Algumas áreas da Índia poderão ficar inabitáveis dentro de alguns anos, dizem investigadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Os cientistas prevêem que, num cenário de aumento das temperaturas médias globais de 4,5 graus, regiões da Índia não serão seguras para a sobrevivência humana. As ondas de calor tornaram-se realidade incontestável na vida dos indianos. Em 2018, 5 mil pessoas morreram vítimas das 484 ondas de calor oficiais por todo o país, que ocorrem entre março e julho. A cidade de Churu, próxima de Nova Deli, registou o recorde de temperatura – 50,6 graus. Investigadores do MIT estudaram a questão da capacidade de sobrevivência no Sul da Ásia, analisando dois cenários apresentados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. O primeiro cenário considera um aumento das temperaturas médias globais de 4,5 graus até 2100. O segundo, mais otimista, prevê um aumento de 2,22 graus até o fim do século. Os dois valores são superiores ao objetivo estabelecido no Acordo de Paris – menos de 2 graus. No cenário mais otimista, nenhuma parte do Sul da Ásia ultrapassaria os limites da capacidade de sobrevivência até 2100. No caso do primeiro cenário, as emissões globais de dióxido de carbono permanecerão elevadas. Se as temperaturas globais subirem 4,5 graus, algumas áreas do noroeste da Índia e de Bangladesh serão inabitáveis. Outras regiões do país estarão próximas do limite da inabitabilidade, assim como outros países do Sul da Ásia. É o caso de partes do Sri Lanka e do Paquistão. A capacidade de sobrevivência ou habitabilidade é determinada com base na “wet bulb temperature”, um tipo de termômetro que considera a umidade e a temperatura exterior. Os seres humanos só podem sobreviver dentro de um determinado leque de temperaturas. Quando elas são excessivas, as pessoas podem baixar a temperatura do corpo pela transpiração. Para os investigadores do MIT, mesmo que o mundo reduza as emissões de dióxido de carbono, algumas regiões da Índia ficarão tão quentes, que a capacidade de sobrevivência humana será questionada. Mais pobres As zonas da Índia em risco de sobrevivência são também algumas das mais vulneráveis, devido a economias pobres, fortemente dependentes da agricultura e da pesca, e devido à significativa densidade populacional, com mais de 4 milhões de habitantes. Para essas pessoas, os efeitos da crise climática, como as temperaturas extremas, são particularmente sentidos. Com a subida da temperatura e a seca, as terras tornam-se inférteis, diminuindo a produção alimentar. A poluição marítima afeta também os peixes, que podem ser contaminados e, por sua vez, se consumidos, poderão levar ao aparecimento de novas doenças. O preço dos alimentos aumenta, fazendo com que o acesso a eles se torne mais difícil, podendo levar à fome milhões de pessoas. Por outro lado, a competição pelos recursos pode intensificar-se, aumentando a probabilidade de conflitos. Inevitavelmente, os locais afetados terão de fechar escolas, comprometendo a educação e o futuro emprego de milhares de pessoas. Crise humanitária A Índia é o segundo país mais populoso do mundo, com cerca de 1,3 bilhão de habitantes. Bangladesh, outro país que será potencialmente …
Materiais de plástico e restos de cigarro representam mais de 90% dos resíduos encontrados no ambiente marinho brasileiro, segundo diagnóstico divulgado hoje (4) pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Ambos correspondem a 52,4% e 40,4%, respectivamente, do número de objetos coletados. Dados internacionais mostram que, no exterior, os materiais plásticos também são os mais recolhidos em ambientes marinhos (45,5%), seguidos das bitucas e filtros de cigarro (28%). O estudo aponta ainda que as áreas de ocupação irregular, os sistemas de drenagem e a orla das praias são as principais fontes de vazamento de lixo para o mar. Para o presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho, a partir do diagnóstico, é preciso desenvolver ações para evitar a poluição do mar. “O primeiro ponto que a gente percebe é que muitos desses resíduos vêm das áreas de ocupação irregular, então esse seria o ponto de atenção prioritária que deve ser verificado no sentido de disponibilizar melhor infraestrutura de coleta desses materiais nessas áreas e engajar a população para que realmente esses resíduos não sejam lançados no mar”, disse. Coleta nas praias Ele ressalta que é necessário disponibilizar também melhor infraestrutura de coleta nas praias, para que usuários não lancem resíduos na areia. A entidade apresentou indicadores internacionais mostrando que 80% do lixo marinho têm origem no ambiente terrestre. Diante disso, a Abrelpe abriu edital hoje para selecionar e trabalhar em parceria com quatro municípios da costa brasileira visando evitar a poluição do mar. O edital faz parte do projeto de prevenção e combate à poluição marinha, coordenado pela Abrelpe, fruto de um acordo de cooperação com a ISWA (Associação Internacional de Resíduos Sólidos), com apoio da Agência de Proteção Ambiental da Suécia. O objetivo é, além de identificar as fontes de vazamento do lixo e tipos de resíduos encontrados nos oceanos, dar assistência técnica aos municípios para o aprimoramento da gestão de resíduos sólidos em terra, como forma de prevenir o lixo no mar. “Esse projeto só funciona em parceria com os municípios, essa é uma premissa fundamental, porque é o município que tem que disponibilizar essa infraestrutura tanto nas áre“as de ocupação como nas praias, e o município tem que ser o agente de fomento dessa conscientização e desse engajamento da população. Isso é fundamental”, disse Silva Filho. “Nossa ideia é fornecer todos os elementos para a cidade, capacitar as cidades e depois que eles possam desenvolver esse programa de maneira independente”, afirmou. No Brasil, são 274 municípios costeiros que podem ser fonte de poluição marinha. Poluição no mar “Há um grande volume de resíduos que diariamente sem destinação adequada no Brasil, e acabam sendo abandonados nas vias públicas, depositados em lixões, em áreas de preservação, e terminam no mar, causando todo tipo de contaminação”, disse Silva Filho. Cerca de 2 milhões de toneladas de resíduos no país vão parar nos oceanos todos os anos, segundo levantamento da Abrelpe a partir dos dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2017. Esse volume equivale a …
A produção de veículos teve um aumento de 2,8% no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período de 2018. Segundo balanço divulgado hoje (4), em São Paulo, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), de janeiro a junho foram fabricadas 1,47 milhão de unidades, enquanto nos primeiros seis meses de 2018 a produção ficou em 1,43 milhão de veículos. Em junho, no entanto, foi registrada uma retração de -9% em junho em comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram produzidos 233,1 mil veículos, contra 256,3 mil em junho de 2018. Em relação a maio deste ano, a queda ficou em -15,5%. Vendas As vendas tiveram alta de 12,1% no semestre, com a comercialização de 1,31 milhão de unidades. Em junho, foram vendidos 223,2 mil veículos, um crescimento de 10,5% em relação ao resultado do mesmo mês de 2018. Na comparação com maio, quando foram vendidas 245,4 mil unidades, a comercialização registra uma queda e -9,1%. A produção de caminhões cresceu 11,8% no primeiro semestre do ano em relação ao período de janeiro a junho de 2018, com a fabricação de 55,4 mil unidades. Em junho, a produção ficou em 10 mil caminhões, uma alta de 16,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. As vendas tiveram um aumento de 46,1% nos primeiros seis meses do ano, com o licenciamento de 46,8 mil caminhões. Exportações As exportações anotaram queda de -41,5% de janeiro a junho em comparação com o primeiro semestre de 2018. Foram vendidos para o exterior 221,9 mil veículos no período, contra 379 mil no ano passado. Em junho, a retração nas exportações ficou em -37,9%, com a comercialização de 40,3 mil unidades. Emprego A indústria fechou 800 postos de trabalho entre maio e junho, empregando atualmente 129,2 mil pessoas.
A quantidade de motoristas multados pela Polícia Militar (PM) por desrespeito à Lei Seca aumentou 24,3% no primeiro semestre deste ano na cidade de São Paulo, apontam dados do Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran) obtidos com exclusividade pelo G1. Entre janeiro e junho, 11.882 condutores foram autuados nas blitze, chamadas Operação Direção Segura, instaladas pela PM nas ruas e avenidas da capital, contra 9.558 no mesmo período do ano passado. A maior parte deles foi multada por se recusar a soprar o bafômetro (10.857), enquanto o restante (1.025) teve a embriaguez constatada pelo etilômetro (outro nome que é dado ao aparelho que faz o teste de dosagem alcoólica no organismo do motorista). Esses motoristas flagrados no teste do bafômetro foram multados em R$ 2.934,70 por embriaguez ao volante nas . Além disso, tiveram a carteira de habilitação (CNH) suspensa por 12 meses -punições previstas nos artigos 165 e 165-A do Código de Trânsito Brasileiro. O aumento de multas coincide com o crescimento no número de motoristas submetidos ao etilômetro: 123.286 no primeiro semestre deste , contra 90.810 no mesmo período de 2018, um acréscimo de 35,8%. “O número de submissões ao teste tem crescido ano a ano bem como o número de operações”, afirmou ao G1 o major Sérgio Marques, porta-voz do CPTran da PM. “O número de pessoas que se recusaram ao teste tem na mesma proporção crescido. Todavia, quem se recusa a fazer o teste sofre as mesmas consequências de quem faz o teste [e é pego].” “Infelizmente ainda há pessoas que misturam bebida e direção”, alerta o oficial da Polícia Militar especialista em trânsito à GNEWS. Segundo ele, o crescimento no número de motoristas multadas é explicado pelo aumento da aplicação do bafômetro, que foi ampliado para todos os períodos do dia. “De manhã, à tarde, à noite de durante as madrugadas. A probabilidade de nós encontrarmos pessoas embriagadas aumenta proporcionalmente”. Presos O levantamento do CPTran aponta ainda que 124 pessoas foram presas por dirigir embriagadas. No primeiro semestre de 2018, foram 125 detidos. O número de bloqueios montados variou pouco: foram 1.993 blitze neste semestre, conta 1.888 nos seis primeiros meses de 2018 (aumento de 5,5%).
O preço das cestas básica em Pernambuco diminuiu. Em pesquisa realizada pelo Procon-PE foi observada a redução do valor no município de Goiana, onde mês de maio os produtos que compõem a cesta poderia ser adquirido por R$ 397,58, e em junho por R$ 384,89, o que representa uma queda de 3,21%. A fiscalização passou pelos municípios do Cabo de Santo Agostinho, Goiana, Vitória de Santo Antão, Caruaru e fechou num bloco da Região Metropolitana do Recife (RMR), com as cidades de Recife, Olinda, Camaragibe, Paulista e Jaboatão dos Guararapes. Todas as cidades que foram pesquisadas os preços apresentaram uma redução no valor, exceto a cidade de Caruaru, onde a cesta aumentou o seu valor de R$ 351,14 para R$ 359,97. Segundo a Gerente de Fiscalização do Procon/PE, Danyelle Sena, apesar da alta na cidade do Agreste, a cesta mais cara foi encontrada em Goiana e a pesquisa traz benefícios para os consumidores e comerciantes. “Ela ajuda o consumidor e também a concorrência para ter melhor preço, forçando a redução do preço. Comparando com o mês de maio só Caruaru aumentou, mas não superou a de Goiana, que ainda tem preços altos, onde pesquisamos isso nos supermercados”, contou. A cesta mais barata foi encontrada em Vitória de Santo Antão, por R$ 344,96. Nos demais municípios, a cesta pode ser encontrada por R$ R$ 349,79 no Cabo de Santo Agostinho e R$ 382,17 nas cidades da RMR. A pesquisa é dividida em alimentação, limpeza doméstica e higiene pessoal. A maior disparidade de valores foi na higiene pessoal, chegando a uma diferença de até 318%, como no absorvente, onde o produto pode ser encontrado por R$ 4,39 e por R$ 1,05. Já na alimentação a batata inglesa é pode ser comprada de R$ 7,99 e R$ 2,99. Além da importância da cesta servir como parâmetro para os consumidores, Danyelle destacou que algumas cidades estão usando a pesquisa como preço base para venda. “Por recomendação do Tribunal de Contas do Estado algumas cidades estão passando a fornecer a pesquisa para ter um parâmetro do mercado, e isso é importante porque contribui para consumidor e quem vende”, apontou. A análise dos preços é feita com 27 itens de maior participação na variação do valor médio da Cesta Básica, e toma como base a cesta para uma família composta por quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças.
Um estudo divulgado nesta semana pela revista científica americana “Nature” revelou que pesquisadores dos Estados Unidos conseguiram remover pela primeira vez o vírus HIV do genoma de animais vivos. A iniciativa, conduzida por cientistas da Escola de Medicina da Universidade Temple, na Pensilvânia, e do Centro Médico da Universidade de Nebraska, envolveu técnicas de edição de genes e representa um caminho promissor para a cura da Aids. Ao contrário dos atuais tratamentos antirretrovirais, que impedem a replicação do vírus, mas não o eliminam do organismo, os resultados obtidos pela pesquisa apontaram de maneira inédita para a possibilidade da doença ser curada. Os testes foram realizados em ratos de laboratório. A segunda fases, segundo os autores do estudo, está sendo realizada com primatas. Caso se mostre novamente bem-sucedido, o processo poderá ser repetido em humanos. Segundo os cientistas responsáveis pelo estudo, o tratamento teve êxito a partir da combinação de duas ferramentas. A primeira delas, chamada de Laser Art, consiste na manipulação de remédios convencionais de tratamentos antirretrovirais, de modo a facilitar o acesso do conteúdo dessas drogas às membranas das células, onde o vírus costuma se isolar, e a retardar a dispersão desse material, garantindo que o material acompanhe o ciclo do HIV. Remédios comuns, por sua vez, têm curta duração e exigem dosagem diária. A segunda técnica, batizada de Crispr, edita os genes das células infectadas com o vírus que não foram captadas pelo Laser Art para remover o HIV. Isoladamente, os tratamentos não surtiram o efeito esperado mas, quando combinados, o vírus foi eliminado em 30% dos 29 ratos usados na pesquisa. Em entrevista à rede americana “CNN”, Kamel Khalili, um dos líderes da pesquisa, afirmou que as descobertas representam apenas um primeiro passo para a cura. Uma das premissas do trabalho, segundo ele, foi tratar a Aids como uma doença genética, e não infecciosa. Os cientistas também inseriram células imunológicas dos animais tratados em ratos saudáveis para garantir que todos os resquícios do HIV tinham sido eliminados. Os testes não identificaram o vírus, confirmando a tese da pesquisa. Na segunda fase, a avaliação dos primatas deve demorar cerca de nove meses para que os pesquisadores se certifiquem, cientificamente, se o vírus foi definitivamente eliminado de seus genomas. (O Globo).
Mais de cinco meses após o rompimento da barragem em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, os bombeiros encontraram, nesta quarta-feira (3), mais uma vítima soterrada no rejeito de minério no complexo de mineração da Vale. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal da capital mineira, onde serão feitos os trabalhos de identificação pela Polícia Civil. Mais detalhes sobre essa vítima serão repassados pela polícia somente depois que o corpo for identificado. Cerca de 150 bombeiros trabalham atualmente na área atingida pelo rompimento da barragem fazendo buscas pelos desaparecidos. Não há previsão para encerrar as buscas. Números da tragédia 246 mortos identificados (veja a lista) 24 desaparecidos (veja a lista) 395 localizados
A sétima e mais recente edição do Revalida registrou a pior taxa de aproveitamento dos candidatos: só cinco em cada 100 médicos interessados em atuar no país conseguiram as notas exigidas pelo exame em 2017. Os dados, obtidos com exclusividade pelo G1, mostram que só exatos 5,27% dos 7.379 participantes foram aprovados. Um total de 963 médicos formados no exterior foram considerados aptos na primeira etapa do processo, e 941 fizeram as provas de habilidades clínicas da segunda etapa. Entretanto, apenas 389 passaram e conseguiram do governo federal a autorização para validar seus diplomas e exercerem a medicina no Brasil. Em maio, o Ministério da Educação criou um grupo de trabalho com representantes da pasta, do Ministério da Saúde e membros de entidades nacionais da área médica para avaliar o programa. Um dos representantes ouvidos pelo G1 afirmou que, até agora, duas reuniões presenciais foram realizadas e que uma minuta está em fase de elaboração para ser discutida em julho, em encontro ainda não agendado. Segundo ele, a única definição é que o Revalida terá continuidade, mesmo que em moldes distintos do que foi concluído no mês passado. Em crise desde 2017 Criado em 2011 para centralizar o processo de validação de diplomas médicos emitidos por universidades estrangeiras, o Revalida entrou em 2017 em um período de crise que durou dois anos. Com um aumento exponencial da demanda de participantes, o programa viu o número de candidatos que de fato eram aprovados cair quase na mesma proporção (veja tabela abaixo). A evolução do Revalida Veja o crescimento no número de médicos que fizeram a primeira fase do Revalida entre 2011 e 2017 Número de PARTICIPANTES5365367827821.5951.5951.9991.9993.9933.9936.1626.1627.3797.379969698981551558438432.0092.0092.3082.308963963656577771091096526521.6831.6831.5311.531389389PARTICIPANTES da primeira etapaParticipantes aprovados na PRIMEIRA ETAPAParticipantes aprovados na SEGUNDA ETAPARevalida2011Revalida2012Revalida2013Revalida2014Revalida2015Revalida2016Revalida201702k4k6k8k Fonte: Inep (*Os números levam em conta os médicos que se inscreveram e de fato participaram das provas da primeira etapa) Insatisfação Entre 2011 e 2017, o Revalida conseguiu cumprir o cronograma estabelecido nos editais: primeiro, os participantes fazem uma primeira etapa com uma prova de 110 questões de múltipla escolha e cinco questões discursivas. Depois, os aprovados são submetidos a uma segunda etapa, com dez testes práticos de habilidades clínicas. Em 2017, apesar de não ter mudado sua metodologia, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) se deparou com 1.337 ações judiciais de candidatos que tiveram a inscrição indeferida e ficaram sem autorização para participar do exame. Em alguns casos, o problema era que o edital do Revalida só aceitava, entre a documentação exigida, o diploma emitido pela instituições, com carimbos e certificações. Como o documento às vezes leva meses para ser emitido e ainda precisava ser enviado até o Brasil, muitos candidatos entraram na Justiça para tentar participar da prova apenas apresentando certificados de conclusão do curso ou protocolos. Além disso, o Revalida é um exame que exige duas licitações de contratações: terminada a primeira etapa, com os resultados consolidados, é preciso fazer a contratação novamente da execução da segunda etapa, que inclui o uso de bonecos e …
Uma versão digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), como a anunciada nesta quarta-feira (3) pelo governo federal, é vista por especialistas como um passo necessário para aprimorar a prova, mas que precisa levar em consideração aspectos como a desigualdade de acesso e a necessidade de nivelar a dificuldade dos dois formatos durante o período de transição. De acordo com o modelo divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o piloto começará em 2020 com 50 mil estudantes, ou 1% do total previsto de candidatos, e será escalonado gradualmente até se tornar 100% digital em 2026. Veja abaixo os principais pontos do projeto e as opiniões de dois pesquisadores especialistas na área de avaliações em larga escala: Em 2020, o Enem terá as duas aplicações anuais, além de uma aplicação em formato digital em dois dias de outubro; A aplicação em 2020 será em 15 capitais brasileiras (veja no mapa); A adesão dos candidatos será opcional no ato de inscrição, até um total de 50 mil participantes, o equivalente a 1% do total de participantes; O valor da inscrição será o mesmo para todos os participantes; Entre 2021 e 2025, o Inep ampliará o número de aplicações do Enem digital, ainda em formato piloto e participação opcional; em 2026, a prova será 100% digital; Tanto as provas objetivas quanto a prova de redação serão feitas em formato digital no piloto; O Enem para Pessoas Privadas de Liberdade (PPL) só passará ao formato digital a partir de 2026. Para comentar as mudanças, o G1 ouviu o professor Ocimar Alavarse, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), e Tadeu da Ponte, professor e coordenador dos processos seletivos do Insper e fundador da empresa de avaliação Primeira Escolha. O Enem digital é mais seguro? Sim, mas ele não é imune a fraudes. Segundo Alavarse, é mais controlável a segurança por computador do que no papel, mesmo que não sejam eliminados todos os riscos. Segundo ele, “existem questões de segurança que não dependem da mídia”, já que o Enem é um exame visado por quadrilhas que tentam fraudar vestibulares para carreiras disputadas. “Mas quando você faz no papel, você tem que distribuir a prova, expõe muito mais o processo a ataques”, completou ele. No exame digital do Pisa, o ranking mundial de educação feito a cada três anos, o professor da USP explica que é comum que as máquinas usadas na aplicação passem por dois passos importantes: primeiro, apaga-se o HD dos computadores; depois, a internet é cortada. “Você garante que não tem nenhuma cola instalada no computador e que ninguém de fora pode acessar a máquina. Isso diminui o risco, mas não elimina completamente, porque em algum momento essa prova foi elaborada, e alguém pode ter tido acesso a ela e repassado a alguém”, diz Ocimar Alavarse (USP). Tadeu da Ponte explica que, em alguns lugares do mundo, os candidatos inclusive são monitorados por câmeras que também captam o áudio ambiente, “para ver se …
O presidente Jair Bolsonaro participou, na noite desta quarta-feira (3), de uma celebração pelo aniversário de 243 anos da independência dos Estados Unidos, comemorada no dia 4 de julho. O evento ocorreu na embaixada do país, em Brasília, e contou com a presença da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, de ministros, parlamentares e diplomatas. Em um breve discurso no final do evento, o presidente citou a longa parceria entre as duas nações na luta por liberdade. “Nos momentos mais difíceis da história do mundo, sempre estiveram juntos, como, podemos citar, a Segunda Guerra Mundial, onde combatemos o nazi-fascismo e, graças à vitória dos aliados, conseguimos respirar democracia e garantir algo tão importante quando a própria vida, que é a liberdade”, disse. O presidente também celebrou sua aproximação com o presidente norte-americano Donald Trump e a conquista de apoio para ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), além da designação do país como aliado priotirário extra-Organização do Tratado do Atântico Norte (Otan), uma aliança militar que envolve países da América do Norte e da Europa Ocidental. Bolsonaro disse ainda que, no recente encontro que teve com Trump, no Japão, durante a reunião do G20, convidou o líder norte-americano para visitar a América do Sul e debater, com governos da região, a situação da Venezuela. “Fiz uma solicitação para ele, talvez ele compareça à América do sul, onde reuniríamos a presença de países que abandonaram a esquerda e que foram para o centro e centro-direita. Não queremos que outros países enveredem nessa direção”. O encarregado de negócios da embaixada do Brasil nos Estados Unidos, Willian Popp, lembrou que os dois países já mantêm uma relação diplomática de 197 anos e também ressaltou a recente aproximação. “No último ano, a nossa longa parceria, está se tornando mais forte”. Ele citou o lançamento de novas parcerias, com destaque para a assinatura do acordo de salvaguardas tecnológicas para o uso comercial da base de lançamentos aeroespaciais de Alcântara, no Maranhão. Segundo Popp, o acordo, que ainda precisa ser ratificado pelo Congresso Nacional, vai abrir um mercado “bilionário” no setor de tecnologia aerospacial.
O Ministério da Saúde anunciou hoje (3) investimento de R$ 233,6 milhões para ampliar o atendimento à população em todo o país. Os recursos serão usados por 1,2 mil municípios para aumentar o acesso a exames, consultas e medicamentos nos atendimentos feitos por equipes de saúde da família que atuam em cuidados básicos e prevenção de doenças. Em 2020, o investimento deve aumentar e chegar a aproximadamente R$ 400 milhões. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante o Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, que é realizado nesta semana em Brasília. Durante o evento, Mandetta assinou uma portaria para garantir as medidas e disse que a melhora no atendimento à população passa pela atenção primária à saúde, que é prioridade para o governo federal. “Vamos aumentar ao máximo a resolutividade da básica [saúde] porque é ela a alma do Sistema Único de Saúde e vocês [secretários] serão o corpo e as pernas desse Sistema Único de Saúde. Nós não vamos deixar ninguém para trás. Vamos pedir mais recursos para a saúde sempre, mas vamos aumentar a cobrança pelos resultados”, afirmou. De acordo com a pasta, 10 milhões de pessoas devem ser beneficiadas e vão passar a ser assistidas na atenção primária, porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). Devem ser credenciadas pelos municípios 1,4 mil equipes de saúde da família, 1,4 mil equipes de saúde bucal, além de agentes comunitários, laboratórios de próteses dentárias, consultórios de rua e unidade odontológicas móveis. As localidades vão receber os recursos após o cadastramento dos profissionais e o início dos atendimentos. A meta do Ministério da Saúde neste ano é ter em funcionamento 50 mil equipes de Saúde da Família. Atualmente, são 43 mil, responsáveis pela assistência de 63% da população.
As regras para as aposentadorias dos policiais que atuam na esfera federal serão mantidas. As categorias, que incluem policiais federais e legislativos, se aposentarão aos 55 anos de idade, com 30 anos de contribuição e 25 anos de exercício efetivo na carreira, independentemente de distinção de sexo. A manutenção das condições consta do novo voto do relator da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). Antes do início da sessão, que começou com sete horas de atraso, líderes partidárias haviam anunciado um acordo para reduzir para 52 anos para mulheres e 53 anos para homens, a idade mínima de aposentadoria para os policiais em nível federal. Mais cedo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que a suavização das condições de aposentadorias para policiais que servem à União criaria um efeito cascata que desidrataria a reforma da Previdência. A declaração ocorreu depois que Maia se reuniu com Moreira e o presidente da comissão especial, deputado Marcelo Ramos (PL-AM). No início da noite, o porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, disse que o governo analisa, juntamente com o Congresso, adotar condições diferenciadas de aposentadoria para policiais federais e legislativos, que poderiam ser incluídas no relatório da reforma. Estados No voto lido há pouco, Moreira recuou da permissão para que estados e municípios aumentem a contribuição dos servidores públicos locais para cobrir os rombos nos regimes próprios de Previdência. A possibilidade constava do relatório apresentado ontem (2) pelo relator. Com a desistência, os estados e os municípios voltam a ficar integralmente fora da reforma da Previdência. Caberá às Assembleias Legislativas estaduais e às Câmaras Municipais aprovar a validade da reforma para os governos locais, assim como o aumento das alíquotas dos servidores sob sua alçada.
Nos últimos dez anos, as pessoas de menor renda da região metropolitana de São Paulo passaram a andar mais de carro e moto em suas viagens diárias, enquanto as de renda mais alta estão usando mais metrô. As viagens feitas de carro entre famílias de rendimento mensal médio entre R$ 2 mil e R$ 3,8 mil tiveram um crescimento de 82% entre 2007 e 2017 e as de moto, de 77%. Já entre aquelas com renda média mensal superior a R$ 11,4 mil, o total de viagens feitas de carro caiu 49%; e as de metrô subiram 5,7%. Os dados são da Pesquisa Origem e Destino (OD), da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), e refletem segundo especialistas políticas descoordenadas dos governos municipal, estadual e federal, que terminaram por massificar o uso de meios de transporte individuais — tidos como as principais causas de congestionamentos, acidentes e poluição — e reduzir o uso do ônibus. Leia mais: Pelo 2º dia seguido, linha 5-Lilás do Metrô de SP tem falha elétrica A pesquisa, feita a cada dez anos desde 1967, usa 156 mil entrevistas para mapear o comportamento das viagens na região metropolitana e faz um detalhado retrato da situação socioeconômica dos 39 municípios. Uma das conclusões é de que a Grande São Paulo empobreceu. Após anos de estagnação econômica, a renda média mensal das famílias foi para R$ 3.607, 11,5% menor do que em 2007 (R$ 4.075, em valores corrigidos). Olhando para o transporte, mesmo na crise, o número de viagens aumentou 10,3% (de 38 milhões para 42 milhões por dia), proporção maior do que o crescimento da população (6,9%, de 19,5 milhões para 20,8 milhões de pessoas). Mas essa alta varia de acordo com o meio de transporte e a faixa de renda, e considera uma série de fatores, como a redução do trabalho formal e o aumento, de 4% para 12%, da proporção de trabalhos que não têm um local fixo. “De um lado, você teve um abandono nos investimentos para os ônibus, sem obras para novos corredores, e uma política de reajuste das tarifas (acima da inflação) por parte da Prefeitura. De outro, houve uma política de facilitar a aquisição de carros (feita pelo governo federal). E o investimento em metrô (feito pelo Estado) foi em uma região que já era rica, o que facilitou o acesso da população de maior renda”, afirma o geógrafo Rafael Calabria, pesquisador de mobilidade urbana do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). É um quadro que acentuou as desigualdades no desenvolvimento urbano da região, segundo ele. Veja também: 26 pessoas passam mal todos os dias no Metrô de São Paulo Mudanças Em Pinheiros, o novo ramal de metrô serviu para deixar a cidade mais acessível. Moradora do bairro há 15 anos, a professora de Mídias Sociais Márcia Marques, de 60 anos, incorporou os trilhos à rotina e usa a linha para ir ao trabalho e também para o lazer. “Aos fins de semana, vou ao cinema, na Paulista, de metrô”, conta. …
a Em mais um esforço para demonstrar afinidade com o governo de Donald Trump, o presidente Jair Bolsonaro confirmou presença na noite desta quarta-feira (3) em coquetel pelo aniversário da independência dos Estados Unidos, ocorrida em 4 de julho de 1776. A comemoração é realizada todos os anos na embaixada do país norte-americano, em Brasília, mas o comparecimento de um presidente brasileiro ao evento é um gesto raro. A expectativa é de que o presidente seja acompanhado no evento por uma comitiva de ministros, formada por Sergio Moro (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia). Desde antes de ser eleito à Presidência, Bolsonaro já citava os Estados Unidos como um parceiro preferencial. O país foi escolhido como destino de uma de suas primeiras viagens internacionais como presidente. Lá, teve um encontro bilateral com Trump na Casa Branca, em Washington. Na reunião do G20, no Japão, realizada na semana passada, Bolsonaro e Trump tiveram nova reunião, e o presidente norte-americano fez elogios públicos ao brasileiro. “Ele é um homem especial que está indo muito bem e é muito amado pelas pessoas do Brasil”, disse. Apesar dos afagos de Trump, Bolsonaro não é unanimidade nos Estados Unidos. Em abril, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse que o brasileiro é um “ser humano perigoso” e pediu ao Museu de História Natural da cidade que deixasse de sediar evento em homenagem ao presidente. Com receio de protestos, a cerimônia foi transferida para Dallas, no Texas.
O medo do desemprego cresceu, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios entre 20 e 23 de junho. O índice subiu 2,3 pontos em relação a abril – quando a confederação fez a última pesquisa do tipo – e chegou a 59,3 pontos. O índice de junho está acima da média histórica, que é de 49,9 pontos, mas está melhor do que a situação registrada há um ano. Em junho de 2018, o índice chegou a 67,9 pontos – mesmo nível de 1996, quando começou a série histórica. Segundo o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, para reverter essa situação, é preciso que o Brasil volte a criar empregos. “Com a economia crescendo e as empresas empregando mais, a população encontrará emprego mais facilmente e a confiança aumentará”, afirmou. Idade e escolaridade De acordo com a pesquisa, o medo é maior entre as pessoas com mais de 45 anos de idade e com menor grau de instrução. Entre os brasileiros que têm entre 45 e 54 anos, o índice do medo do desemprego subiu 7,1 pontos frente a abril e ficou em 60,1 pontos em junho. Entre as pessoas que fizeram até quarta série do ensino fundamental, o medo do desemprego aumentou 6,1 pontos na comparação com abril e atingiu 65,1 pontos em junho. Regiões Entre as regiões, a pesquisa mostrou que o medo do desemprego é maior no Nordeste, onde ficou em 66 pontos, e menor na região Sul, onde ficou em 47,9 pontos. Satisfação com a vida A pesquisa também verificou o índice de satisfação com a vida dos brasileiros. Segundo a CNI, os brasileiros estão mais insatisfeitos em junho do que na pesquisa feita em abril. O indicador que mede o grau de satisfação com a vida caiu 0,5 ponto com relação a abril e ficou em 67,4 pontos. O valor é menor do que a média história do indicador, mas maior do que o verificado em junho de 2018. Ao contrário do medo do desemprego, a queda na satisfação com a vida foi maior entre os brasileiros que têm curso superior.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou hoje (3) substitutivo do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) ao projeto (PLS 312/2016), que torna irregularidades cometidas por entidades de previdência passíveis de punição pela Lei do Colarinho Branco. Entre as novidades do texto está o enquadramento criminal da facilitação à prática de gestão fraudulenta ou temerária. Quem se envolver nesses desvios está sujeito a pena de dois a seis anos de reclusão, além de multa. Como foi votado em caráter terminativo, senão houver recurso ao plenário da Casa, o texto seguirá para análise da Câmara dos Deputados. Pelo texto aprovado, gestores e dirigentes podem ser responsabilizados penalmente por desvios praticados na administração de planos de previdência privada, fundos de pensão públicos, dos Regimes Próprios da Previdência Social (RPPS) e da Superintendência de Seguros Privados (Susep).Caberá à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), às unidades gestoras do RPPS e à Susep notificar o Ministério Público Federal caso identifiquem algum indício de crime na área. Hoje, apenas o Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) têm essa obrigação legal. Anastasia, relator da proposta, também acolheu sugestão do senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para aperfeiçoar as definições dos crimes de gestão fraudulenta e temerária na Lei dos Crimes Contra o Sistema Financeiro Nacional. “Hoje os termos utilizados são excessivamente abertos e genéricos, por isso, dependem da doutrina e da jurisprudência para a sua conformação”. Servidores públicos Outro ajuste no texto, feito pelo relator, estendeu a responsabilização penal inserida na chamada Lei do Colarinho Branco a atos de gestão fraudulenta e temerária cometidos no regime previdenciário aplicado aos servidores públicos efetivos( RPPS), mantido pela União, por estados, Distrito Federal e municípios em suas respectivas esferas. Segundo o texto, responderão por desvios em entidades de previdência complementar pública, como a Funpresp – Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federa l- gestores, dirigentes e membros de seus conselhos e órgãos deliberativos; gestores e representantes legais dos entes federativos responsáveis pelo regime; e seus prestadores de serviço.
A versão digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vai possibilitar novos tipos de questão na prova, utilizando vídeos, infográficos e até mesmo poderá seguir a lógica dos games. O anúncio da prova por computador foi feito hoje (3) pelo Ministério da Educação (MEC), em Brasília. O exame terá uma versão piloto optativa em 2020, para 50 mil candidatos. A partir de 2026, todos os estudantes farão a prova exclusivamente por meios digitais. Segundo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a digitalização vai ao encontro do que está sendo feito no restante do mundo, além de possibilitar economia com a impressão de provas. A digitalização do Enem não é ideia nova, mas esta é a primeira vez que o exame feito por computador valerá pontos e poderá ser usado para acesso ao ensino superior. Outra vantagem, de acordo com o MEC, é a rapidez na correção. “Objetivamente, a pessoa pode receber a prova dela no celular já corrigida e verificar se concorda ou se teve algum erro de registro. Vai ter o comprovante em arquivo, tudo certinho”, disse hoje Weintraub. A redação também será feita pelo computador, digitada. Acesso a computadores Um desafio será o acesso a computadores e outros meios digitais em um país onde muitas escolas não possuem os equipamentos. De acordo com o Censo Escolar 2018, 38% das escolas públicas têm laboratório de informática e 67%, acesso à internet. O ministro acredita que até 2026, quando a versão em papel deixará de ser aplicada e a versão digital será a única disponível, a realidade brasileira terá mudado. Para a aplicação e realização do exame, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) irá contratar um consórcio aplicador e caberá a essa organização providenciar os equipamentos para que os estudantes possam realizar as provas. Poderão ser usadas as instalações de universidades e de outros locais. O MEC não irá comprar computadores, vai usar a capacidade instalada, de acordo com o presidente do Inep, Alexandre Lopes. “Isso já acontece hoje. O Enem é aplicado por parcerias que assinamos. A rede municipal e estadual não é suficiente para aplicação em papel. Usamos as universidades e já alugamos espaços. O consórcio será responsável pelas salas com estrutura de aplicação digital”, explicou Lopes. Novo ensino médio O formato digital também possibilitará, segundo o Ministério da Educação, a adequação, sem custos adicionais, ao novo ensino médio. Pelo novo modelo, que ainda está em fase de implementação, os estudantes terão uma formação comum, definida pela Base Nacional Comum Curricular, e poderão, no restante da formação, escolher uma especialização por itinerários formativos. Os itinerários são: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e ensino técnico. A intenção é que, quando o modelo estiver em prática, o que deverá ocorrer em 2021, o Enem também se adeque, passando a oferecer várias opções de prova para cada itinerário escolhido pelo estudante, além de avaliar a parte comum. A prova digital vai evitar que várias versões diferentes tenham que ser impressas. Enem 2020 …
Esta quarta-feira faz um ano que Pernambuco recebeu o primeiro grupo de imigrantes venezuelanos através da interiorização de refugiados realizada pelo Governo Federal devido à crise que atinge a Venezuela desde 2015. Desde então, 317 pessoas daquele País foram trazidas para o Estado, além de outros que chegaram por conta própria (mas não há números certos), segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ). O grupo está distribuído nas cidades de Igarassu (148), Recife (116) e Carpina (53). Além da barreira do idioma e a falta de documentos, a escassez de trabalho é uma das principais reclamações de quase todos eles. Em dezembro do ano passado, Jordis Antonni Caraballo, de 25 anos, e a mulher dele Roseli Gonzales, 25, chegaram em Recife com a filha Angelys, 4. Na época, Roseli estava grávida do pequeno Antonni Abdiel, que nasceu há dois meses. A família chegou ao Brasil em maio de 2018, quando cruzou a fronteira por Roraima e passou sete meses na Capital Boa Vista. Para traz eles deixaram parentes e amigos, mas para o novo lar trouxeram sonhos e a esperança de uma vida melhor. Atualmente, eles moram em uma casa de cinco cômodos, na região central do Recife, junto com outros quatro conterrâneos, sendo dois homens, uma mulher e uma criança. Na Venezuela, Jordis trabalhava como mecânico industrial, mas diante da dificuldade em conseguir emprego na mesma área aqui no Brasil ele resolveu abraçar as oportunidades que foram surgindo. Em Roraima, ele trabalhou em lava-jatos. Já no Recife, há cerca de dois meses, passou a fazer parte da equipe de um restaurante no Bairro do Recife. Neste estabelecimento ele atuou como garçom, auxiliar de serviços gerais, churrasqueiro e agora está como ajudante de cozinha. Adaptando-se bem à capital pernambucana, eles contam que a maior dificuldade é ter que conviver longe dos parentes e amigos. “Nosso desejo é trabalhar e se organizar para trazer o restante da nossa família para o Recife”, confessa Jordis. Diferentemente dele, outros venezuelanos continuam na luta para conseguir um emprego e vencer esta etapa do processo migratório, como é o caso de Miguel Ramon Ortiz Velasquez, de 42 anos. Em seu País de origem ele trabalhava como analista de comunicação. Para poder procurar trabalho no Brasil ele aguarda a validação do diploma emitido na Venezuela. “Apesar da crise, o Brasil é muito mais organizado do que no meu País. Aqui a qualidade de vida e segurança são bem melhores”, compara. O imigrante conta que deixou a mulher e dois filhos no Venezuela, mas espera poder trazê-los pouco a pouco para Pernambuco. Em nota, a SDSCJ explicou que os venezuelanos refugiados são tratados como brasileiros, de acordo com a lei 13.455/2017. A função do Estado é garantir direitos através dos seus serviços e apoio. A secretaria afirma que está alinhada com o Ministério da Cidadania; a ONU, através da ACNUR; organizações não governamentais, como OIM, Cáritas/Pana, Aldeias Infantis, AMAI; os municípios de Recife, Igarassu e Carpina e também com empresas e pessoas que se …
O depoimento de uma testemunha levantou a possibilidade de que a arma usada para matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes teria sido jogada ao mar na Barra da Tijuca. A testemunha seria um barqueiro, contratado por um cúmplice de Ronnie Lessa para ajudar a se desfazer de diversos armamentos, entre eles a arma que matou a vereadora e o motorista. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (2) pela Polícia Civil. A testemunha depôs na Delegacia de Homicídios, na presença de integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público. Segundo as informações prestadas, as armas foram jogadas ao mar, no arquipélago das Tijucas, logo após a prisão de Ronnie Lessa, acusado de ter atirado contra Marielle e Anderson. Em nota, a Polícia Civil informou que quatro suspeitos e testemunhas foram ouvidos nesta semana, na Delegacia de Homicídios sobre o descarte das armas. Em março e abril, equipes da Marinha e do Corpos de Bombeiros realizaram buscas com auxílio de sonar no mar onde o armamento teria sido jogado, mas nada foi encontrado. Marielle e Anderson foram mortos na noite de 14 de março de 2018. Estão presos no Presídio Federal de Mossoró (RN), o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz, acusados de matar a vereadora e o motorista.
A reunião conjunta de três comissões da Câmara – em que parlamentares ouviram explicações do ministro da Justiça, Sergio Moro, sobre mensagens atribuídas a ele e divulgadas pelo site The Intercept – foi encerrada na noite desta terça-feira (2) depois de uma confusão entre deputados. O tumulto aconteceu após cerca de oito horas de reunião, depois que o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) ofendeu Moro. A fala de Braga gerou revolta de deputados que apoiam Sergio Moro. Parlamentares e assessores, então, cercaram a mesa da presidência da reunião. Muitos deputados ainda estavam inscritos para fazer perguntas ao ministro da Justiça. Moro deixou o colegiado e se dirigiu a uma sala destinada à presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A deputada Professora Marcivania (PCdoB-AP), que presidia a sessão, encerrou os trabalhos. Com a confusão em andamento, Marcivania ainda tentou retomar os trabalhos e recomeçar o interrogatório de Moro. No entanto, a deputada disse ter sido informada de que o ministro havia deixado o prédio do Congresso e desistiu da retomada dos trabalhos. O deputado Filipe Barros (PSL-PR) disse que Marcivania não tinha “pulso” para presidir a reunião. Antes de encerrar a reunião, Marcivania pediu que as ofensas a Moro fossem retiradas dos registros da reunião. O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), disse que Moro só deixou o Congresso depois que Marcivania declarou os trabalhos encerrados. Segundo Francischini, uma reunião não pode ser retomada depois de encerrada. Na avaliação do presidente da CCJ, a reunião foi encerrada porque Moro “foi desrespeitado por alguns poucos parlamentares”. (G1).
A Mega-Sena, que está acumulada pela 3ª vez consecutiva, sorteia nesta quarta-feira (3) o prêmio de R$ 34,4 milhões. As seis dezenas do concurso 2.165 serão sorteadas a partir das 20h (horário de Brasília) no Espaço Loterias Caixa, localizado no Terminal Rodoviário do Tiête, na cidade de São Paulo, sendo aberto ao público.
O fim da isenção da contribuição previdenciária a exportadores rurais permitirá manter a economia com a reforma da Previdência acima de R$ 1 trilhão em dez anos. Segundo o relator da proposta na comissão especial da Câmara, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), o impacto fiscal corresponderá a R$ 1,074 trilhão no período. A estimativa inclui a redução de despesas de R$ 933,9 bilhões e aumento de receitas (por meio de alta de tributos e fim de isenções) de R$ 137,4 bilhões. A proposta original, enviada pelo governo em fevereiro, previa uma economia de R$ 1,236 trilhão em uma década, mas não incluía elevação de receitas. A primeira versão do relatório tinha reduzido a economia de R$ 1,13 trilhão com o remanejamento para a Previdência Social de R$ 214 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O relator, no entanto, desistiu da ideia após críticas da equipe econômica e do Congresso. Do lado das despesas, o novo relatório projeta economia de R$ 688 bilhões com o Regime Geral da Previdência Social (RGPS), que paga as aposentadorias da iniciativa privada e das estatais; R$ 136 bilhões no Regime Próprio dos Servidores Federais; R$ 74 bilhões com a redução da faixa de renda para receber o abono salarial e R$ 33 bilhões com uma medida para combater fraudes no Benefício de Prestação Continuada (BPC), também incluída hoje no relatório. Do lado da arrecadação, Moreira incluiu na proposta o fim da isenção das contribuições dos exportadores rurais para a Previdência Social, que deverá reforçar o caixa do governo em R$ 83,9 bilhões em uma década. A elevação de 15% para 20% da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos deverá gerar R$ 53,5 bilhões em receitas.
O líder de oposição venezuelana Juan Guaidó disse nessa terça-feira (2) que “nunca” haverá um bom momento para negociar com a “ditadura” do presidente Nicolás Maduro, descartando uma nova rodada de conversas para pôr fim à crise política que o país vive. Guaidó e Maduro haviam enviado representantes a Oslo em maio, para discussões incentivadas pelo governo da Noruega, mas as partes não conseguiram chegar a qualquer tipo de acordo. No sábado, pessoas familiarizadas com o assunto disseram à Reuters que as negociações seriam reiniciadas nesta semana. Guaidó afirmou que não havia “anúncio oficial de que ele compareceria a uma nova rodada” de diálogo. “Nunca será um bom momento para a mediação… com sequestradores, violadores de direitos humanos, e com uma ditadura”, disse Guaidó a jornalistas na Assembleia Nacional, controlada pela oposição e dirigida por ele. Poucos detalhes foram revelados sobre as negociações de Oslo entre os representantes de Maduro e Guaidó, que se autoproclamou presidente interino e denuncia Maduro como um usurpador ilegítimo que provocou recessão nos últimos cinco anos. Os comentários de Guaidó ocorrem quando a oposição expressa indignação diante da morte, na semana passada, do capitão da Marinha Rafael Acosta, enquanto estava detido em custódia militar. A esposa do capitão e grupos de direitos humanos acusam o governo Maduro de torturar Acosta e de se recusar a esclarecer as circunstâncias da morte. O procurador-chefe da Venezuela acusou, na segunda-feira (1º), dois oficiais de Inteligência de homicídio em conexão com a morte de Acosta, sem explicar como ele teria sido morto.
Em uma sessão marcada por tumultos e bate-bocas entre os deputados, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, voltou a questionar nesta terça-feira (2) a autenticidade das mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil. Moro reiterou, em audiência na Câmara dos Deputados, que o conteúdo publicado pode ter sido editado. “O que existe é um escândalo fake já afundando. Meu depoimento é igual ao do Senado porque reflete a verdade”, disse Moro. “Não reconheço, mais uma vez, a autenticidade de um material que não tenho. O que se tem presente é que não tem nada ali de conteúdo ilícito”, completou Moro.
A atleta Camila Cavalheiro, 30 anos, é a primeira mulher brasileira a disputar a olimpíada do esporte sobre rodas, o World Roller Games (WRG 2019), em Barcelona (Espanha), na modalidade inline downhill, a mais rápida e radical da patinação, que pode alcançar velocidades acima de 100 quilômetros por hora (km/h). Os jogos ocorrerão no período de 4 a 14 deste mês. Antes de viajar hoje (2), Camila falou com a Agência Brasil. O fato de ser a primeira mulher brasileira a participar do torneio a deixou bastante lisonjeada. “É um marco histórico para a patinação, principalmente na modalidade downhill, e estou muito feliz em poder representar o meu país”. Camila vai disputar com as melhores mulheres do mundo em uma modalidade que não tem muitas representantes do sexo feminino. Enquanto a downhill terá 20 mulheres concorrendo, na ala masculina serão 50 atletas. A World Roller Games será disputada por mais de 100 países. Por acaso A paixão de Camila pela patinação surgiu em 2013, após entrar em uma loja de artigos esportivos e assistir a um vídeo sobre o esporte. No ano seguinte, ela participou do primeiro campeonato nacional, em Curitiba, e obteve seu primeiro pódio. Ela foi primeira colocada no jump (salto em altura) e terceira no slide (técnica de freios para mostrar habilidades). No total, a atleta já participou de sete competições de freestyle slide (modalidade de derrapagem). Natural de Maringá (PR), Camila mora atualmente na região da Penha (SP). Pelo seu elevado rendimento no esporte, ela foi convocada pela Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP) para participar da competição internacional. Mas até que isso se tornasse realidade levou um bom tempo. A atleta teve, inclusive, que fazer uma ‘vaquinha’ online para conseguir viajar para Barcelona. Alta velocidade A competição terá início no dia 4, quando as atletas farão o reconhecimento da pista, conhecido como treino livre. No dia 5, elas descem sozinhas “e vão contra o relógio”, ressalta Camila Cavalheiro. “Tem que fazer uma descida o mais rápido possível. O resultado permite que as melhores consigam se classificar para as oitavas de final. Aí, eu já posso ganhar uma medalha como melhor descida”, salienta Camila. Dependendo da classificação, vão sendo montadas as baterias de atletas para as finais. No dia 6, as desportistas disputam entre si até chegar à final. “Aí, decide. Vai ver quem será a campeã, quem desce primeiro”, afirma Camila. Nessa modalidade do ‘downhill‘, as atletas podem pegar duas medalhas: pela descida e na competição de baterias. O retorno da atleta ao Brasil está programado para o próximo dia 10. Avaliação Para o diretor técnico do Comitê de Patinação Inline Downhill da CBHP, Dennis Henrique dos Santos Tavares, o fato de Camila ser a primeira atleta do Brasil nessa modalidade a representar o país em um campeonato de nível mundial “é um marco histórico para a modalidade. E ela tem um nível técnico muito bom, tem chance de trazer medalhas para o Brasil, o que é difícil nessa modalidade. Mas a gente está …
Depois de participar do Encontro Nacional de Legislativos Municipais e Fórum da Mulher Vereadora em Caruaru e aproveitar a ocasião para lançar o livro “Reforma da Previdência Social Não”, o deputado federal Gonzaga Patriota (PSB) passou por mais sete municípios pernambucanos neste final de semana: Serra Talhada; Afogados da Ingazeira; Itapetim; Brejinho; São José do Egito; Tuparetama e Arcoverde. Em Serra Talhada, Patriota foi se despedir do amigo e ex-vereador Edmundo Gaia que faleceu aos 85 anos, ele era um defensor do distrito de São João dos Gaia, onde nasceu e atualmente era o primeiro suplente da casa Legislativa. Após, seguiu para Afogados da Ingazeira onde concedeu entrevista à TV Samburá e falou sobre sua atuação no Congresso Nacional. Patriota também marcou presença na 15ª Expoagro que acontece no período da emancipação política do município. Já em Itapetim, participou da festa de São Pedro. Uma multidão compareceu para prestigiar o evento. O palco principal do evento recebeu o nome do Poeta Rogaciano Leite, uma homenagem aos cem anos do ícone da poesia itapetinenses. “Essa é a sexta vez que venho em Brejinho depois das eleições, assim como os demais municípios, sempre faço questão de estar presente, perto do povo, me colocando à disposição”, disse o socialista. Em Brejinho, Patriota se reuniu com a prefeita Tânia Maria; o vice Manoel da Carne, o ex-prefeito José Vanderley e os vereadores para discutirem algumas necessidades do município. A agenda continuou em São José do Egito, onde participou de uma audiência sobre segurança pública, na Câmara de Vereadores. Em Tuparetama, o deputado, através da articulação do vereador Diógenes Patriota, conseguiu o apoio de mais uma vereadora: Vandinha. Agora, além desses dois vereadores citados, o parlamentar conta com mais dois vereadores o apoiando no município, são eles: vereador Valmir Tunu e o vereador Hidelbrando. Ele ainda concedeu entrevista a rádio Tupã FM e falou sobre a Reforma da Previdência. Para encerrar os compromissos, Gonzaga esteve em Arcoverde e visitou o Padre Airton, responsável pela Fundação Terra. Através da Fundação, o padre mantém o Centro de Reabilitação Mens Sana que atende pacientes de Arcoverde e mais 38 municípios da região. O local recebe pacientes de baixa renda, com lesões psicomotoras, neurológicas e outras paralisias. Além disso, ainda desenvolve outros trabalhos sociais. À noite, o socialista sertanejo participou do encerramento do São João de Arcoverde, ao lado da prefeita Madalena Brito. Com o tema ‘Os Mestres da Sanfona na Capital do São João’, o evento aconteceu de 21 a 29 de junho e contou com grandes atrações musicais do cenário nacional.
O relator da reforma da Previdência, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), recuou na ideia de destinar recursos do PIS/Pasep, que hoje são usados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), para reduzir o rombo da Previdência Social. A medida, que estava prevista na primeira versão do relatório de Moreira, apresentada em 13 de junho, gerou críticas na equipe econômica e no Congresso. Mesmo sem esses recursos, o novo parecer, apresentado nesta terça-feira (2), se aproxima da meta do ministro Paulo Guedes (Economia) de uma economia superior a R$ 1 trilhão em dez anos. No entanto, o cálculo usado no voto do relator considera, por exemplo, o fim da isenção de contribuição previdenciária sobre exportações, o que gera um ganho de aproximadamente R$ 80 bilhões em uma década. Quando o presidente Jair Bolsonaro enviou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) de reestruturação do sistema de aposentadorias, técnicos do Ministério da Economia afirmaram que essa medida não estava considerada na estimativa de R$ 1,236 trilhão. Moreira, no texto apresentado nesta terça, manteve a proposta de elevar, de 15% para 20%, a alíquota de CSLL (contribuição social sobre lucro líquido) para bancos. Isso representa uma elevação de quase R$ 50 bilhões em dez anos na arrecadação federal. Integrantes da equipe econômica também foram contra essa ideia, pois não queriam medidas tributárias na reforma da Previdência. Conforme antecipou a Folha de S.Paulo, Moreira fez uma alteração no relatório para poupar a B3, bolsa de valores de São Paulo, do aumento de tributação. Apesar de mais uma tentativa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em costurar um acordo entre governadores e líderes partidários, a nova versão da reforma da Previdência não prevê efeito para estados e municípios. Líderes que representam a maioria da Câmara não querem aprovar medidas que ajudariam no ajuste de contas públicas de governadores e prefeitos que fazem campanha contra a reforma. Por isso, exigem que deputados da oposição também votem a favor da proposta de endurecimento das regras de aposentadorias para trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos. Apesar de forte lobby contrário à medida no Congresso, a reforma da Previdência, apresentada nesta terça, voltou a prever que servidores públicos possam ser obrigados a pagar uma contribuição extra para solucionar o déficit do sistema, conforme informou a Folha de S.Paulo em junho. Além de propor um aumento da alíquota normal de contribuição previdenciária para funcionários públicos com altos salários, o governo quer permitir a criação de uma taxa extra diante de elevados rombos do regime. Essa possibilidade acabou sendo retirada no primeiro relatório do deputado, o que desagradou a equipe econômica. A nova versão da reforma da Previdência, apresentada nesta terça-feira (2), prevê uma economia R$ 1,071 trilhão em dez anos.
As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já estão prontas e se encontram na gráfica para diagramação e impressão. Segundo o presidente substituto do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Camilo Mussi, a autarquia entregou a mídia com as questões na última sexta-feira (28), antecipando o cronograma, que previa o envio apenas ontem (1º). “Estamos três dias antecipados e estamos mantendo o cronograma”, afirmou hoje (2) a parlamentares em audiência pública na Comissão Externa – Ministério da Educação na Câmara dos Deputados. “O cronograma está mantido e a prova está mantida”, assegurou. Mussi foi convocado para prestar esclarecimentos sobre o andamento e a segurança do exame deste ano. Segundo ele, toda a segurança está garantida. Substituições no Inep e a decretação de falência da empresa RR Donnelley, que era detentora do contrato para a impressão do Enem, causaram insegurança sobre a realização do exame. A gráfica foi substituída pela Valid S.A., a segunda colocada na licitação realizada em 2016, garantindo a impressão das provas. “Na semana passada, a Polícia Federal esteve na gráfica, como faz todos os anos, na quinta e na sexta”, diz. “A PF verificou a área de diagramação e impressão e deu o ok. Na sexta, fizemos outra visita, e a segurança da gráfica foi confirmada.” De acordo com Mussi, todos que têm algum contato com as questões da prova, desde servidores do Inep até funcionários da gráfica, assinam um termo de sigilo que tem cláusulas penais, o que permite “que o Inep, ocorrendo um vazamento, possa puni-los de acordo com o Código Penal”. Mussi ressaltou ainda que nos dia da aplicação do exame a segurança será reforçada. Todos os banheiros terão detectores de metal, o que antes ocorria apenas em alguns locais. Além disso, serão eliminados os candidatos cujos celulares tocarem durante a aplicação do exame, até mesmo aqueles cujos aparelhos tocarem o alarme. “O celular que tocar eliminará o candidato, até mesmo o alarme, o que é novidade este ano. Antes, tocava o alarme e não eliminava, neste ano, começa a eliminação por qualquer que seja o toque”, alerta. Pelo cronograma, as provas serão impressas até o dia 17 deste mês. A partir do dia 24, começarão a ser expedidas e armazenadas para, a partir do dia 3 de outubro, serem distribuídas. Novo Enem Outro assunto abordado na audiência pública foram as mudanças que terão que ser feitas no exame para adequá-lo ao Novo Ensino Médio, sancionado em 2017. Parte do currículo da etapa de ensino deverá ser destinada a uma formação comum a todos os estudantes do Brasil, definido pela chamada Base Nacional Comum Curricular, e parte deverá ser destinada a uma formação específica que poderá ser escolhida pelo estudante. O Enem terá, portanto, que avaliar essa nova formação, que ainda está em fase de implementação. Segundo Mussi, as mudanças deverão ocorrer no exame de 2021. “Já estamos adaptando as matrizes de referência do Enem. Isso está sendo estudado pelo Inep para 2021. Em 2019 e 2020, [o Enem] ainda continuará …
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmou nesta terça-feira (2) que a suposta “invasão” de celulares de autoridades para obter mensagens faz parte de uma “tentativa criminosa de invalidar condenações” da Operação Lava Jato. Moro deu a declaração ao participar de audiência na Câmara solicitada por parlamentares de três comissões. Nas últimas semanas, o site The Intercept publicou uma série de reportagens que revela supostas mensagens trocadas entre Moro e integrantes da força-tarefa da Lava Jato. Segundo o site, o ministro orientou a atuação de procuradores da República na época em que era o responsável pelos processos da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná. O ministro e os integrantes do Ministério Público não reconhecem o conteúdo das mensagens. “A meu ver, o que existe é uma tentativa criminosa de invalidar condenações, e o que é pior: a minha principal suspeita é de que [o objetivo] seja evitar o prosseguimento das investigações. Criminosos que receiam que as investigações possam chegar até eles e estão querendo se servir desses expedientes [as invasões e as mensagens] para impedir que as investigações prossigam”, afirmou o ministro. Na primeira fala aos deputados, Moro afirmou, mais de uma vez, que agiu “com correção e com base na lei” durante a condução dos processos da Lava Jato na primeira instância. O ex-juiz também disse que tomou as decisões como magistrado “sem qualquer espécie de desvio”. “Minha opinião é de que alguém com muitos recursos está por trás dessas invasões e o objetivo principal seria invalidar condenações da Lava Jato”, voltou a sugerir Moro, a exemplo do que já havia afirmado quando, há duas semanas, prestou esclarecimentos no Senado sobre as mensagens divulgadas pelo The Intercept. O ministro da Justiça também reafirmou aos deputados que as supostas “invasões a celulares” não devem ter sido feitas por um “adolescente com espinhas”, mas por várias pessoas. Ele também já havia usado a mesma metáfora no Senado. Sérgio Moro saiu em defesa da Lava Jato diante dos deputados. Para ele, “é inegável que a operação mudou a impunidade no Brasil.
Ao apresentar parecer final da CPI criada no Senado para investigar as causas e os responsáveis pelo rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), o senador Carlos Viana (PSD-MG) pediu nesta terça-feira (2) o indiciamento de 14 funcionários da Vale e da empresa de auditoria alemã TÜV SÜD e também o das duas empresas. Em relação aos 14 funcionários apontados como responsáveis pela tragédia (veja mais abaixo a lista completa), Carlos Viana sugeriu à CPI que eles respondam por homicídio culposo (sem intenção de matar, com culpa inconsciente), lesão corporal, destruição de flora e poluição. Viana recomendou ainda no relatório que a Vale e a TÜV SÜD respondam judicialmente pelos crimes de destruição de florestas, incluindo a Mata Atlântica, além de poluição com morte dos animais e da vegetação. De acordo com o relator, a onda de rejeitos de mineração inviabilizou a área afetada para ocupação humana. A tragédia na barragem da mineradora Vale, que ocorreu em janeiro, deixou, pelo menos, 246 mortos e 24 desaparecidos. Veja quem são as vítimas identificadas da tragédia de Brumadinho Os integrantes da CPI podem votar ainda nesta terça o relatório do senador de Minas Gerais. Se o parecer for aprovado, as recomendações dos parlamentares serão encaminhadas ao Ministério Público, para que seja avaliada a possibilidade de denunciar os investigados à Justiça. Entre os funcionários alvo do pedido de indiciamento está o presidente afastado da Vale Fábio Schvartsman. Ele deixou o comando da mineradora em março, após a força-tarefa de promotores, procuradores e policiais que investiga o rompimento da barragem ter recomendado o afastamento do executivo e de outros 13 empregados da mineradora. Oito funcionários da Vale diretamente envolvidos nos procedimentos de segurança e estabilidade da barragem que se rompeu em Brumadinho chegaram a ser presos, mas depois foram libertados. Contratada pela Vale para fazer auditoria em áreas de barragens, a TÜV SÜD passou a ser investigada porque emitiu laudo garantindo a estabilidade da estrutura de depósito de rejeitos de mineração. Veja abaixo quem são os 14 funcionários alvo do pedido de indiciamento: >>> Vale Fábio Schvartsman, presidente afastado da Vale Gerd Peter Poppinga Luciano Siani Lúcio Flavo Gallon Cavalli Silmar Magalhães Silva Alexandre de Paula Campanha Rodrigo Artur Gomes de Melo Joaquim Pedro de Toledo Renzo Albieri Guimarães Carvalho Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo César Augusto Paulino Grandchamp Cristina Heloiza da Silva Malheiros >>> TÜV SUD Makoto Namba André Jum Yassuda O que diz o relatório O parecer do senador Carlos Viana afirma que, no ano passado, a barragem de Brumadinho sofreu “grave fraturamento hidráulico” durante a instalação de um dreno. Segundo o relatório, o incidente foi relatado à Agência Nacional de Mineração (ANM), mas com menor ênfase de risco do que a que havia sido reportada no relatório interno da Vale. O relator afirmou ainda que deveriam ter sido realizadas obras na barragem com o objetivo de reduzir o nível de água. Carlos Viana destacou no documento que, no dia do rompimento, um forte fluxo de água …