles terão dois anos para concluir o curso de especialização em Medicina de Família e Comunidade, recebendo bolsa-formação de R$ 12 mil mensais e gratificação de R$ 3 mil adicionais para locais remotos ou R$ 6 mil adicionais para distritos indígenas, além de …
Após 14 anos de debates, entrou em vigor esta semana na Holanda a lei da burca, que” proíbe o uso de peças de vestuário que “cubram o rosto” em locais públicos como instituições de educação e saúde, repartições e transportes públicos. Véus islâmicos que só cobrem os cabelos não foram incluídos na legislação. O Ministério do Interior pediu que as autoridades locais e corporações implementem a norma. Elas devem pedir que a pessoa em questão mostre o rosto; caso ela se recuse, poderá ter o acesso vedado a áreas públicas ou ficará sujeita a multas de até 150 euros. Um partido político islâmico de Roterdã informou que pretende pagar todas as penalidades financeiras de quem for apanhado usando algum acessório proibido. Além de afetar cerca de 150 mulheres que usam regularmente o niqab (véu que só deixa os olhos de fora) e burca (cobrindo o rosto e o corpo) no país, o banimento também se dirige aos portadores de capacetes completos e balaclavas (toucas “ninja” que cobrem o rosto). Estimativas apontam que menos de 400 mulheres usam ocasionalmente os trajes islâmicos que passam a ser proibidos. Mas, em diversas cidades, as tentativas de aplicar a nova norma já esbarram na desaprovação por parte de hospitais, operadores de transporte público e até mesmo de policiais. Um porta-voz da companhia de transporte de Roterdã disse que os funcionários não devem tentar aplicar a norma. “A polícia nos disse que aplicar a proibição não é uma prioridade e, portanto, nenhum agente será deslocado para atender alguma ocorrência em menos de 30 minutos. Isso significa que nossos funcionários não contarão com apoio da polícia. E não é responsabilidade dos funcionários impor uma lei e aplicar multas”, disse Pedro Peters, da companhia RET. Um serviço de radiodifusão informou que policiais disseram que não pretendem deslocar viaturas para perseguir algum bonde ou ônibus “que esteja transportando um passageiro que desrespeite a ‘lei da burca’”. A imprensa holandesa também ouviu diretores de hospitais que informaram que não pretendem orientar seus funcionários a aplicar a regra. “Isso não é o trabalho do hospital, mas da polícia e do Ministério da Justiça”, disse uma instituição de Amsterdã, em nota. Apesar das dificuldades já previstas na aplicação, o populista de direita Geert Wilders louvou a resolução, supostamente a primeira “medida anti-islamista” instituída no país, e falou de um “dia histórico”. A Holanda é tradicionalmente considerada um bastião de tolerância e liberdade religiosa na Europa. França foi pioneira na proibição A França foi a primeira nação europeia a banir o véu islâmico de rosto inteiro, quase dez anos atrás. Segundo dados oficiais, teriam sido aplicadas até hoje multas entre 134 e 1.340 euros em 39 casos, incluindo 22 portadoras de burca. Em 2018 um comitê das Nações Unidas condenou a legislação, como violação dos direitos humanos. Outros países europeus, como Bélgica e Suíça, seguiram o exemplo francês. Na Dinamarca a burca está proibida há exatamente um ano, apesar de oposição acirrada. Na Áustria o banimento vigora desde 2017, e no início …
O dia de hoje (1º) nos Jogos Pan Americanos o Brasil conquistou duas pratas no boxe e um bronze no ciclismo de pista, além de garantir o país na final de badminton masculino e bons resultados no tênis, surfe e handebol. Confira os principais destaques do Brasil hoje em Lima. Pratas no boxe Keno Marley Machado ficou com a prata na categoria meio-pesado (até 81 kg) após perder para o campeão olímpico na Rio 2016 Julio Cezar La Cruz Peraza, de Cuba. A brasileira Jucielen Cequeira Romeu também conquistou a prata, após ser derrotada pela argentina Leonela Rosa No Sanchez no peso galo feminino (54-57 kg). Ambas as lutas ocorreram na noite de hoje. Com as duas pratas desta quinta-feira, o Brasil conquistou, até o momento quatro medalhas na modalidade. Amanhã (2), também haverá duas disputas pelo ouro na modalidade: No peso médio (75), Herbert William Carvalho Conceição enfrenta o cubano campeão olímpico Arlen Lopez Cardona e Beatriz Iasmin Soares Ferreira luta contra a argentina Dayana Erika Lo Sanchez na categoria até 60 quilos.
O governo federal lançou hoje (1º), na capital paulista, a primeira parte do Pró-Infra, a agenda de ações de logística, energia, saneamento básico, mobilidade urbana, telecomunicações e habitação popular do Ministério da Economia. De acordo com o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Alexandre Jorge Da Costa, as ações estão baseadas em três eixos principais: reduzir a participação do governo em projetos de infraestrutura; aumentar a presença da iniciativa privada; e fazer planejamento de longo prazo, estável e intersetorial com foco em eficiência econômica. “Não é reduzir acabando com o gasto público, o investimento público em infraestrutura. Até precisamos reduzir mesmo, mas é aumentando muito mais o investimento privado”, disse o secretário. De acordo com Da Costa, o governo busca uma utilização mais inteligente do recurso público, e um “grande salto” de investimento privado, “que em geral é investimento de melhor qualidade, mais bem gerido, mais eficaz, que traz mais tecnologia”. “O que nós vimos nos últimos anos foi uma substituição de investimento privado em investimento público. Você aumentava o investimento público, ou dava mais crédito ao investimento público, ou dava mais crédito por conta do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] para obras que o setor privado já queria fazer”, disse o secretário. Entre as metas previstas no Pró-Infra, estão elevar, até 2022, a atual posição do Brasil (81ª) para o 71º lugar no ranking de infraestrutura do Fórum Econômico Mundial, e aumentar o investimento anual em infraestrutura de 1,6% para 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB). Crescimento do PIB Da Costa estimou que o país poderá ter um crescimento do PIB superior a 4% caso venha a conseguir realizar as reformas estruturais, como a da Previdência e a tributária. “É factível até 2022, sim [o PIB crescer 4%]. Se nós conseguirmos aprovar a reforma da Previdência, o choque de investimento privado em infraestrutura, reforma do Estado, reforma tributária, o Programa Simplifica, e avançarmos com os vários marcos legais no programa Concorrência para a Prosperidade”, disse.
Os casos de câncer de pulmão no Brasil só são identificados em estágio avançado em 86,2% dos pacientes. O número foi divulgado, hoje (1º), pela organização não governamental Instituto Oncoguia, a partir dos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Segundo o levantamento, foram registrados 6,9 mil casos de câncer de pulmão em 2016. Porém, a estimativa é de que a maior parte dos novos pacientes com a doença não tenha ainda diagnóstico, o que eleva para 28 mil os casos de câncer de pulmão. O diagnóstico tardio, com a doença em estágio avançado, diminui a expectativa de vida do paciente. No caso dos tumores identificados no estágio inicial, a chance do paciente morrer nos próximos cinco anos é de 64%. Caso o tumor só seja encontrado no terceiro estágio, a probabilidade de morte em cinco anos sobe para 87%, e no quarto ano, chega a 90%. O problema do diagnóstico tardio é ainda pior em algumas partes do país. Os casos de câncer de pulmão diagnosticados somente em estágio avançado chegam a 100% em Sergipe e a 95% no Pará, no Ceará e na Bahia. No Brasil, o câncer de pulmão é o tipo de tumor que mais mata, apesar de ser o quarto em maior incidência. Os números indicam ainda que em 79,1% dos casos de câncer de pulmão há relação com o tabagismo. Grupo de risco Para o cirurgião torácico Ricardo Sales dos Santos, uma das maneiras de conseguir fazer um diagnóstico precoce do câncer de pulmão é dar atenção ao grupo de risco de contrair a doença. “O grupo de risco principal são as pessoas acima dos 50, 55 anos e que tenha fumado por pelo menos 30 anos um maço de cigarro por dia. Essa exposição pesada à toxina, aos carcinógenos, levam esse grupo a ter uma chance de ter câncer de pulmão da ordem de 30 vezes mais do que a população geral”, explicou o médico. Nesses casos, Santos defende que pode-se recomendar a realização de uma tomografia mesmo que a pessoa não apresente sintomas. “Realizar uma tomografia de baixa dose. É o mesmo tomógrafo, só que é possível repetir essa tomografia várias vezes, porque se o paciente tem um achado suspeito, ele precisa ser acompanhado. Não precisa ser exposto à radiação em altas doses”. “Esse câncer descoberto pela tomografia não sintomático, nos estágios iniciais, a cirurgia é curativa. Enquanto os pacientes que desenvolvem sintomas geralmente têm o câncer na fase avançada”, acrescentou o especialista sobre a importância de encontrar os tumores ainda nos primeiros estágios de desenvolvimento. A presidente do Oncoguia, Luciana Holtz, lembra da necessidade de combater o hábito de fumar. “Mais e mais campanhas antitabagistas”, enfatizou. Para ela, é fundamental ainda ajudar quem quer largar o tabaco. “Cuidar desse tabagista, realmente oferecer um cuidado maior, multidisciplinar, para ele. A gente sabe que parar de fumar é muito difícil”.
Mais de 170 países celebram, de 1º a 7 de agosto, a Semana Mundial do Aleitamento Materno. No Brasil, o mês será de eventos para promover a amamentação natural e melhorar a saúde de bebês, dentro das ações do Agosto Dourado. A cor foi escolhida em referência ao “padrão ouro” de qualidade do leite materno. O slogan deste ano é Empoderar mães e pais, favorecer a Amamentação: hoje e para o futuro!, com o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre a importância de todos contribuírem para garantir às mães a prática do aleitamento materno. A campanha é encampada no país pelo Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de pediatria e organizada pelo Centro de Referência Nacional de Bancos de Leite Humano (BLH) e Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). A gerente do BLH do IFF/Fiocruz, Danielle Aparecida da Silva, destaca a importância da rede de apoio para que a mãe possa amamentar de forma otimizada. “Muitas vezes a gente pensa que amamentar é coisa da mulher, da mãe. E não é. Ela precisa ser apoiada para amamentar e não desanimar no processo, que não é tão fácil assim. Não é só fisiológico, tem outras questões. Ela precisa de apoio do marido, da mãe, da sogra, da sociedade como um todo”. Segundo ela, a rede de apoio de familiares, amigos e colegas pode ajudar a reduzir fatores como o estresse e até mesmo a confiança da mãe, que influenciam os hormônios e a produção e descida do leite. “Os homens se perguntam o que podem fazer. Se ele faz um carinho, faz um ambiente confortável, ajeita uma almofada nas costas, traz um copo de água. Ele participando desse momento, vai se sentir tão empoderado e vai ter esse momento de carinho com a família como um todo, criar esse vínculo ainda maior com o bebê. A avó pode oferecer uma alimentação mais saudável, colocar para arrotar, trocar a fralda. São essas pequenas coisas que dão tranquilidade para a mulher elevar a produção de leite”. O instituto ressalta que o aleitamento materno fornece todos os nutrientes que a criança precisa para o desenvolvimento saudável. A gerente lembra que a amamentação traz vantagens emocionais, sociais, ambientais, econômicas e de saúde para toda a sociedade e precisa também do apoio das empresas para oferecer ambientes adequados para as mães que retornam da licença maternidade fazerem o armazenamento do leite. “Assim como eu posso pegar uma maçã e comer na rua, a mãe está apenas alimentando seu filho. O que é muito melhor, porque ela não vai precisar de pote nenhum, não vai gerar lixo nem sujar as ruas da cidade. Se a gente pensa que uma criança amamentada estabelece um vínculo familiar maior, com aspectos psicológicos e emocionais, teremos uma sociedade melhor no futuro. E se amamentar protege a saúde na primeira infância e na vida adulta, o gasto na saúde pública vai ser menor, com adultos mais saudáveis”. Atividades Dentro das atividades programadas para o Agosto …
Brasil e Paraguai cancelaram hoje (1º) a ata de um acordo entre os dois países, voltado para a compra de energia elétrica produzida pela Usina Hidrelétrica de Itaipu. O documento foi assinado pelo embaixador do Brasil no Paraguai, Carlos Simas Magalhães, e pelo embaixador paraguaio no Brasil, Federico González, em Assunção. Com essa medida, as áreas técnicas dos dois governos voltarão a negociar a contratação da energia de Itaipu. O pedido de anulação da ata foi feito pelo governo paraguaio, após a divulgação das condições do documento, o que desencadeou uma crise política no país vizinho. Após a assinatura do cancelamento do acordo, o novo chanceler paraguaio, Antonio Rivas Palacios, explicou que, em princípio, uma reunião sobre o assunto estava prevista para ocorrer em Brasília, mas o governo brasileiro concordou em adiantar a anulação da ata. Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha “com grande atenção” os desdobramentos da crise política no Paraguai. “O Brasil acompanha com grande atenção os acontecimentos no Paraguai que envolvem o processo de “juízo político” contra o presidente Mario Abdo Benítez”, diz ocomunicado do Itamaraty. O caso, que resultou na renúncia do chanceler Luis Castiglioni e do embaixador paraguaio no Brasil Hugo Caballero, aumentou a pressão sobre o presidente Mario Abdo Benítez, que corre o risco de sofrer um processo de impeachment. “Ao reiterar total respeito ao processo constitucional do Paraguai, o Brasil confia em que o processo seja conduzido sem quebra da ordem democrática, em respeito aos compromissos assumidos pelo Paraguai no âmbito da cláusula democrática do Mercosul – Protocolo de Ushuaia”, afirma ainda a nota do Itamaraty. A polêmica envolvendo a ata do acordo, aprovada em maio, também causou as demissões do presidente da Administração Nacional de Eletricidade (Ande), Alcides Jiménez, e do diretor paraguaio de Itaipu, Alberto Alderete. As demissões foram anunciadas na última segunda-feira (29) pelo porta-voz da presidência do Paraguai, Hernán Hutteman, que disse terem sido aceitas pelo presidente Mario Abdo Benítez. Pesou nas demissões a acusação de que a ata do acordo havia sido debatida e aprovada sem a devida transparência. Autoridades e congressistas afirmaram que o acordo negociado seria prejudicial ao Paraguai e que poderia causar um prejuízo de até US$ 300 milhões.
A queda nas exportações de commodities(bens primários com cotação internacional), principalmente de petróleo e soja, fez a balança comercial registrar o mais baixo superávit para meses de julhoem nove anos. No mês passado, o país exportou US$ 2,293 bilhões a mais do que importou, valor 40,8% inferior a julho de 2018. Desde 2010, o saldo não registrava níveis tão baixos para meses de julho(US$ 1,332 bilhão). Tanto as exportações como as importações caíram no mês passado. Em julho, o país vendeu US$ 20,054 bilhões para o exterior, com recuo de 14,8% pelo critério da média diária em relação ao mesmo mês do ano passado. As importações somaram US$ 17,761 bilhões, redução de US$ 8,9% também pela média diária. Com o resultado de julho, a balança comercial acumula superávit de US$ 28,369 bilhões nos sete primeiros meses do ano. O valor é 16,3% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado (US$ 33,891 bilhões). As exportações somam US$ 129,896 bilhões, retração de 4,7% na comparação com o mesmo período de 2018 pela média diária. As importações totalizam US$ 101,527 bilhões, recuo de apenas 0,9% pelo mesmo critério. Segundo o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Herlon Brandão, a maior parte da queda do saldo em julho é explicada pela soja, cujo valor exportado caiu 34,6% em julho deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado, e pelo petróleo, cujas vendas recuaram 61,2% na mesma comparação. “Sozinhos, esses dois produtos responderam por 57% da queda do superávit comercial”, destacou. Em relação ao petróleo, Brandão disse que a desaceleração da economia mundial está reduzindo a demanda global por combustíveis. Sobre a soja, ele explicou que problemas sanitários estão reduzindo a produção de carne suína na China, impactando a demanda do país asiático pela soja brasileira, usada na alimentação dos porcos. Outro fator que contribuiu para a queda das vendas externas foi a exportação de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 1,2 bilhão ocorrida em julho do ano passado que não se repetiu este ano. Em contrapartida, as importações de plataformas de petróleo também caíram. No mês passado, o país importou duas plataformas no valor de US$ 3,3 bilhões, contra cinco plataformas que entraram no país em julho do ano passado. Categorias Todas as categorias de produtos registraram queda nas exportações em julho. As vendas de manufaturados recuaram 12,3% em relação às de julho do ano passado, com destaque para turbinas de aviação (-45,9%), veículos de carga (-33,6%), autopeças (-16,2%). Segundo Brandão, a crise na Argentina, o principal importador de bens industrializados do Brasil, continua a contribuir para a queda. As exportações de semimanufaturados caíram 4,6% em relação ao mesmo mês do ano passado, com destaque para óleo de soja bruto (-49,1%), catodos de cobre (-26,5%) e semimanufaturados de ferro e aço (-15,5%). A maior retração foi registrada nos produtos básicos, com queda de 16,7%. Além do petróleo e da soja, puxaram o recuo o minério de cobre (-32,7%), a carne de frango (-12,5%) e a carne …
Quando as primeiras luzes no Palácio do Campo das Princesas foram acesas no início da noite de 31 de março de 1964, o clima era de incontida apreensão. Na sede do governo estadual de Pernambuco, situado às margens do rio Capibaribe, no centro urbano do Recife, todos que lá estavam sabiam que a situação ficara insustentável. Os apoios políticos do revolucionário líder das Ligas Camponeses, Francisco Julião, e o decantado esquema militar do presidente Goulart revelavam-se vazios ou inexistentes. Solitário, cercado apenas por dois ou três amigos e pelo grupo de militares que viera com a missão de afastá-lo do governo ou prendê-lo, o governador Miguel Arraes de Alencar liberou seus auxiliares que ainda permaneciam na sede do governo. O jornalista Alexandrino Rocha, assessor de Imprensa do governador, também sabia não haver outra saída, além das portas do Palácio. Apreensivo, pegou seu automóvel e tomou o rumo de casa. No caminho em meio ao tumulto da cidade avistou um vizinho e lhe ofereceu bigu. Antes de mais nada, é preciso esclarecer que, no Nordeste, bigu é sinônimo de carona. Seria corruptela da expressão “be good”, usada pelos militares americanos aquartelados em Natal (RN), durante a II Guerra Mundial. Agradecido diante da dificuldade de transporte, o vizinho – um médico excêntrico que Alexandrino conhecia de bons-dias e boas-noites – acomodou-se no banco do carona e começou a contar casos de inúmeras prisões e de outros tantos espancamentos que estavam ocorrendo. As histórias eram reais, como eles comprovariam minutos depois. Mal estacionara em frente à sua casa, Alexandrino foi cercado por policiais e recebeu voz de prisão. O médico tropeçando nas próprias pernas saltou do carro, desequilibrou-se e tentou segurar-se a um agente policial reconhecendo de imediato a gravidade do gesto e da situação: – Tás reagindo à prisão cabra safado… – disse-lhe o policial, acrescentando à frase sonoro bofetão. Conduzidos à Secretaria de Segurança Pública, o jornalista foi encaminhado às autoridades do IV Exército, enquanto o médico era colocado num comprido banco de madeira já ocupado por um grupo de camponeses presos no Interior do Estado. Imediatamente chegou uma patrulha do Exército com o comandante indagando pelos subversivos. Levou todos: os camponeses e o médico. A noite já era madrugada quando o dr. Antero – era este o nome dele – viu-se dentro de uma cela junto a outros senhores. Afinal pôde constatar que fora preso como comunista e levado a um quartel na cidade vizinha de Olinda. A ele restou passar as quatro ou cinco noites e dias que se seguiram, repetindo a frase que ecoava pela prisão, irritando o mais passivo dos companheiros: – Ô biguzinho filho da puta! Ô biguzinho filho da puta! Quase uma semana depois aconteceriam mudanças no comando do quartel. O comandante havia sido nomeado para outras funções e como é de praxe, os presos seriam identificados burocraticamente. Todos presentes, chamada feita, restou um cidadão de branco, roupas já sujassem desalinho: – E o senhor aí, o que está fazendo em meu quartel? – quis saber …
Seis em cada dez brasileiros das classes A, B e C utilizam meios digitais de pagamentos, como aplicativos próprios – PayPal, PagSeguro e Google Pay -, canais de pagamento de contas, compras e transação pela Internet. A informação está no estudo sobre mudanças nos hábitos de consumo de serviços financeiros diante das novas tecnologias elaborado pela empresa IDC que entrevistou mais de mil pessoas, de classes média e alta, em três dos maiores países da América Latina: Brasil, Colômbia e México. No Brasil, mais de 14% dos entrevistados realizam operações financeiras por meio de smartphones(Arquivo/Marcello Casal Jr/Agência Brasil) O resultado do levantamento apresentado em Nova Iorque (EUA) ainda apontou que, apenas no Brasil, 61% dos entrevistados responderam recorrer a meios digitais de pagamento ou “carteiras digitais”. No México, o resultado foi semelhante (62%) e, na Colômbia, pouco mais da metade das pessoas ouvidas afirmaram utilizar esses recursos (52%). A adesão foi menor em relação as chamadas fintech, empresas que oferem serviços bancários ou financeiros de instituições sem locais físicos. Entre os ouvidos, 56% manifestaram adotar esse tipo de meio de pagamento no Brasil, contra 34% no México e 30% na Colômbia. “As pessoas estão movendo de uso tradicional de dinheiro e cartão para pagamentos digitais. Uma coisa chave é confiança. Nós usávamos dinheiro porque era lastreado em ouro. Outra é o crescimento do ecossistema de fintech porque estão criando soluções que permitem transações mais rápidas, convenientes”, analisa Ricardo Villate, presidente do IDC para a América Latina. Interações e abertura de contas Os brasileiros são os que mais utilizam smartphones para realizar atividades financeiras (24,3%), segundo o estudo. A prática é adotada por 14% dos entrevistados ouvidos no México e 11,4%, na Colômbia. No país, a maioria dos entrevistados afirmou realizar atividades bancárias principalmente por meio de um telefone celular conectado, seguida por saques em caixas em bancos (15,9%), transações utilizando um computador pessoal (14,4%), atendimento na agência (12,9%) e saques em caixas eletrônicos em outros locais (10%). Outro destaque entre os entrevistados brasileiros em relação aos de outros países foi a abertura de contas por meio de dispositivos móveis conectados a internet: 65% contra 52% no México e 48% na Colômbia. Em contrapartida, cada vez menos pessoas se dirigem a uma agência bancária no Brasil para realizar operações. De acordo com a pesquisa, 58% dos consultados relataram frequentar essas unidades, enquando na Colômia e no México a adesão ainda é superior à metade dos entrevistados, 64% e 65%, respectivamente. “Os brasileiros são altamente conectados e isso tende a popularizar o uso de carteiras digitais. Além disso, demonstram uma vontade de se atualizar tecnologicamente. O país tem um mercado com altíssimo potencial, com muitos usuários e é um dos mais competitivos da região. Isto gera uma oferta de melhores serviços”, analisa Paula Paschoal, diretora-geral da PayPal no Brasil. Cartões O Brasil também lidera o uso de cartões de crédito. Do total, 57% relataram usar este meio com mais frequência do que o débito. O índice foi de 38% no México e 28% na Colômbia. Quase 74% dos …
O percentual de famílias endividadas no país cresceu de 64% em junho para 64,1% em julho deste ano. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), é a sétima alta consecutiva do indicador. O percentual de endividados, ou seja, de pessoas que têm dívidas em atraso ou não, também cresceu na comparação com julho do ano passado, quando a proporção era de 59,6% das famílias. Nesse tipo de comparação, é a sexta alta consecutiva. A pesquisa também mostrou que houve aumento no número de inadimplentes, que são os que têm contas ou dívidas em atraso: de 23,6% em junho para 23,9% em julho deste ano. Houve alta ainda na comparação com julho de 2018 (23,7%). Já aqueles que não terão condições de pagar suas contas em atraso somaram 9,6% em julho deste ano, acima dos 9,5% de junho deste ano e dos 9,4% de julho do ano passado. Entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso foi de 64 dias em julho deste ano, superior aos 62,9 dias de julho de 2018. O tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias endividadas foi de sete meses, sendo que 32% delas estão comprometidas com dívidas por mais de um ano, de acordo com a CNC.
O governador Paulo Câmara recebeu, ontem, no Palácio do Campo das Princesas, mulheres de diversos movimentos rurais de Pernambuco e reforçou o apoio do Governo do Estado à participação de mais de duas mil mulheres pernambucanas na VI Marcha das Margaridas, que acontecerá em Brasília, nos dias 13 e 14 de agosto. O chefe do Executivo estadual destacou a importância da Marcha para os avanços sociais, e frisou que as mulheres serão a voz ativa do Estado no movimento. Paulo também autorizou a liberação de recursos para a contratação de dez ônibus, que levarão a comitiva à manifestação. “É importante dizer que estamos todos juntos porque, este ano, a Marcha das Margaridas tem um significado ainda maior do que nas edições anteriores, pois, recentemente, vemos que os riscos de retrocesso são muito grandes. É muito importante o que vocês farão lá em Brasília, porque estarão representando os pernambucanos, sobretudo aqueles que, muitas vezes, não tiveram a condição de serem representados. Vamos ter voz ativa nesse Estado, que sempre foi libertário. Não vamos deixar que o retrocesso chegue a Pernambuco. Confiamos no trabalho e na capacidade de juntar os que querem o bem do nosso Estado, da nossa Região e do nosso País”, afirmou o governador. A vice-governadora Luciana Santos reforçou que a Marcha das Margaridas já faz parte da agenda de lutas para reafirmar as políticas voltadas para a agropecuária em Pernambuco, sobretudo da agricultura familiar das trabalhadoras rurais. “A Marcha traz um conjunto de políticas voltadas para diversas questões que são essenciais para todos os brasileiros. Então, existe um simbolismo muito grande e, mais uma vez, as mulheres vão fazer a diferença”, disse. Presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Pernambuco (Fetape), Cícera Nunes, representou todos os movimentos rurais presentes à reunião. Ela agradeceu o apoio de Paulo Câmara às mulheres rurais e destacou a boa gestão, ressaltando o foco do Governo de Pernambuco em melhorar a vida do homem e da mulher da cidade e do campo. “O governador é fundamental nessa luta porque ele tem se posicionado do lado do povo pernambucano, então isso nos estimula muito mais a lutar enquanto mulher e cidadãs pernambucanas”, concluiu.